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Renault 5 E-Tech elétrico: teste ao citadino elétrico mais esperado a partir de 24 900 euros

O Renault 5 elétrico é um dos carros mais desejados do momento. Compacto e fácil de manobrar, revela um desempenho dinâmico. O equipamento de série é generoso, e a mala agrada. Mas esconde alguns pontos fracos. Custa desde 24 900 euros.

Editor:
11 junho 2025
Renault 5 e-tech elétrico em verde e em amarelo pop

O Renault 5 E-Tech elétrico foi distinguido como Carro do Ano na Europa no início do ano. Muitos garantem que é o elétrico para todos. Outros adivinham que este é o automóvel que vai salvar os elétricos. E há ainda quem defenda que é o carro da década. Chegou o teste em laboratório e nas estradas nacionais. A versão mais acessível do Renault 5 E-Tech Elétrico já está disponível para encomenda em duas cores (verde pop e preto estrela). Com 95 cavalos e bateria de 40 kWh, a versão Five custa desde 24 900 euros, sendo um dos carros elétricos mais baratos à venda em Portugal.

Nos últimos anos, poucos automóveis chamaram tanto a atenção como o Renault 5 E-Tech elétrico. Entre 1972 e 1996, foi campeão de vendas e ditou a moda do mundo automóvel. Com o regresso do ícone ligado à corrente, a marca francesa aplicou um golpe de mestre ao nível estético. É raro um protótipo transitar de forma tão fiel para o carro de produção em série. O design retro homenageia o antecessor de forma inteligente com uma aparência moderna.

Renault 5 E-Tech elétrico seduz à vista e impressiona pelo "conteúdo".  
Renault 5 E-Tech elétrico seduz à vista e impressiona pelo "conteúdo". 

Preço do citadino francês arranca nos 24 900 euros e ultrapassa os 36 mil euros

No teste, este carro 100% elétrico de cinco portas apresenta-se com uma bateria de 52 kWh (a versão de base tem 40 kWh) e um motor elétrico dianteiro com 150 cavalos. A prometida versão mais acessível chegou por fim: o preço do Renault 5 E-Tech elétrico começa agora nos 24 900 euros. Se comprar não é solução e precisa de um automóvel, avalie as propostas de renting. Destacam-se as principais variantes do Renault 5 elétrico em comercialização.

  • Com autonomia urbana (anuncia até 310 quilómetros), motor de 95 cavalos, bateria de 40 kWh e uma versão (five). Custa a partir de 24 900 euros. Já está disponível para encomenda. O ar condicionado desta versão é manual.
  • Com autonomia urbana (anuncia até 312 quilómetros), motor de 120 cavalos, bateria de 40 kWh e três versões de equipamento (evolution, techno e iconiq cinq). Custa a partir de 27 500 euros.
  • Com autonomia conforto (anuncia até 410 quilómetros), motor de 150 cavalo, bateria de 52 kWh e três versões de equipamento (techno, iconic cinq e roland-garros). Custa a partir de 33 000 euros. 

As prestações e o desempenho em estrada fazem jus ao visual desportivo. A combinação entre aceleração vigorosa e uma suspensão firme garante um prazer de condução elevado. O teste destaca, contudo, algumas falhas: falta um compartimento para o cabo de carregamento, a visibilidade traseira é limitada e o espaço reduzido atrás, onde recebe apenas crianças com algum conforto. O nível de ruído é baixo, mas o conforto da suspensão apenas mediano.

Muitos consumidores vão perdoar estas limitações, seduzidos pelo design apelativo e com razão. Especialmente em cores vibrantes como o amarelo pop ou o verde pop, o Renault R5 E-Tech elétrico acrescenta um toque de alegria ao quotidiano automóvel habitualmente cinzento. Entre os rivais diretos, destacam-se o Peugeot e-208 (desde 30 mil euros), o Opel Corsa Electric (desde 31 840 euros), o Fiat 600e (desde 36 100 euros) e o Mini Cooper Electric (desde 38 mil euros).

