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Bolachas maria têm muito açúcar e pouca fibra

As clássicas bolachas maria, afinal, são menos inocentes do que se julgava. A nutrição tropeça na grande quantidade de açúcar e gorduras saturadas, e na falta de fibra. Além disso, todas as bolachas maria analisadas contêm aditivos.

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25 março 2024
Montinho de bolachas Maria

iStock

As modas vacilam perante os clássicos. A bolacha maria permanece quase incólume a variações sobre uma fórmula invencível há mais ou menos 150 anos. Melhor: desde a sua criação, às mãos de pasteleiros ingleses, por alturas da boda do duque de Edimburgo, em 1864, com Maria Alexandrovna, grã-duquesa da Rússia – a quem a bolacha deve a designação. Tal longevidade justifica um teste, não só à bolacha maria original, como também à versão sem açúcar e sem açúcar adicionado, torrada, dourada, com chocolate e integral. O pecado maior das amostras tradicionais mora na quantidade exagerada de açúcar e na escassa fibra.

"Marias" nutricionalmente pouco interessantes

Na análise que realizou a 66 bolachas maria, a DECO PROteste cruzou os valores declarados no rótulo com o algoritmo do Nutri-Score (entre A e E) para deliberar sobre a composição nutricional das bolachas maria. A maioria das amostras chumbou. Justificação: valores substantivos de açúcar e gorduras saturadas, associados a baixas quantidades de fibra.

Procure a declaração nutricional, obrigatória no rótulo da maioria dos alimentos. Confira os teores em lípidos (entre os quais, os saturados), açúcares e sal. Quanto mais baixos, melhor. Compare os valores nutricionais dos produtos por 100 gramas.

Aditivo a evitar em dois produtos

Os rótulos mostram que todas as bolachas contêm aditivos. O simulador da DECO PROteste classifica como toleráveis a maioria dos aditivos da lista de ingredientes dos produtos analisados. Porém, dois produtos da Cuetara contêm E 150d (caramelo de sulfito de amónio), corante enganador e a evitar.  Este caramelo pode conter um composto tido como possivelmente cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro, o 4 MI (4 metilimidazol). Contudo, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos clarifica que as estimativas de exposição ao dito composto, através do consumo de aditivos alimentares, não levantam questões de segurança. Já quem tem intolerância aos sulfitos deve evitar o consumo de caramelo de sulfito de amónio. 

Edulcorantes? Não, obrigado

Quando, na embalagem, se lê “sem açúcares” ou “sem açúcares adicionados”, regra geral, são os edulcorantes a fazer as doces honras. Os fabricantes deveriam abreviar a proporção de açúcar, ao invés de o trocar por edulcorantes ou por outros ingredientes doces. Educar o paladar, adaptando-o a alimentos menos doces, justifica os ganhos em saúde. As bolachas sem açúcar e sem açúcar adicionado são apenas aceitáveis. Contêm maltitol (E, um aditivo da categoria dos poliois ou açúcares reduzidos, que, em quantidades exageradas, é laxante e pode provocar inchaço no abdómen, flatulência, dores de barriga e diarreia.

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