Cremes antirrugas: pele mais lisa por menos de três euros por embalagem
Os cremes antirrugas não eliminam totalmente as rugas, mas reduzem um pouco a profundidade. Saiba que produtos se destacaram no estudo da DECO PROteste e descubra aquele que lhe garante uma poupança de quase 60 euros por embalagem de 50 mililitros.

Os cremes antirrugas não revertem o envelhecimento. Alguns produtos podem reduzir ligeiramente a profundidade das rugas existentes, além de manterem a pele do rosto hidratada e com um aspeto suave. Esta foi uma das principais conclusões do estudo sobre cremes antirrugas realizado pela DECO PROteste.
Outra boa notícia é que, para atingir estes resultados, não precisa de pagar muito. Com o produto nomeado Escolha Acertada pela organização de consumidores pode poupar quase 60 euros por embalagem de 50 mililitros face ao produto mais caro testado.
DESCUBRA O MELHOR E O MAIS BARATO DO TESTE
Eficácia dos cremes antirrugas só é visível com instrumentos
A busca pela "juventude eterna", ou seja, a demanda por algo que prolongue a vitalidade e evite o envelhecimento, acompanha o ser humano desde tempos longínquos. Os cremes antirrugas também perseguem o propósito de manter a pele do rosto livre de alguns sinais do tempo. Mas serão eficazes?
A DECO PROteste testou 13 cremes antirrugas para pele normal ou pele normal a mista, de marcas à venda em supermercados, perfumarias, farmácias, parafarmácias e lojas de produtos naturais. Durante 28 dias, cada produto foi aplicado por 30 mulheres, com idades entre os 40 e os 65 anos.
Nos testes de eficácia antirrugas, nenhum creme obteve avaliações brilhantes, mas três produtos alcançaram três estrelas e meia. Nestes cremes, a redução da profundidade das rugas foi ligeiramente superior a 20 por cento.
Tal significa que há cremes antirrugas que, de facto, conseguem reduzir a profundidade das rugas após 28 dias de utilização. Contudo, o efeito é tão diminuto que só é detetado com instrumentos de medição; provavelmente, não é visível a olho nu.
Hidratação e fator de proteção solar fazem diferença nos cremes antirrugas?
Se pretende prevenir a formação de novas rugas, a melhor arma é a hidratação. O teste a cremes antirrugas revelou que há produtos muito eficazes a hidratar a pele do rosto. Por isso, se quer combater as rugas já instaladas, mas, ao mesmo tempo, retardar a progressão do envelhecimento da pele, alguns cremes antirrugas servem os dois propósitos. Só tem de saber escolher.
Já no que diz respeito à proteção contra os raios solares, também responsáveis pelo envelhecimento da pele, o melhor é manter a utilização de um protetor solar à parte. Dois dos produtos testados têm fator de proteção solar (FPS) 15 e um tem FPS 30, o mínimo aconselhado pela Direção-Geral da Saúde. No entanto, para o rosto, o mais indicado é o FPS 50+, devido à delicadeza da pele desta zona do corpo. Continue a aplicar protetor solar com o fator de proteção adequado após espalhar o creme antirrugas.
Acha que um creme é bom? Isso pode não ser confirmado pelo laboratório
Nem sempre a opinião de quem utiliza um produto bate certo com os testes laboratoriais. No teste de utilização dos cremes antirrugas, as participantes no estudo deram a sua opinião sobre aspetos como textura, facilidade de aplicação, rapidez de absorção, perfume e sensação na pele. Todos os produtos foram apreciados, com avaliações que oscilaram entre "muito bom" e "razoável".
As mulheres tiveram também de pronunciar-se quanto à eficácia, ou seja, foi aferida a sua perceção acerca da capacidade dos cremes antirrugas de melhorarem a hidratação, a elasticidade, a suavidade, as rugas e as linhas finas (ou rídulas). No geral, as mulheres ficaram com boa opinião.
Mesmo no caso do efeito sobre as rugas, 10 produtos receberam entre 3,5 e 4 estrelas por parte das participantes, tendo os restantes recebido classificação inferior. Curiosamente, em laboratório, apenas três produtos atingiram 3,5 estrelas na eficácia antirrugas, não havendo nenhum que tenha conseguido uma avaliação superior. Por isso, se quer usar o creme que garante o melhor cuidado da sua pele, consulte os resultados dos testes da DECO PROteste.
