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Obesidade infantil: como combater uma doença para a vida

Um terço das crianças em idade pediátrica tem excesso de peso. Dez por cento são obesas. A obesidade infantil é uma doença crónica, diz a Organização Mundial da Saúde. Ou seja, vai ficar para a vida. Como combater? Como prevenir? Debate em mais um episódio do podcast POD Pensar, moderado por Aurélio Gomes.

Editor:
14 outubro 2022
Júlia Galhardo fala sobre obesidade infantil

Uma criança de cinco anos com obesidade vai ter menor qualidade e uma expectativa de vida inferior à de uma criança da mesma idade não obesa. As células gordas quando crescem não desaparecem. Em Portugal, os números desta que é uma doença crónica, segundo a Organização Mundial da Saúde, são considerados, pelos especialistas, muito elevados. Um terço das crianças até aos 18 anos tem excesso de peso e dez por cento são obesas.

O problema da obesidade infantil é, na verdade, um problema dos adultos? A questão foi colocada por Aurélio Gomes, em mais um episódio do podcast POD Pensar, a Júlia Galhardo, pediatra e responsável pela consulta de obesidade infantil do Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, e a Dulce Ricardo, responsável pelos estudos de alimentação da DECO PROTESTE. Este foi o tema escolhido pela defesa do consumidor para assinalar o Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro). 

É um problema dos adultos, sim, da falta de literacia alimentar, da dificuldade em interpretar os rótulos dos alimentos e dos muitos mitos sobre alimentação que persistem, concordaram as especialistas. Mitos como "a água às refeições engorda, mas bebê-la morna, em jejum, ajuda a perder peso", o "pão engorda" ou os agora tão famosos "superalimentos", que Dulce Ricardo desmontou um por um.

Júlia Galhardo partilhou as dificuldades e as resistências com que se defronta nas consultas de obesidade infantil que dá todos os dias. Não é fácil ajudar as famílias a mudarem comportamentos, mas também não é fácil para as famílias orientarem-se no mar de desinformação que corre na internet e nos corredores dos supermercados, onde abundam produtos alimentares pouco saudáveis.

A médica não tem dúvidas de que o excesso de açúcar, gordura e sal na alimentação é tão grave como fumar ou beber em excesso. As consequências futuras para a saúde das crianças com excesso de peso e obesas são graves. Estas crianças, afirma Júlia Galhardo, estão a ter doenças que antigamente só se viam nos mais velhos, como o colesterol elevado e a hipertensão.

A importância de saber interpretar os rótulos alimentares

Saber ler rótulos é importante, sublinhou Dulce Ricardo, mas o fundamental é saber interpretá-los. A especialista deu uma "aula" ao vivo sobre leitura e interpretação de rótulos alimentares, com recurso a vários exemplos de produtos levados para o estúdio. E explicou, também com exemplos reais, porque é que o Nutri-score, um sistema de rotulagem com cores e com um resumo da informação nutricional, reconhecido pela OMS como um instrumento útil no combate à obesidade, é o logótipo mais eficaz para informar sobre a qualidade nutricional dos alimentos.

A DECO PROTESTE solicitou ao Governo, em maio de 2021, a adoção deste esquema na parte frontal das embalagens dos produtos alimentares. A classificação Nutri-Score ajuda os consumidores a fazerem escolhas mais saudáveis no dia-a-dia.

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