Fraldas: descartáveis ou reutilizáveis?
Sabia que até aos nove meses do bebé pode chegar a mudar a fralda seis a oito vezes por dia? Sejam descartáveis ou reutilizáveis, é fundamental comprar as que retenham a maior quantidade de líquido, para evitar a irritação da pele. Veja as dicas da DECO PROTESTE.
- Especialista
- Susana Santos e Sílvia Menezes
- Editor
- Filipa Rendo , Sofia Frazoa e Alda Mota

Quando os bebés são pequenos, as fraldas têm de ser mudadas muitas vezes, porque são alimentados com mais frequência. Até aos nove meses, pode chegar a mudar a fralda seis a oito vezes por dia. Os bebés de 18 meses a dois anos exigem “apenas” quatro a seis fraldas diárias. Naturalmente, a alimentação do bebé dita as regras e não se pode estabelecer um padrão único. Feitas as contas, ao longo dos primeiros dois anos e meio de vida, é bem provável que o bebé venha a usar cinco a seis mil fraldas. Equacione a melhor fralda para o bebé e o impacto ambiental e financeiro da escolha.
Numa fralda, o desafio é garantir que retém a maior quantidade de líquido, para que não passe para a pele mais sensível do bebé, prevenindo a sua irritação. A DECO PROTESTE testou fraldas clássicas e tipo cueca (para a fase do "treino para o bacio") e diz-lhe quais as melhores e mais baratas dentro de cada categoria. As Escolhas Acertadas permitem poupar, anualmente, 201 euros nas versões clássicas e 61 euros nas versões tipo cueca.
Fraldas descartáveis
São as mais práticas e a escolha da maioria dos pais.
A fralda descartável é composta por elásticos, essenciais para prevenir fugas durante o sono; uma camada absorvente de celulose, para reter o chichi na fralda; bandas elásticas, uma barreira para as fugas de chichi, sobretudo quando o bebé se mexe; e uma camada de plástico. O polietileno isola os líquidos no interior da fralda, os adesivos ajustam a fralda ao corpo e o núcleo central está impregnado com um material de grande capacidade de absorção.
Os fabricantes têm reduzido a quantidade de matéria-prima, sobretudo no polietileno para revestir a fralda e a espessura da celulose. Na maioria das fraldas, a celulose e o algodão são fibras de origem natural. Mas poucas se preocupam com a origem sustentável.
Por vezes, as embalagens destas fraldas exibem uma alegação sobre a presença de componentes, mas não mostram a lista de ingredientes. Se a criança for alérgica a um determinado componente, é importante para os pais e o pediatra conseguirem despistar a sua origem.
Fraldas reutilizáveis
As fraldas reutilizáveis, de material lavável na máquina, são progressivas e acompanham o crescimento da criança até aos dois ou três anos. O tipo de lavagem é crucial no que respeita ao impacto ambiental: temperatura, número de ciclos de lavagem, quantidade de detergente e forma de secar. Para reduzir este impacto ambiental, use o estendal e deixe a máquina de secar para último recurso. Se as guardar para uma segunda criança, ajuda ainda mais o ambiente e, em primeiro lugar, a sua carteira!
Mudar a fralda em segurança
Para mudar a fralda, escolha um local quente e agradável. Coloque o bebé numa superfície limpa e estável. Certifique-se de que tem à mão uma fralda e uma toalha limpa sob o bebé, toalhitas para limpar o rabinho ou compressas e creme hidratante ou pomada à base de óxido de zinco, se a pele estiver irritada.
A higiene das meninas e dos meninos deve ser cuidadosa e externa. Por exemplo, não limpe o interior da vagina e não levante o prepúcio, nos meninos.
Numa cama ou superfície elevada para mudar a fralda, nunca deixe o bebé sozinho. Pode mover-se e cair.
