Fiat Grande Panda elétrico: vale a pena este carro citadino a partir de 23 547 euros?
O Fiat Grande Panda elétrico é a maior aposta da marca e a nova geração do icónico Panda. Partilha a plataforma com vários modelos do grupo Stellantis. Foi concebido para quem procura um carro urbano 100% elétrico, acessível e versátil. Terá autonomia suficiente para o dia a dia?

O novo Fiat Grande Panda é um dos lançamentos mais sensacionais do ano. Depois do primeiro contacto em Bruxelas, já foi testado em estrada e laboratório.
Produzido desde 2011, o antecessor continua no mercado como Pandina. Pode acelerar saudades no canal da DECO PROteste. Os italianos anunciam uma nova era para este citadino que cresceu 35 centímetros e mede agora quase quatro metros de comprimento.
O Fiat Grande Panda partilha a plataforma com o Citroën ë-C3 Aircross e o Opel Frontera, ambos do grupo Stellantis. Produzido na Sérvia, este pequeno automóvel está disponível em três motorizações (gasolina desde 16 850 euros, híbrido desde 18 850 euros e 100% elétrico).
Para o modelo elétrico, a Fiat aposta em duas versões: Grande Panda Red desde 23 547 euros e Grande Panda La Prima desde 26 547 euros, ambas com potência equivalente de 113 cavalos. Se comprar não é solução e precisa de um automóvel, avalie as propostas de renting.
Diferenças entre Fiat Grande Panda Red e Fiat Grande Panda La Prima
O preço mais elevado na versão La Prima contempla jantes de liga leve de 17", vidros escurecidos e volante com acabamento "soft touch". Traz câmara de estacionamento traseira e o ar condicionado é automático.
Já o Fiat Grande Panda Red tem jantes em ferro de 16" pintadas em branco. Volante apenas em plástico e ar condicionado manual.
Condução impressiona face ao modelo anterior
O Fiat Grande Panda convence pela utilização intuitiva, pelo conforto de condução e pelas boas características dinâmicas. É bastante prático em cidade e o reduzido diâmetro de viragem de 10,8 m agrada.
A versão elétrica deste ícone revela boa estabilidade em estrada. Mantém uma trajetória estável e permanece controlado. Também convence no desvio de obstáculos em velocidade: abranda de forma significativa durante esta manobra exigente e retoma depois facilmente a faixa original.
A direção destaca-se pela boa sensação de condução e um feedback aceitável da estrada. É um progresso notável.
O espaço é aceitável para um citadino. Contudo, a bordo, são apontadas críticas: os pontos de fixação Isofix nos bancos traseiros são de difícil acesso, falta proteção antientalamento nos vidros elétricos e o nível de equipamento é bastante limitado. Apenas pode personalizar a cor da pintura.
Entre os rivais, destacam-se o Dacia Spring, o Peugeot e-208, o Citroën ë-C3 e o Renault 5 E-Tech.
Prós do Fiat Grande Panda elétrico
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Contras do Fiat Grande Panda elétrico
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Menos apetite, Panda: consome 19,8 kWh aos 100 quilómetros
O modelo ensaiado é alimentado por uma bateria de 44 kWh. O consumo medido é um pouco elevado (19,8 kWh/100 km) e a autonomia real de 250 quilómetros. Em cidade, pode viajar mais de 300 km, mas em autoestrada à velocidade máxima tem de parar para carregar após 150 quilómetros.
O Fiat Grande Panda elétrico não é particularmente económico para um pequeno automóvel elétrico. Por exemplo, no mesmo ciclo de medições, o Hyundai Inster consome 15,9 kWh/100 km, ou seja, consome quatro kWh a menos, sendo 20% mais eficiente.
Quatro factos distinguem o Fiat Grande Panda elétrico dos rivais
Com uma Qualidade Global de 60% e um desempenho razoável, o Fiat Grande Panda elétrico tem autonomia suficiente para o dia a dia na cidade por um preço competitivo. Fazia muita falta um carro elétrico assim em Portugal. A garantia é de 4 anos. A bateria tem uma garantia de 8 anos ou 160 mil km.
1. Cabo de carregamento em espiral à frente
O Fiat Grande Panda traz um cabo retrátil de carregamento modo 3 em espiral, acessível a partir de uma pequena porta no para-choques dianteiro. Esta solução elimina a necessidade de uma zona para arrumar o cabo, mas reduz a potência de carregamento para 7 kW.
O carregamento em tomada doméstica demora 22 horas. Com uma wallbox adequada, o Fiat Grande Panda demora 4,5 horas a carregar totalmente (11 kW). Em corrente contínua via CCS é bastante mais rápido: bateria de 10 a 80% em 35 minutos, ficando o Grande Panda ao nível dos rivais diretos.
2. Bagageira é uma grande surpresa
Abaixo da cobertura, cabem 310 l na mala do Fiat Grande Panda. Se remover a chapeleira e aproveitar o espaço até ao tejadilho, o volume aumenta para 390 litros. Ao rebater os bancos traseiros e utilizar todo o espaço atrás, o volume útil chega a 1100 litros.
Ao fazê-lo, forma-se um degrau pouco prático entre o piso da bagageira e o encosto. Infelizmente, a bagageira não tem iluminação: fica às escuras à noitinha.
3. Interior histórico e cuidado
O interior revela uma construção cuidada. Destaca-se o rigor nos encaixes visíveis e, em estradas de má qualidade, o Fiat Grande Panda não produz estalidos nem ruídos parasitas.
A qualidade dos materiais é básica: todos os plásticos são rijos e sensíveis a riscos. Ainda assim, o carro seduz com o design colorido e a moldura do painel de instrumentos inspirada na histórica entrada da fábrica de Turim ou a utilização de bambu colorido acima do porta-luvas. O ambiente a bordo é acolhedor e elegante.
No geral, a construção do Fiat Grande Panda elétrico cumpre em grande parte as expectativas de um carro pequeno.
4. Operações muito intuitivas
O Fiat Grande Panda impressiona pela utilização intuitiva: o design claro do habitáculo e os comandos clássicos facilitam. O tabliê exibe um aspeto apelativo e moderno para um carro pequeno, com dois ecrãs (painel de instrumentos e central) que fazem parte do equipamento de série na versão de base.
O painel de instrumentos digital de 10 polegadas é muito fácil de ler e tem um design agradável. Oferece pouca informação e opções de configuração. O ecrã escurece automaticamente quando os faróis estão ligados, o que dificulta a leitura durante o dia, por exemplo, em caso de chuva. O ecrã tátil, de dimensões semelhantes (10,25 polegadas), é fácil de utilizar com superfícies táteis grandes, boa rapidez de resposta e acessibilidade.
Os italianos merecem outro elogio: mantiveram uma unidade de controlo do ar condicionado separada, em vez de integrar esta função no ecrã tátil. Os botões rotativos para a climatização parecem quase antiquados. Na linha de equipamento superior La Prima, com climatização automática, utilizam-se botões, em vez de manípulos rotativos.
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