Dicas

Fraldas: descartáveis ou reutilizáveis?

Sabia que até aos nove meses do bebé pode chegar a mudar a fralda seis a oito vezes por dia? Sejam descartáveis ou reutilizáveis, é fundamental comprar as que retenham a maior quantidade de líquido, para evitar a irritação da pele. Veja as dicas da DECO PROTESTE.

Mãos a mudar uma fralda num bebé

iStock

Quando os bebés são pequenos, as fraldas têm de ser mudadas muitas vezes, porque são alimentados com mais frequência. Até aos nove meses, pode chegar a mudar a fralda seis a oito vezes por dia. Os bebés de 18 meses a dois anos exigem “apenas” quatro a seis fraldas diárias. Naturalmente, a alimentação do bebé dita as regras e não se pode estabelecer um padrão único. Feitas as contas, ao longo dos primeiros dois anos e meio de vida, é bem provável que o bebé venha a usar cinco a seis mil fraldas. Equacione a melhor fralda para o bebé e o impacto ambiental e financeiro da escolha.

Numa fralda, o desafio é garantir que retém a maior quantidade de líquido, para que não passe para a pele mais sensível do bebé, prevenindo a sua irritação. A DECO PROTESTE testou fraldas clássicas e tipo cueca (para a fase do "treino para o bacio") e diz-lhe quais as melhores e mais baratas dentro de cada categoria. As Escolhas Acertadas permitem poupar, anualmente, 201 euros nas versões clássicas e 61 euros nas versões tipo cueca.

Fraldas descartáveis

São as mais práticas e a escolha da maioria dos pais. 

A fralda descartável é composta por elásticos, essenciais para prevenir fugas durante o sono; uma camada absorvente de celulose, para reter o chichi na fralda; bandas elásticas, uma barreira para as fugas de chichi, sobretudo quando o bebé se mexe; e uma camada de plástico. O polietileno isola os líquidos no interior da fralda, os adesivos ajustam a fralda ao corpo e o núcleo central está impregnado com um material de grande capacidade de absorção.

Os fabricantes têm reduzido a quantidade de matéria-prima, sobretudo no polietileno para revestir a fralda e a espessura da celulose. Na maioria das fraldas, a celulose e o algodão são fibras de origem natural. Mas poucas se preocupam com a origem sustentável.

Por vezes, as embalagens destas fraldas exibem uma alegação sobre a presença de componentes, mas não mostram a lista de ingredientes. Se a criança for alérgica a um determinado componente, é importante para os pais e o pediatra conseguirem despistar a sua origem.

Fraldas reutilizáveis

As fraldas reutilizáveis, de material lavável na máquina, são progressivas e acompanham o crescimento da criança até aos dois ou três anos. O tipo de lavagem é crucial no que respeita ao impacto ambiental: temperatura, número de ciclos de lavagem, quantidade de detergente e forma de secar. Para reduzir este impacto ambiental, use o estendal e deixe a máquina de secar para último recurso. Se as guardar para uma segunda criança, ajuda ainda mais o ambiente e, em primeiro lugar, a sua carteira!

Mudar a fralda em segurança

Para mudar a fralda, escolha um local quente e agradável. Coloque o bebé numa superfície limpa e estável. Certifique-se de que tem à mão uma fralda e uma toalha limpa sob o bebé, toalhitas para limpar o rabinho ou compressas e creme hidratante ou pomada à base de óxido de zinco, se a pele estiver irritada.

A higiene das meninas e dos meninos deve ser cuidadosa e externa. Por exemplo, não limpe o interior da vagina e não levante o prepúcio, nos meninos.

Numa cama ou superfície elevada para mudar a fralda, nunca deixe o bebé sozinho. Pode mover-se e cair.

Quando descolar os adesivos da fralda usada, cole-os sobre si mesmos, para evitar que se agarrem à pele do bebé. Se a pele estiver “assada”, opte por toalhitas sem perfumes, álcool ou cloreto de cetilpiridínio (antimicrobiano). Lave o rabinho do bebé só com água e sabão neutro e seque bem. Depois aplique uma pomada à base de óxido de zinco.

