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Como escolher produtos contra piolhos e lêndeas

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Existem vários produtos antiparasitários no mercado para tratar o problema dos piolhos e lêndeas. Saiba como escolher produtos contra a pediculose.

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Piolhos e lêndeas

A pediculose (infestação humana por piolhos) é um problema comum, especialmente em crianças em idade escolar. Embora não represente um risco grave para a saúde, pode causar desconforto, comichão e stress familiar.  

Existem vários métodos de tratamento disponíveis, mas nem todos são igualmente eficazes. A infestação por piolhos não está relacionada com a higiene do cabelo, uma vez que estes não têm preferência por cabelos limpos ou sujos. 

Qualquer pessoa pode “apanhar” estes parasitas, uma vez que o contágio é favorecido por contacto próximo e prolongado entre cabeças, como ocorre nas escolas, entre as crianças, por exemplo. Há pouca evidência de que os piolhos se transmitam através de roupas ou objetos, como gorros, bonés, adereços do cabelo, escovas ou almofadas. Fora do couro cabeludo, os piolhos desidratam-se e morrem após várias horas ou alguns dias, pelo que a transmissão indireta é pouco provável, embora não seja impossível.

Os piolhos são pequenos insetos parasitas, com cerca de 2 a 3 mm de comprimento, que vivem no couro cabeludo humano e que se alimentam de sangue. A sua cor varia entre castanho-claro e castanho-escuro, podendo tornar-se avermelhados após se alimentarem. Têm garras nas patas que lhes permitem agarrar-se firmemente aos fios de cabelo e mover-se facilmente. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os piolhos não saltam nem voam.

A fêmea do piolho deposita 8 a 12 ovos por dia junto ao couro cabeludo, onde a temperatura é ideal para o seu desenvolvimento (são as conhecidas lêndeas). Ao fim de 7 a 10 dias nascem novos piolhos, que ao fim de cerca de três semanas atingem a idade adulta e podem então depositar mais ovos. O piolho vive, em média, 30 dias, mas sobrevive apenas várias horas ou alguns dias fora do hospedeiro.

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Principais sintomas

A comichão na cabeça é, habitualmente, o sintoma mais característico de uma infestação de piolhos ou lêndeas, que depois pode provocar irritações ou feridas devido ao ato de coçar. Esta comichão é provocada pelas picadas dos piolhos e resulta de uma reação alérgica às substâncias presentes na sua saliva, que são injetadas na pele quando o inseto se alimenta de sangue.

Para confirmar o “diagnóstico”, é, no entanto, necessário verificar a cabeleira, mecha por mecha. A forma mais eficaz de o fazer é através da passagem de um pente fino.

Se pensa que pode manter a cabeça do seu filho longe dos parasitas, saiba de antemão que é uma missão quase impossível. Existem alguns produtos no mercado que afirmam prevenir a infestação, mas não existe evidência científica sólida que comprove a sua eficácia. Por esse motivo, a DECO PROteste não recomenda a sua utilização.

Uma infestação por piolhos da cabeça (pediculus humanus capitis) é relativamente inofensiva e não constitui um perigo grave para a saúde. No entanto, não desaparece espontaneamente e requer tratamento adequado. Felizmente, existem várias opções de tratamento para formas de "atacar" os parasitas.

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Tipos de tratamentos disponíveis

Existem muitas opções para atacar o problema, mas nem todas são igualmente eficazes ou práticas.

Pentes finos e elétricos

A passagem do pente fino pode ser usada como único método de tratamento ou como complemento para eliminar piolhos.  A sua eficácia depende do design do pente e da habilidade de quem o utiliza. Alguns pentes capturam apenas piolhos, enquanto outros removem também as lêndeas.

Pentear o cabelo molhado facilita a passagem do pente e torna a remoção dos parasitas mais eficaz do que no cabelo seco. O procedimento deve ser repetido a cada três dias, durante duas semanas, exigindo paciência e disciplina tanto dos pais quanto das crianças.

