Como escolher a creche do bebé

Na escolha da creche, mas também do jardim-de-infância ou do estabelecimento de educação pré-escolar, recolher impressões de outros pais é um bom ponto de partida para fazer uma lista de estabelecimentos a visitar. Para encontrar as creches disponíveis com alvará, ou seja, legalizadas, na sua zona de residência, vá a www.cartasocial.pt e selecione a área geográfica pretendida (distrito, concelho, freguesia). Existem alvarás provisórios, por isso tenha atenção à data que consta do mesmo: veja se já foi ultrapassada.

Há algumas câmaras municipais, como a de Lisboa, por exemplo, que também já disponibilizam ferramentas online que podem ajudar bastante.

Na primeira visita, se possível, leve o bebé consigo. Conversar com a direção e com o profissional que, em princípio, ficará com a criança, é fundamental para perceber se oferecem um ambiente saudável e equilibrado e até para ver a interação dos educadores com a criança. Caso lhe dificultem o acesso a diferentes espaços, exclua essa creche. Verifique se o alvará está exposto na entrada do estabelecimento, como é obrigatório. Se não estiver, a creche/jardim-de-infância poderá ser ilegal. Assim, se não o encontrar, pergunte por ele.

Peça também uma cópia do projeto pedagógico. Trata-se de um instrumento obrigatório, que lhe permitirá ficar a conhecer o planeamento e o acompanhamento das atividades desenvolvidas pela creche, de acordo com as características das crianças. Este projeto deve ser elaborado pela equipa técnica, com a participação das famílias e deve ser avaliado semestralmente e revisto sempre que necessário.

Critérios na seleção da creche

A creche destina-se a crianças entre os 4 meses e os 3 anos. A conceção de espaços diferenciados é fundamental para um melhor crescimento e para evitar que a rotina diária seja passada entre quatro paredes.

Deve ter uma copa de leites e salas distintas, equipadas de acordo com a idade. O berçário (até à idade da marcha) pode ter até dez bebés e inclui a sala de berços e a sala-parque. Duas salas de atividades são o mínimo exigível a uma creche. Uma com lotação máxima de 14 crianças, destinada às idades compreendidas entre a aquisição da marcha e os 24 meses. Outra capacitada para o máximo de 18 crianças entre os 24 e os 36 meses. Sempre que o número de crianças não permita a formação dos grupos referidos, a legislação aceita a constituição de grupos heterogéneos, a partir da idade da marcha, num máximo de 16 elementos por sala.

Na sua análise, conte com um mínimo de dois metros quadrados por criança para cada sala. Boas condições de higiene e de segurança, além de adequada iluminação e ventilação natural, são critérios a verificar. As instalações sanitárias têm de contar com lavatórios e sanitas de tamanho infantil. Deve existir um lavatório para cada sete crianças, e uma sanita para cada cinco. Alguns chuveiros de água quente e fria são essenciais.

Jardim-de-infância e estabelecimento de educação pré-escolar

Uma resolução da Assembleia da República, de 2017, (AR n.º 89/2017) recomenda ao Governo que estabeleça a universalidade da educação pré-escolar para as crianças a partir dos 3 anos de idade. Outra, também de 2017, recomenda o cumprimento da Lei n.º 65/2015, de 3 de julho, alargando a universalidade da educação pré-escolar às crianças com 3 anos de idade. Resta saber se o país já consegue dar resposta e se tem vagas para todas as crianças com 3 anos, uma vez que esta é uma prioridade nacional.

Cada sala, dividida por grupo etário, só pode ter entre 20 e 25 crianças, no máximo. Caso haja um grupo homogéneo de três anos, a sala só pode ter 15 miúdos.

O espaço mínimo de uma sala de atividades é de dois metros quadrados por criança. A ventilação e a iluminação devem ser naturais, e as paredes laváveis, não abrasivas e de cores claras. Nesta idade, é também essencial que as opções ao nível do equipamento recreativo e pedagógico sejam bastante variadas, com boas condições de higiene e segurança.

As casas de banho devem ter lavatórios e sanitas em número suficiente (uma sanita e um lavatório por dez crianças), papel higiénico, sabonete e toalhas ao alcance das crianças.

Áreas comuns interiores e exteriores

Na falta de espaço exterior coberto, a sala polivalente pode substituí-lo, estando apta para várias atividades (ginástica, teatro, jogos, etc.). Por esse motivo, não necessita de muito equipamento. É também nesta sala que os mais novos podem dormir a sesta.

Uma sala de refeições autónoma é imprescindível. A cozinha, onde a higiene é crucial, convém estar bem equipada.

Para evitar choques entre crianças em fases distintas de desenvolvimento, o espaço exterior da creche diferencia-se do concebido para o jardim-de-infância (bem como da zona dos mais pequeninos). Em ambos, o equipamento e brinquedos (com rodas, estruturas fixas ou móveis, que permitam subir, trepar e escorregar), bem concebido e conservado, deve estar montado sobre areia, gravilha fina ou uma superfície sintética adequada. Nunca sobre cimento, ladrilho ou piso empedrado.

A zona circundante pode ser de terra batida ou relva. Um espaço exterior, com uma pequena horta, onde as crianças possam cultivar alguns legumes (que poderão cozinhar ou até comer crus) ou tratar de animais, pode ser uma mais-valia para o seu crescimento e aprendizagem.