Proteger a pele do bebé

A inflamação da pele na zona da fralda, designada por dermatite da fralda, é um problema comum, sobretudo durante o primeiro ano de vida. Pode atingir as nádegas, a região do períneo (entre o ânus e os órgãos sexuais), o baixo abdómen e as coxas.

O ambiente que se cria nesta área é propício ao desenvolvimento de lesões: além de contactar com substâncias irritantes das fezes e da urina, a pele está em constante fricção com a fralda, favorecendo a rutura dos tecidos. A humidade e a temperatura elevadas devido à pouca circulação de ar agravam o problema e permitem o crescimento de microrganismos. O calor, por seu lado, dilata os vasos e causa inflamação. Na maioria dos casos, a pele recupera em dois ou três dias, se tiver os cuidados necessários.

Em caso de dermatite, mude a fralda com maior frequência, lave a pele, seque cuidadosamente e use um creme-barreira. Em geral, recomenda-se a aplicação de uma camada densa de creme, de modo a formar uma barreira física entre a pele, a fralda e as substâncias irritantes.

Creme para mudar a fralda

Os bebés precisam de poucos produtos de higiene (quanto menos melhor). A sua composição não deve alterar o equilíbrio da pele, nem expô-la a substâncias suscetíveis de causar alergias. Por isso, a utilização de perfumes e de alguns conservantes, como o álcool benzílico, deve ser evitada ou reduzida ao mínimo em produtos para bebé. 

Leia atentamente os rótulos e prefira produtos sem ingredientes alergénicos e com o menor número conservantes. Esta recomendação é particularmente importante nos casos em que o bebé tem pele muito sensível. Escolha um creme-barreira com óxido de zinco ou dexpantenol, ingredientes com capacidade de proteger a superfície da pele. Estes produtos servem para formar um escudo protetor na pele. O creme deve limitar o contacto com as substâncias irritantes, como as fezes e a urina, e a fricção com a fralda, permitindo a regeneração natural. Se acelerarem o processo de recuperação, tanto melhor.

Para evitar que o seu bebé venha a sofrer com dermatites: 

  • mantenha o rabinho seco, evitando o contacto com as fezes e a urina;
  • mude a fralda sempre que o bebé a suje. Aos recém-nascidos, de hora a hora, e para os restantes, de três ou quatro horas;
  • evite toalhitas com perfume ou substâncias irritantes, gel de banho ou sabão;
  • quando possível, limpe o bebé com algodão ou compressas embebidos em água morna;
  • não limpe o bebé com uma parte da fralda mesmo que esteja como nova;
  • caso utilize fraldas de algodão, lave-as com detergente do bebé e não engome demais, pois o tecido duro pode danificar a pele.
  • evite pós, como o talco, com óxido de zinco, amido de milho ou caulino, uma vez que estes podem aglomerar-se nas feridas desencadeando uma infeção ou retardando a cicatrização. Se os usar, mantenha-os longe da face da criança, para prevenir uma eventual pneumonia química por inalação de partículas. Os analgésicos de uso externo, a cânfora e o eucaliptol, não são recomendados, uma vez que podem agravar o problema.

Não dê grande importância a alegações como “dermatologicamente testado”. Estas indicações não significam que os produtos sejam mais seguros do que os restantes. A menção “hipoalergénico” apenas indica que não possui ingredientes com potencial alergénico conhecido. 

Bebé no bacio poupa o ambiente

Quando o bebé troca as fraldas pelo bacio, poupa a carteira dos pais e também o ambiente, porque passa a produzir menos lixo.

Dois anos e meio é a idade habitualmente considerada adequada para retirar as fraldas. Mas, a partir dos 18 meses, poderá ser possível começar a treinar o controlo do chichi e do cocó.

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