Os pentes elétricos eliminam os piolhos por contacto, electrocutando-os à medida que passam pelo cabelo.

Tratamentos naturais e remédios caseiros

Passam de geração em geração e circulam pela net muitas receitas caseiras, ditas naturais, para lidar com os parasitas. Existem várias que são popularmente utilizadas para eliminar piolhos, como o uso de óleo de coco, maionese, vinagre ou óleos essenciais. Os tratamentos com estes produtos caseiros geralmente não são eficazes, como a DECO PROteste verificou em quatro receitas caseiras, cuja eficácia contra os piolhos vai de má a excelente. Já face às lêndeas, a eficácia é nula ou muito próxima disso.

Também existem produtos comercializados à base de óleos essenciais e óleo de coco mas sabe-se pouco sobre o seu mecanismo de ação.  

Soluções para piolhos e lêndeas - receitas caseiras

Maionese

Diz-se que só a versão caseira funciona. Como tal, a DECO PROteste preparou uma receita e passou uma porção generosa numa mecha de cabelo de teste. O produto permaneceu por duas horas, findas as quais o cabelo foi lavado e penteado. Apenas 60% dos piolhos foram eliminados. Quanto às lêndeas, todas sobreviveram à prova.

Vinagre de vinho branco

Diz-se que “descola” as lêndeas do cabelo. Diluiu-se uma colher de vinagre num copo de água, e aplicou-se por um período de apenas 15 minutos, já que este condimento é ácido. Lavado e penteado o cabelo, os resultados foram dececionantes: só cerca de 10% de piolhos e lêndeas tiveram o final desejado.

Óleo de coco

Diz-se que asfixia os piolhos. Aplicou-se uma boa quantidade, que se deixou por 12 horas. Depois, lavou-se e penteou-se o cabelo. Morreram todos os piolhos, mas quatro em cinco lêndeas ficaram vivas. O tempo de aplicação não é realista: para melhores resultados, há que repetir o tratamento.

Óleo de coco + óleo de árvore do chá

Diz-se que o forte odor dos óleos essenciais repele os parasitas. Neste caso, usou-se uma mistura destes dois óleos diluída em água, que, ao fim de 15 minutos de aplicação, provou ser menos eficaz do que o óleo de coco sozinho. Matou cerca de 80% dos piolhos, mas nenhuma das lêndeas.

Segundo o Comité Científico de Segurança do Consumidor (Scientific Committee on Consumer Safety - SCCS), da União Europeia, o óleo de árvore do chá  não se destina a ser utilizado em crianças. No entanto, é expectável que estas possam ocasionalmente estar expostas a produtos cosméticos que o contenham. De acordo com o parecer mais recente da instituição, este ingrediente pode ser considerado seguro em certos produtos cosméticos até às concentrações especificadas, embora seja um sensibilizante cutâneo moderado.

Sprays, soluções, géis, loções e cremes antiparasitários

O tratamento mais eficaz é a aplicação de antiparasitários específicos sob a forma de spray, solução, gel, creme ou loção. Alguns destes produtos recorrem a agentes sufocantes, os quais atuam por mecanismo físico, asfixiando o piolho. Exemplos destes ingredientes ativos incluem os silicones, como o dimeticone e o miristato de isopropilo.

Existem também produtos que atuam quimicamente, contendo inseticidas como a permetrina. Têm, contudo, alguns inconvenientes. Por exemplo, podem favorecer a resistência dos parasitas, à semelhança do que ocorre com bactérias, suscetíveis de adaptar-se e resistir aos antibióticos. Casos de resistência já foram relatados em países como França, Reino Unido e República Checa.

Qualquer que seja o produto escolhido, as instruções devem ser rigorosamente cumpridas, porque até produtos eficazes podem falhar, se não forem corretamente aplicados.

