Bebé: preparar o nascimento

A indústria de produtos infantis é muito criativa, procurando convencer os pais de que o seu bebé só ficará bem servido se tiver todo o arsenal à disposição. A lista de artigos que compõem o enxoval do bebé é vasta, mas muitos não são verdadeiramente úteis, sendo alguns até perigosos, como os andarilhos e os colares de âmbar.
Estar bem informado é o primeiro passo para fazer escolhas acertadas, desde o registo de nascimento e a amamentação e alimentação do bebé, à escolha da creche e a dicas para o bebé dormir em segurança. Os produtos e equipamentos a comprar, bem como a escolha do pediatra, são outros aspetos importantes a ter em conta com o nascimento de um bebé.
O enxoval do bebé: que produtos escolher?
Entre os produtos essenciais, destacam-se a cadeira para o carro e o carrinho de passeio. O sistema "três em um", que inclui a alcofa e a cadeira para o carro, é mais prático: permite acompanhar o crescimento da criança até que deixe de precisar do carrinho. Também se destaca a capa almofadada para a cadeira auto, a espreguiçadeira e o escovilhão para o biberão.
Ao nível da segurança, as barreiras para escadas e para o fogão, os limitadores de abertura das janelas, o bloqueador da porta do forno, os tapa-tomadas e a rede ou barreira de proteção para a cama são apostas que valem a pena, já que previnem o risco de acidentes.
Outro produto importante é o colchão para o bebé, que não segue os mesmos critérios utilizados quando se compra um colchão para adulto.
Equipamentos dispensáveis para as crianças
Ao contrário de alguns equipamentos, como a cadeira para o carro ou o carrinho de passeio, há artigos que podem ser de pouca utilidade.
- Um marsúpio para transportar os filhos é um artigo que muitos pais compram, mas acaba por ser pouco usado.
- As bombas manuais para retirar o leite também são menos práticas, comparadas com as bombas elétricas.
- Há outros produtos mais raramente adquiridos, como o patim para acoplar ao carrinho de passeio, para transportar uma criança de pé, também de pouca utilidade.
- O robô para cozinhar ou triturar a comida do bebé é um artigo útil. Na verdade, qualquer robô para cozinhar ou triturar desempenha este papel, não sendo necessário um específico para bebé.
- A banheira-balde ou shantala, com um formato vertical, e a insuflável não são muito úteis. A banheira tradicional para bebé acaba por ser bem mais prática.
- O prato térmico, o babete rígido, a colher angular, a chucha de administrar medicamentos, os mamilos de silicone ou o arnês para aprender a andar são outros produtos considerados dispensáveis.
Andarilhos e colares em âmbar: não compre
Os andarilhos: não são uma ajuda para aprender a andar, nem tão-pouco um produto essencial. Além disso, podem ser perigosos, sobretudo quando os bebés tentam passar por superfícies não planas, como soleiras de portas, bordas de tapetes e escadas. Para minorar o risco de acidente, os andarilhos são submetidos a diversos requisitos. Os fabricantes devem fazer testes de estabilidade para avaliar se o equipamento atinge uma velocidade excessiva e se comporta um risco de queda perante desníveis. Ainda assim, e por questões de segurança, este tipo de produtos é desaconselhado pela DECO PROTeste.
Os colares feitos em âmbar: são vendidos como um “analgésico” natural, supostamente capaz de acalmar o incómodo provocado pelo nascimento dos primeiros dentes. De acordo com a publicidade, o contacto entre o colar e o corpo do bebé liberta os óleos e as propriedades do âmbar que, depois, são absorvidos pela corrente sanguínea. Alegadamente, isso ajudaria a diminuir o mal-estar da criança. Não existem estudos científicos que comprovem a eficácia dos colares de âmbar e o seu uso acarreta riscos para a criança. Se o colar se partir, os bebés podem engolir ou inalar as peças soltas e até metê-las no nariz. As três possibilidades implicam um risco elevado de asfixia para crianças com menos de três anos. Há também o perigo de o colar estrangular o bebé, por exemplo, enquanto dorme. Resumindo: risque-o da lista de compras.
Como escolher o pediatra
A inscrição de recém-nascidos no Registo Nacional de Utentes é feita de forma automática pela instituição com bloco de partos onde nascem. Nos centros de saúde, os bebés são seguidos na consulta de saúde infantil, feita pelo médico de família e por um enfermeiro. Alguns centros de saúde contam com um pediatra para observar os recém-nascidos na primeira consulta ou a pedido do médico de família por algum motivo que implique a intervenção desta especialidade. Nos centros sem este especialista, uma criança que necessite de uma avaliação específica é referenciada ao hospital.
Se o casal optar pelo setor privado, deve ter em conta alguns aspetos, nomeadamente a proximidade do consultório do pediatra e a disponibilidade do profissional para atender dúvidas pelo telefone. Muitas vezes, as normas de funcionamento do consultório não agradam aos pais. Para conhecê-las de antemão e avaliar se estão dispostos a aceitá-las, o melhor é marcar uma consulta com o pediatra e verificar se há empatia, se é uma pessoa disponível.
No primeiro ano de vida, há sete consultas a cumprir:
- na primeira semana;
- no primeiro mês;
- aos dois meses;
- aos quatro meses;
- aos seis meses;
- aos nove meses;
- e aos 12 meses.
Nestas visitas, o médico avalia, entre outros parâmetros, o peso, o comprimento, o índice de massa corporal, o perímetro cefálico, o coração, a anca, a coluna, a visão, a audição, o desenvolvimento e o surgimento dos dentes. As consultas servem ainda para o especialista dar conselhos relativamente à amamentação e à diversificação alimentar do bebé, aos cuidados de higiene, ao sono e à vacinação, entre outros.
Na primeira consulta, é também feita a avaliação familiar: nível socioeconómico/satisfação das necessidades básicas, tipo de família, habitação, situação profissional dos pais e apoios familiares.
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