Quando descolar os adesivos da fralda usada, cole-os sobre si mesmos, para evitar que se agarrem à pele do bebé. Se a pele estiver “assada”, opte por toalhitas sem perfumes, álcool ou cloreto de cetilpiridínio (antimicrobiano). Lave o rabinho do bebé só com água e sabão neutro e seque bem. Depois aplique uma pomada à base de óxido de zinco.
Proteger a pele do bebé
A inflamação da pele na zona da fralda, designada por dermatite da fralda, é um problema comum, sobretudo durante o primeiro ano de vida. Pode atingir as nádegas, a região do períneo (entre o ânus e os órgãos sexuais), o baixo abdómen e as coxas.
O ambiente que se cria nesta área é propício ao desenvolvimento de lesões: além de contactar com substâncias irritantes das fezes e da urina, a pele está em constante fricção com a fralda, favorecendo a rutura dos tecidos. A humidade e a temperatura elevadas devido à pouca circulação de ar agravam o problema e permitem o crescimento de microrganismos. O calor, por seu lado, dilata os vasos e causa inflamação. Na maioria dos casos, a pele recupera em dois ou três dias, se tiver os cuidados necessários.
Em caso de dermatite, mude a fralda com maior frequência, lave a pele, seque cuidadosamente e use um creme-barreira. Em geral, recomenda-se a aplicação de uma camada densa de creme, de modo a formar uma barreira física entre a pele, a fralda e as substâncias irritantes.
Creme para mudar a fralda
Os bebés precisam de poucos produtos de higiene (quanto menos melhor). A sua composição não deve alterar o equilíbrio da pele, nem expô-la a substâncias suscetíveis de causar alergias. Por isso, a utilização de perfumes e de alguns conservantes, como o álcool benzílico, deve ser evitada ou reduzida ao mínimo em produtos para bebé.
Leia atentamente os rótulos e prefira produtos sem ingredientes alergénicos e com o menor número conservantes. Esta recomendação é particularmente importante nos casos em que o bebé tem pele muito sensível. Escolha um creme-barreira com óxido de zinco ou dexpantenol, ingredientes com capacidade de proteger a superfície da pele. Estes produtos servem para formar um escudo protetor na pele. O creme deve limitar o contacto com as substâncias irritantes, como as fezes e a urina, e a fricção com a fralda, permitindo a regeneração natural. Se acelerarem o processo de recuperação, tanto melhor.
Para evitar que o seu bebé venha a sofrer com dermatites:
- mantenha o rabinho seco, evitando o contacto com as fezes e a urina;
- mude a fralda sempre que o bebé a suje. Aos recém-nascidos, de hora a hora, e para os restantes, de três ou quatro horas;
- evite toalhitas com perfume ou substâncias irritantes, gel de banho ou sabão;
- quando possível, limpe o bebé com algodão ou compressas embebidos em água morna;
- não limpe o bebé com uma parte da fralda mesmo que esteja como nova;
- caso utilize fraldas de algodão, lave-as com detergente do bebé e não engome demais, pois o tecido duro pode danificar a pele.
- evite pós, como o talco, com óxido de zinco, amido de milho ou caulino, uma vez que estes podem aglomerar-se nas feridas desencadeando uma infeção ou retardando a cicatrização. Se os usar, mantenha-os longe da face da criança, para prevenir uma eventual pneumonia química por inalação de partículas. Os analgésicos de uso externo, a cânfora e o eucaliptol, não são recomendados, uma vez que podem agravar o problema.
Não dê grande importância a alegações como “dermatologicamente testado”. Estas indicações não significam que os produtos sejam mais seguros do que os restantes. A menção “hipoalergénico” apenas indica que não possui ingredientes com potencial alergénico conhecido.
Bebé no bacio poupa o ambiente
Quando o bebé troca as fraldas pelo bacio, poupa a carteira dos pais e também o ambiente, porque passa a produzir menos lixo.
Dois anos e meio é a idade habitualmente considerada adequada para retirar as fraldas. Mas, a partir dos 18 meses, poderá ser possível começar a treinar o controlo do chichi e do cocó.
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