Xpeng G9 em Portugal: SUV elétrico chinês desafia Tesla, BMW e Mercedes
O Xpeng G9 é o SUV elétrico chinês mais recente nas estradas nacionais. Seguro e muito espaçoso, impressiona pelo conforto e desempenho. A versão Standard Range de tração traseira, a mais acessível, custa… 62 790 euros. É capaz de fazer tremer a concorrência?

Fundada em 2014, a Xpeng é uma start-up chinesa de carros elétricos. O fabricante está representado em Portugal pela Salvador Caetano com três automóveis elétricos desde a reta final de 2024: o SUV coupé Xpeng G6 (o mais vendido por cá), o sedã desportivo P7 e o SUV familiar G9.
O nome da marca deriva do fundador Xiaopeng He. Afirmou-se em menos de uma década e ganhou relevância devido à colaboração mais recente com a Volkswagen. Estão a desenvolver uma plataforma de propulsão elétrica para todos os modelos Volkswagen que chegarão ao mercado chinês a partir de 2026.
Chamam-lhe a Tesla chinesa, mas as medições em laboratório e as provas de estrada demonstram que é muito mais do que isso. Para o teste, foi escolhido o Xpeng G9, o automóvel topo de gama da marca, na versão mais potente com tração integral: a AWD Performance, que custa 77 690 euros. O Xpeng G9 é também proposto com tração traseira Standard Range (62 790 euros) e Long Range (66 990 euros). Se comprar não é solução e precisa de um automóvel, avalie as propostas de renting.

O Xpeng G9 conta com 5 anos ou 120 mil quilómetros de garantia e oito anos ou 160 mil quilómetros de garantia para a bateria. Dentro deste SUV elétrico, os passageiros encontram um excelente nível de conforto acústico, a evocar um ambiente de luxo.
Xpeng G9 com carregamento ultrarrápido e conforto premium
O sistema de propulsão apresenta argumentos fortes: aceleração semelhante à de um carro desportivo e, bem mais importante, um desempenho muito rápido de carregamento em corrente contínua devido à tecnologia de 800 V: os quase 350 quilómetros de autonomia em apenas 22 minutos falam por si.
Mas nem tudo brilha nesta proposta inovadora. O desempenho dos sistemas de apoio ao condutor ficou muito aquém das expectativas, não estando totalmente desenvolvidos. As operações minimalistas revelam falhas na utilização diária, e a condução em autoestrada provocou um misto de sensações.