Com bateria carregada faz 345 a 400 quilómetros de autonomia real

Com base nos consumos medidos, a carga completa do Renault 5 permite uma autonomia de cerca de 345 quilómetros. Na cidade com condução moderada, atinge autonomias próximas dos 400 quilómetros. Já em autoestrada e com temperaturas baixas, a autonomia desce. O consumo é muito mais elevado, penalizado por uma aerodinâmica pouco eficiente.

O Renault 5 E-Tech elétrico consome em média 17,3 kWh aos 100 quilómetros. O valor é aceitável, mas elevado para um utilitário elétrico. Com base no consumo médio em percursos combinados (cidade, estrada e autoestrada), a autonomia média no teste ronda os 345 quilómetros. Veja em detalhe os consumos medidos:

  • cidade – 12,5 kWh/100 quilómetros;
  • estradas fora da cidade – 18,5 kWh/100 quilómetros;
  • autoestrada: 21 kWh/100 quilómetros.
    Tabliê, comandos, espaço e mala: nada escapa nos testes em laboratório. 
    Tabliê, comandos, espaço e mala: nada escapa nos testes em laboratório.

Prós do Renault 5 E-Tech elétrico

  • Compacto e fácil de manobrar.
  • Desempenho dinâmico.
  • Distância de travagem curta (32,9 metros).
  • Baixo nível de ruído.
  • Elevado nível de segurança.

Contras do Renault 5 E-Tech elétrico

  • Espaço atrás apertado.
  • Fraca visibilidade traseira.
  • Sem compartimento para o cabo de carregamento.
  • Conforto de suspensão moderado.

2500 quilómetros de estrada e testes em laboratório

Na construção, o Renault 5 tem um desempenho sólido para um citadino, mas a seleção de materiais não justifica totalmente o preço cobrado. A carroçaria foi bem montada e tem folgas uniformes entre painéis.

No extremo oposto, a zona do motor apresenta-se desorganizada e sem qualquer cobertura, bem como a bagageira. Peca pela falta de revestimento interior na parte superior. Em contrapartida, os engenheiros franceses esmeraram-se com a parte inferior do Renault 5, totalmente coberta e com uma superfície lisa.

O habitáculo transmite uma sensação acolhedora e elegante, com elementos decorativos cromados. A escolha dos materiais é bastante simples. Tirando o tecido no tabliê e nas portas dianteiras, bem como o volante revestido a imitação de couro, quase todos os elementos são feitos de plástico rígido e sensível a riscos. O forro do tejadilho em cinzento-escuro exibe um bom aspeto visual, mas ao toque não transmite grande qualidade.

Utilização diária

Inclui de série o cabo AC do tipo 2, mas o cabo de carregamento para tomada doméstica tem um custo adicional (390 euros). Infelizmente, não há espaço sob o capô nem debaixo do piso da bagageira para guardar o cabo. Acaba por ter de o transportar no compartimento da mala, roubando espaço útil.

Carregar na tomada doméstica demora 26 horas, o que não é prático. Com wallbox adequada, o Renault 5 faz a carga completa em quase 6 horas a 11 kW. No posto mais rápido, precisa de 30 minutos para carregar de 10% a 80% em condições ideais.

Um pormenor prático e original: um indicador LED de carga no capô em forma de “5” permite ter uma ideia do nível da bateria ao aproximar-se do carro. Com 3,92 metros de comprimento, o Renault 5 é muito prático para a cidade: o diâmetro de viragem de apenas 10,2 metros é muito pequeno.

No capô, um indicador LED exibe o nível da bateria. No posto mais rápido, demora 30 minutos a carregar dos 10 aos 80 por cento. 
No capô, um indicador LED exibe o nível da bateria. No posto mais rápido, demora 30 minutos a carregar dos 10 aos 80 por cento. 