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Centros especializados

Os centros especializados na eliminação de piolhos e lêndeas oferecem diferentes métodos de tratamento, recorrendo a tecnologias específicas. Por exemplo, alguns combinam a aspiração do couro cabeludo com a emissão de ar quente impulsionado. Outros, utilizam a aspiração, seguida da passagem de pentes profissionais, que removem os parasitas e os ovos aderidos ao cabelo. Em determinados locais, o tratamento é ainda finalizado com uma revisão minuciosa através de lupas de alta graduação, assegurando que o problema ficou totalmente resolvido.

Estes centros já se encontram em várias localidades do país e prestam serviços tanto a crianças como a adultos. Em alguns casos, incluem ainda garantia de resultados e revisões posteriores ao tratamento.

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Cuidados complementares ao tratamento

Eliminar os piolhos e lêndeas não impede que a infestação volte a ocorrer.

Não há muito que possa fazer para prevenir uma nova infestação. A melhor estratégia é estar atento e evitar o contacto direto com cabelos infestados. Como vigilância, pode inspecionar regularmente o cabelo, passando um pente fino.

No caso de uma criança infestada, é importante informar a escola. Para além disso, é importante ensinar as crianças que não devem usar pentes ou chapéus de outros, nem emprestar-lhes os seus.

Se houver outros casos na família ou na escola, todos devem ser verificados e tratados ao mesmo tempo, para evitar um ciclo de contágio. Embora a transmissão indireta seja pouco provável, alguns cuidados de higiene podem ajudar a reduzir o risco de contágio. Por isso, apostar na descontaminação do ambiente e de alguns objetos e roupa pode ser benéfica. 

Roupa e objetos pessoais

Lave em água quente (pelo menos, 60°C) a roupa de cama, toalhas, chapéus e roupas usados nos dias anteriores ao tratamento. As escovas e pentes devem ser lavados com água quente e sabão, ou deixados de molho em água quente durante algum tempo.

Ambiente

Aspire a casa e o carro. Deite o saco do aspirador fora.

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Questões frequentes

Respondemos às principais dúvidas sobre produtos contra piolhos e lêndeas.

Como fazer o tratamento a grávidas e a pessoas com alergia?

Não utilize produtos para tratamento da pediculose se está grávida ou a amamentar, sem indicação do seu médico, pois nem todos os produtos disponíveis são adequados durante a gravidez ou lactação. O mesmo no caso de ter alergia ou hipersensibilidade a algum dos componentes. Verifique sempre a lista de ingredientes do produto em questão e consulte um profissional de saúde para orientação adequada.

Em qualquer caso, o tratamento deve ser descontinuado se surgir rash cutâneo, vermelhidão, comichão associada a edema, ou qualquer outro sinal de hipersensibilidade. Todas as reações adversas devem ser reportadas ao Infarmed

 

É preciso cortar o cabelo?

Rapar o cabelo pode facilitar o combate aos piolhos e lêndeas e, por isso, pode ser uma opção a considerar. Os cabelos compridos são também maiores transmissores de piolhos, uma vez que o cabelo longo facilita o contacto com outras cabeças.

No entanto, o sucesso do tratamento não depende necessariamente de cortar o cabelo. O comprimento do cabelo influencia, sobretudo, a quantidade de produto necessária e o tempo gasto no procedimento. O mais importante é seguir cuidadosamente as instruções de utilização indicadas no folheto informativo do produto antiparasitário.

 

O que fazer se o tratamento falhar?

Deve seguir rigorosamente as instruções de cada produto antiparasitário, sobretudo no que diz respeito à duração do tratamento e ao intervalo entre aplicações. Alguns requerem uma segunda aplicação, geralmente 7 a 10 dias após a primeira, para eliminar eventuais ovos que tenham sobrevivido ou eclodido entretanto.

É importante lembrar que o uso excessivo destes produtos pode ser prejudicial — destinam-se apenas ao tratamento e não à prevenção. Não existem soluções milagrosas para evitar a pediculose. Inspeções regulares ajudam a detetar precocemente piolhos e lêndeas, permitindo iniciar ou repetir o tratamento o mais cedo possível. Se for necessário realizar novos tratamentos, consulte um profissional de saúde (médico ou farmacêutico) para obter orientação sobre a opção mais adequada.

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