Bateria do Xpeng G9 demora 22 minutos a carregar dos 10% aos 80%
A XPeng anuncia uma autonomia de 520 quilómetros, mas no teste, mais realista (AC ligado e mais autoestrada), o Xpeng G9 atinge uma autonomia média de 465 quilómetros sem stresse, um valor competitivo.
Com capacidade de 98 kWh, a bateria de níquel-manganês-cobalto do Xpeng G9 AWD Performance precisa de 11 horas para um carregamento completo em wallbox adequada. Uma bateria de 78,2 kWh alimenta a versão Standard Range. O Xpeng G9 consegue carregar em corrente contínua de 10% a 80% em apenas 22 minutos e recarrega 349 quilómetros. Nas medições, revelou ser um dos melhores em carregamento rápido. A porta de carregamento pode ser aberta com a chave, na aplicação ou no ecrã tátil. Não há opção no próprio carregador.
Para aceder à potência total do motor, tem de selecionar o modo Sport. A versão Performance dispõe de uma potência equivalente a 551 cavalos. Apesar do peso elevado de 2,4 toneladas, acelera dos 0 aos 100 km/h em apenas 3,9 segundos. O Xpeng G9 consome, em média, 24,5 kWh/100 km, um valor aceitável comparado com os rivais. Em cidade, gasta 20,3 kWh/100 km.
Rivais do Xpeng G9 custam mais de 80 mil euros
No geral, o Xpeng G9 é uma boa novidade no segmento dos SUV com muito potencial para crescer. O preço abaixo dos 70 mil euros não parece, mas é muito atrativo no confronto com a concorrência.
Entre os rivais, destacam-se o BMW iX (desde 87 mil euros) e o Mercedes-Benz EQE SUV (desde 84 mil euros). O Xpeng G9 rivaliza também nas dimensões com o Tesla Model Y (desde 44 490 euros) e no capítulo da tecnologia com o Tesla Model X (mais de 114 mil euros).
Prós do Xpeng G9
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Contras do Xpeng G9
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Confortável e espaçoso
A carroçaria exibe um nível muito bom. Foi apenas detetado um ligeiro tremor do capô em velocidade elevada em autoestrada. A bagageira apresenta-se toda revestida com tecido. O fundo está totalmente revestido, e as cavidades das rodas forradas com tecido. A qualidade dos materiais no interior foi uma surpresa positiva. Desde o painel de instrumentos à consola central, passando pelos painéis das portas e até às pegas no teto: todas as superfícies estão almofadadas ou cobertas com couro sintético. A concorrência premium europeia tem razões para se preocupar.
O Xpeng G9 merece um elogio especial: todos os compartimentos das portas e de arrumação são revestidos, o que lhes confere uma excelente aparência e evita ruídos de vibração.
O diâmetro de viragem de 12,5 m poderia ser menor. Apesar do tamanho generoso, a frente e a traseira são fáceis de estimar. A visibilidade do trânsito é muito boa devido à elevada posição dos bancos. Mas os últimos pilares e os encostos de cabeça, que não podem ser totalmente rebatidos, limitam o campo de visão.
O Xpeng G9 é muito espaçoso à frente. O teto panorâmico de vidro de série permite a entrada de muita luz. Atrás, a mesma liberdade. Recebe passageiros com mais de dois metros de altura sem queixas ao nível das pernas.
Bagageira com capacidade real ao nível do segmento
Com os bancos traseiros levantados, a mala recebe 445 litros de carga. Se remover a cobertura da bagageira e utilizar o espaço até ao tejadilho, aumenta para 655 litros. Com o banco traseiro rebatido e ao utilizar de forma pontual todo o espaço atrás dos bancos dianteiros, passa a contar com 1605 litros de arrumação. A bagageira oferece ainda um alçapão com 45 litros de volume.
O banco traseiro só pode ser rebatido de forma elétrica e a partir da bagageira. O levantamento é manual a partir do interior e não requer esforço. O capô do XPeng G9 esconde uma mala à frente com 65 litros de volume real.
Operações pouco amigas do utilizador
O sistema operativo segue à risca a máxima “mais software, menos botões”: um ecrã para o painel de instrumentos com 10,25 polegadas e outro duplo ecrã para o sistema de infoentretenimento, cada um de 14,96 polegadas. Quase todas as funções são controladas no ecrã tátil central. A estrutura do menu é fácil de entender com botões de seleção rápida para as funções principais.
Só pode definir as funções de iluminação no ecrã central. Para ativar as luzes de nevoeiro de repente, são necessários três cliques no menu. Um comando rotativo separado ou uma alavanca na coluna de direção seria uma solução mais intuitiva, mas também mais cara. A climatização também está integrada no monitor. Contudo, existem atalhos no topo do ecrã para o aquecimento e ventilação dos bancos e do para-brisas.
A direção do G9 é incapaz de transmitir às mãos do condutor uma verdadeira sensação do ângulo de direção e das condições de aderência no eixo dianteiro. Na autoestrada, a força da direção é significativamente aumentada para lhe dar mais estabilidade. Fica excessivamente rígida à medida que a velocidade aumenta.
Xpeng explora inteligência artificial e carros voadores no salão automóvel de Bruxelas
A Xpeng apresentou a família de carros elétricos no salão de Bruxelas. Revelou o muito aguardado Xpeng P7+, um sedã elétrico com tecnologias inovadoras de condução autónoma. Dotado do Xpeng AI Hawkeye, o P7+ visa proporcionar uma condução mais segura e inteligente. Recorre a duas câmaras (frontal e traseira) e um conjunto de radares para proporcionar uma visão mais clara, precisa e de maior alcance.
Em Bruxelas, a marca desvendou o X2, o carro voador de dois lugares. Esta novidade seguiu-se à grande revelação do “Land Aircraft Carrier” na CES, a feira de eletrónica em Las Vegas, no início de janeiro, o primeiro carro voador modular produzido em massa do mundo, com entregas previstas para 2026.
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