Visibilidade mínima

O Renault 5 reprovou na visibilidade total, sobretudo devido à fraca visão através do óculo traseiro. Os apoios de cabeça traseiros, altos e não rebatíveis, limitam a visibilidade para trás. Os pilares amplos atrás também reduzem a visão na diagonal traseira.

Comandos simples, detalhes menos conseguidos

Muitos modelos da Renault partilham o design de habitáculo, mas os franceses dotaram o Renault 5 de um tabliê exclusivo, ainda que com alguns elementos já familiares da marca. Dois ecrãs: um para o painel de instrumentos e outro, tátil, ao centro. Rápido e bem posicionado, este concentra a maioria das funções do carro. Ligeiramente inclinado para o condutor, facilita o acesso.

O menu não é demasiado complexo, e a navegação torna-se intuitiva após um curto período de adaptação. Contudo, os botões táteis são pequenos, o que pode levar a erros de utilização, sobretudo em pisos irregulares.

Na base do ecrã tátil estão visíveis os principais controlos da climatização. Mas a Renault incluiu um módulo físico separado para controlar o ar condicionado, o que melhora a ergonomia. A marca também manteve comandos físicos para regular os espelhos exteriores e o volante.

Há decisões menos felizes. A Renault exagerou ao colocar três manípulos de comando à direita do volante. É fácil confundir, em momentos de pressa, a alavanca da caixa de velocidades com a do limpa-para-brisa. Por baixo, encontra-se o habitual comando satélite da marca, fora do campo de visão.

Espaço só à frente

As portas abrem bastante e proporcionam aberturas grandes para um citadino. Mesmo em inclinações, as portas mantêm-se abertas de forma segura. À frente, o tabliê bastante saliente para o interior pode ser incomodativo, enquanto, atrás, o espaço para os pés é algo limitado.

O banco do condutor recebe utilizadores com mais de 1,95 metros de altura, um excelente valor. À noite, a iluminação-ambiente de série contribui para o interior parecer um pouco mais espaçoso.

Atrás, o espaço nos bancos é limitado, sobretudo para as pernas. Só cabem passageiros até cerca de 1,80 metros. O piso elevado do carro impede que os pés se estendam por baixo dos bancos da frente. 

Bagageira pode surpreender

A bagageira do Renault 5 é maior do que se poderia esperar e está ao nível da mala do Opel Corsa Electric, apesar de este ser 14 centímetros mais comprido. Com tudo no sítio, cabem 255 litros de carga. Se rebater os bancos traseiros, transporta 905 litros ao aproveitar todo o espaço disponível até ao teto.

O carrinho de bebé utilizado para o momento da verdade é enorme e raramente entra por completo na bagageira dos automóveis de teste. No caso do Renault 5, só foi preciso desmontar as rodinhas e superou. Infelizmente, não há arrumação adicional sob o piso da bagageira.

Suspensão mediana, silêncio a bordo

Em cidade, o carro “agita-se” em pisos irregulares. Fora das zonas urbanas, o conforto melhora ligeiramente, mas o Renault 5 lida apenas de modo razoável com lombas devido à rigidez da suspensão. Em autoestrada, a carroçaria apenas estabiliza em pisos quase planos. No geral, o conforto da suspensão é aceitável: a dinâmica firme está em sintonia com o carácter desportivo do modelo.

O Renault 5 revela um excelente isolamento acústico no interior, mesmo comparando com carros de segmentos superiores. Surpreende de forma positiva pelo baixo nível de ruído de rolamento e aerodinâmico. Os engenheiros deram prioridade ao conforto acústico.

É pesado para o segmento (cerca de 1,5 toneladas), mas demonstra um comportamento dinâmico envolvente, sendo ágil e divertido de conduzir, A direção do Renault R5 provoca uma boa impressão geral. O pequeno elétrico reage com precisão aos comandos do condutor. No entanto, a sensação transmitida ao volante pode ser melhorada: a direção é leve, mas algo artificial e pouco comunicativa.

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