Preço do azeite virgem extra foi dos que mais aumentou na última semana
Depois de 12 semanas consecutivas a custar menos de 7 euros, o azeite virgem extra voltou à lista de produtos com os maiores aumentos semanais do cabaz alimentar da DECO PROteste. Veja quanto custa agora esta cesta de bens essenciais.
O azeite virgem extra está entre os produtos cujo preço mais aumentou na última semana. A 22 de outubro, uma garrafa de 75 centilitros de azeite custava 7,17 euros, mais 52 cêntimos (mais 8%) do que uma semana antes. Esta é a primeira vez, depois de 12 semanas consecutivas, que o preço do azeite virgem extra volta a estar acima dos 7 euros. Na primeira semana deste ano, custava 9,52 euros, mas desde abril tem estado quase sempre abaixo dos 7 euros. Em abril de 2024 chegou a custar 12 euros, o preço mais elevado desde que a DECO PROteste iniciou a monitorização dos preços de 63 bens alimentares, em janeiro de 2022.
O preço do cabaz alimentar monitorizado pela DECO PROteste, por sua vez, aumentou 48 cêntimos (mais 0,20%) na última semana, e custa agora 242,24 euros. No início deste ano, custava menos 6,07 euros (menos 2,57 por cento). Já há quase quatro anos, a 5 de janeiro de 2022, era possível comprar os mesmos produtos por menos 54,54 euros (menos 29,06 por cento).
Como é calculado o preço do cabaz?
Desde janeiro de 2022 que a DECO PROteste acompanha a evolução dos preços dos bens alimentares essenciais, analisando, todas as quartas-feiras, o custo total de um cabaz, com base nos preços recolhidos no dia anterior nos principais supermercados com loja online.
Começa-se por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online do simulador, em que se encontra disponível. Depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtém-se o custo do cabaz para um determinado dia.
Carne
- Lombo de porco
- Frango inteiro
- Febras de porco
- Costeletas de porco
- Bife de peru
- Carne de novilho para cozer
- Perna de peru
Peixe
- Bacalhau graúdo
- Dourada
- Salmão
- Pescada fresca
- Carapau
- Peixe-espada-preto
- Robalo
- Perca
Congelados
- Douradinhos de peixe
- Ervilhas ultracongeladas
- Medalhões de pescada
Frutas e legumes
- Laranja
- Maçã gala
- Maçã golden
- Banana
- Tomate
- Couve-flor
- Alface
- Brócolos
- Cenoura
- Batata-vermelha
- Curgete
- Alho
- Cebola
- Couve-coração
Laticínios
- Queijo curado fatiado embalado
- Queijo flamengo fatiado embalado
- Leite UHT meio-gordo
- Manteiga com sal
- Iogurte de aroma (pack de oito)
- Iogurte líquido de morango (pack de quatro)
- Ovos
Mercearia
- Grão cozido
- Feijão cozido
- Óleo alimentar 100% vegetal
- Azeite virgem extra
- Sal grosso
- Arroz carolino
- Arroz agulha
- Salsichas Frankfurt
- Atum posta em azeite
- Atum posta em óleo
- Açúcar branco
- Massa espirais
- Esparguete
- Polpa de tomate
- Farinha para bolos
- Cereais de trigo, arroz e aveia integrais
- Flocos de cereais de mel
- Cereais de fibra
- Carcaça tradicional
- Peito de peru fatiado
- Fiambre da perna fatiado
- Bolacha maria
- Pão de forma sem côdea
- Café torrado moído
Quais os produtos que mais aumentaram?
Na última semana, entre 15 e 22 de outubro, além do azeite virgem extra, os produtos cujo preço mais aumentou percentualmente foram os cereais integrais (mais 15%), o queijo flamengo fatiado (mais 13%) e o carapau (mais 9 por cento).
Se compararmos os preços desta semana com os da primeira semana do ano, a 1 de janeiro de 2025, a maior subida percentual de preço verificou-se em produtos como os brócolos (mais 34%), os ovos (mais 32%) e a laranja (mais 24 por cento).
Já desde que a DECO PROteste iniciou esta análise, a 5 de janeiro de 2022, os maiores aumentos percentuais foram os da carne de novilho para cozer (mais 104%), dos ovos (mais 86%) e da laranja (mais 71 por cento).
Porque aumentaram os preços dos alimentos nos últimos três anos?
A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes grande parte dos cereais consumidos na União Europeia (e em Portugal) veio pressionar, em 2022, o setor agroalimentar, que estava há já vários meses a braços com as consequências da pandemia de covid-19 e da seca. A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente dos fertilizantes e da energia, necessários à produção agroalimentar, refletiu-se, por isso, num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal em 2022.
A subida dos preços na alimentação levou o Governo a adotar, em abril de 2023, a isenção de IVA num cabaz com mais de 40 alimentos. E se inicialmente a medida até ajudou a controlar a subida dos preços, poucos meses depois o impacto deixou de se fazer sentir na carteira dos consumidores, com o preço do cabaz alimentar novamente a disparar.
Já em 2024, e após a reposição deste imposto, os preços de alguns produtos continuaram a subir, como é o caso do azeite virgem extra, que atingiu o seu preço mais elevado em abril do ano passado. O ano de 2025, por outro lado, tem sido marcado, sobretudo, por subidas nos preços dos ovos, do café torrado moído ou até do chocolate.
Taxa de inflação abranda em setembro
Os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor contribuíram para o aumento da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, de acordo como Instituto Nacional de Estatística (INE), no final do ano passado, a taxa de inflação média anual terá ficado nos 2,4%, um valor bastante abaixo dos 4,3% de 2023 e dos 7,8% de 2022. Em abril de 2025, contudo, a taxa de inflação do País voltou às subidas. Já em setembro, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, abrandou para 2,4%, menos 0,4 pontos percentuais do que em agosto.
Para poupar nas compras semanais, pesquise os supermercados mais baratos e compare o índice diário das várias cadeias de distribuição para o mesmo cabaz de produtos, no simulador da DECO PROteste, disponível na plataforma Saber Poupar, em www.saberpoupar.pt. Pode pesquisar por distrito ou concelho e até selecionar o tipo de alimentos que costuma comprar.
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