Poupe 58 euros por embalagem de 50 ml de creme antirrugas
Pelos bons resultados alcançados na generalidade dos testes realizados, um creme antirrugas recebeu o título de Melhor do Teste. Em laboratório, este demonstrou ser o melhor a hidratar a pele, além de ser um dos melhores a reduzir a profundidade das rugas. Foi também muito apreciado pelas utilizadoras. Uma embalagem de 50 ml deste creme pode custar entre 52,42 e 75,46 euros.
A Escolha Acertada, nomeada pela DECO PROteste por aliar a qualidade a um preço muito baixo, está a par dos melhores na hidratação e no efeito antirrugas. Este produto custa apenas 2,69 euros por embalagem de 50 mililitros e permite uma poupança de 58 euros face ao creme antirrugas mais caro, que é também o melhor deste teste.
Algo que o estudo da DECO PROteste demonstrou é que, para manter o efeito na pele, a aplicação do creme antirrugas tem de ser regular. Tal significa que o benefício nas rugas e na hidratação da pele pode perder-se se deixar de usar o produto. Mas não tem de usar sempre a mesma marca. O mais importante é manter uma rotina de cuidado consistente.
Por esse motivo, foi calculado o custo anual de utilização dos cremes, duas vezes por dia, numa dose adequada. No caso do Melhor do Teste, seria mais de 685 euros por ano. Com a Escolha Acertada, conseguiria sensivelmente o mesmo resultado por 31 euros anuais. Trata-se de uma poupança superior a 650 euros por ano. Porém, se tem tendência para alergias, este produto não é a melhor opção, já que contém fragrâncias alergénicas.
Alegações nos rótulos não tornam os produtos melhores
A DECO PROteste realiza testes a cremes antirrugas desde 2014. Em estudos anteriores, era frequente estes produtos prometerem nos rótulos uma redução rápida das rugas, com efeitos visíveis a curto prazo. Felizmente, não foi o caso do lote de produtos testados este ano. Este tipo de alegações é exagerado, como tem vindo a ser comprovado pelos estudos.
O mesmo acontecia com a utilização da expressão "hipoalergénico". Esta alegação não garante que o produto não causa alergias; apenas que não possui fragrâncias alergénicas ou outras substâncias com elevado potencial alergénico. No entanto, a alegação pode ser mal interpretada pelo consumidor, induzindo a perceção de que o produto é isento de risco de provocar reações alérgicas. Neste estudo, nenhum dos cremes testados faz essa alegação.
Desde 2019, estão proibidas algumas alegações do tipo "isento de" nos produtos cosméticos. O creme Caudalie Resveratrol-Lift Creme Caxemira Redensificador, no entanto, continua a utilizá-las.
De acordo com o rótulo, este creme está "isento de" parabenos, fenoxietanol, óleos minerais, polietilenoglicol (PEG), silicones e ingredientes de origem animal. Algumas destas alegações não são permitidas, pelo que este produto obtém uma má classificação na rotulagem (que tem um peso de 10% nos resultados do estudo).
Acompanha-o nesta avaliação o Yves Rocher Crème Anti-Rides Repulpante Jour, por não conter informação alguma em português. A DECO PROteste indicou que ambas as situações estão em inconformidade com a lei e irá comunicá-las ao Infarmed.
Mais pode ser feito pelo ambiente
O impacto ambiental das embalagens também foi avaliado. Nenhum produto foi além das três estrelas, o que demonstra que ainda há muito que os fabricantes podem fazer.
Foram penalizados os produtos com embalagem secundária (por exemplo, caixa de cartão). Além da questão ambiental, tal pode gerar problemas de acesso à informação. Todos os produtos contêm a lista de ingredientes na embalagem secundária, descartável, mas nem todos a indicam na embalagem principal. Quando a secundária já foi descartada, pode ser difícil, por exemplo, identificar a origem de uma reação da pele durante a utilização.
Também foi medida a quantidade de produto residual. No caso do La Roche Posay, o único creme em bisnaga, 15% do creme ficam na embalagem, sendo desperdiçados.
Algumas marcas disponibilizam recargas de produto, que evitam que toda a embalagem tenha de ser descartada. Apesar de parecer uma proposta amiga do ambiente, a DECO PROteste considera que o esforço dos fabricantes deveria ser feito no sentido de reduzir o impacto ambiental das embalagens originais.
Para que as recargas sejam uma verdadeira alternativa, o formato deveria ser universal. Uma vez que o formato não é normalizado, funcionando as recargas apenas com a embalagem do próprio produto, deixam de ser úteis se o consumidor optar por outra marca. Não tem de ser o utilizador a manter-se fiel a um produto para supostamente ajudar o ambiente.
Gostou deste conteúdo? Junte-se à nossa missão!
Subscreva já e faça parte da mudança. Saber é poder!
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTeste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições. |