Burnout: quando o trabalho (e a vida) nos esgotam
Há uma nova palavra no dicionário da saúde mental: burnout. A semana de quatro dias pode ajudar-nos a ter melhor saúde e a ser mais produtivos? Debate em mais um episódio do podcast POD Pensar, moderado por Aurélio Gomes.
- Editor
- Maria João Amorim

Vulgarmente, definimos burnout como uma situação de esgotamento mental e físico perante o trabalho ou outras esferas das nossas vidas. Mas as curvas e contracurvas traiçoeiras desta condição levam-nos, muitas vezes, a desvalorizar os primeiros sintomas: o cansaço, o sono inquieto, as dores no corpo, a ansiedade.
Vivemos há muito num tempo de glorificação do trabalho e do trabalhar muito, explicaram a Aurélio Gomes, Ana Moniz, psicóloga e psicoterapeuta que conhece bem os microcosmos das empresas, e Rita Fontinha, professora associada na Henley Business School (no Reino Unido), especializada em Gestão de Recursos Humanos e membro de uma equipa que elaborou um relatório com os resultados de um inquérito a milhares de trabalhadores e centenas de empregadores sobre a semana dos quatro dias. As duas especialistas foram as convidadas do mais recente episódio do podcast POD Pensar.
Conciliação entre a vida pessoal e profissional: Portugal é o terceiro pior país da União Europeia
Um estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, do Instituto de Saúde Ambiental da Universidade de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental refere que, em 2020, 25% da população portuguesa apresentava sintomas de burnout.
Portugal é o sétimo país da União Europeia em que as pessoas mais reportam estarem expostas a fatores de risco que podem afetar o bem-estar mental no trabalho: pressão elevada ou excesso de trabalho, assédio ou bullying, insegurança, falta de autonomia ou de influência sobre o ritmo ou processos de trabalho.
Números que não espantam Ana Moniz, que refere o excesso de trabalho como muito habitual nas empresas.
Não a espanta, portanto, também que Portugal seja o terceiro pior país da UE, num total de 24 analisados pela OCDE, ao nível da conciliação entre a vida pessoal e profissional
Vantagens da semana de quatro dias de trabalho?
Para Rita Fintinha, em termos de modelos de trabalho, "não é possível voltar a 2019", ao tempo pré-covid. Mais do que a semana de quatro dias – sobre a qual já há vantagens quantificadas, sublinha, como o aumento da produtividade e ganhos financeiros para as empresas que já implementaram o modelo – "flexibilidade" é a palavra que veio para ficar.
Do relatório que ajudou a elaborar com os resultados de um inquérito a milhares de trabalhadores e empregadores sobre a semana dos quatro dias, da Henley Business School, ficou claro que os empregadores perceberam que não perdem com a flexibilização das condições de trabalho. Pelo contrário.
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