Preços dos brócolos, da laranja e dos ovos foram os que mais aumentaram desde janeiro
Os preços dos brócolos, da laranja e dos ovos já aumentaram entre 49% e 28% desde a primeira semana do ano. Veja quanto custa agora o cabaz alimentar monitorizado pela DECO PROteste.

O preço do cabaz alimentar monitorizado pela DECO PROteste registou uma ligeira descida na última semana. Na primeira semana de setembro, o cabaz alimentar ficou 61 cêntimos (menos 0,25%) mais barato e custa agora 240,56 euros. Ainda assim, este continua a ser um dos preços mais elevados desde que a organização de defesa do consumidor começou a acompanhar o preço desta cesta de bens essenciais.
No início deste ano, a 1 de janeiro, o cabaz alimentar custava menos 4,39 euros (menos 1,86 por cento). Há um ano, a 4 de setembro, custava menos 15,45 euros (menos 6,86 por cento). Já em janeiro de 2022, os consumidores gastavam menos 52,86 euros (menos 28,16%) para comprar exatamente os mesmos produtos alimentares.
Os brócolos, a laranja e os ovos foram os produtos cujo preço mais aumentou percentualmente desde o início deste ano. No caso dos brócolos, o aumento chegou aos 49 por cento. Um quilo deste hortícola pode agora custar 4,16 euros. Na laranja, a subida atingiu os 31%, para 1,96 euros por quilo. Já os ovos viram o seu preço aumentar 28%, para 2,06 euros.
Como é calculado o preço do cabaz?
Desde janeiro de 2022 que a DECO PROteste acompanha a evolução dos preços dos bens alimentares essenciais, analisando, todas as quartas-feiras, o custo total de um cabaz, com base nos preços recolhidos no dia anterior nos principais supermercados com loja online.
Começa-se por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online do simulador, em que se encontra disponível. Depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtém-se o custo do cabaz para um determinado dia.
Carne
- Lombo de porco
- Frango inteiro
- Febras de porco
- Costeletas de porco
- Bife de peru
- Carne de novilho para cozer
- Perna de peru
Peixe
- Bacalhau graúdo
- Dourada
- Salmão
- Pescada fresca
- Carapau
- Peixe-espada-preto
- Robalo
- Perca
Congelados
- Douradinhos de peixe
- Ervilhas ultracongeladas
- Medalhões de pescada
Frutas e legumes
- Laranja
- Maçã gala
- Maçã golden
- Banana
- Tomate
- Couve-flor
- Alface
- Brócolos
- Cenoura
- Batata-vermelha
- Curgete
- Alho
- Cebola
- Couve-coração
Laticínios
- Queijo curado fatiado embalado
- Queijo flamengo fatiado embalado
- Leite UHT meio-gordo
- Manteiga com sal
- Iogurte de aroma (pack de oito)
- Iogurte líquido de morango (pack de quatro)
- Ovos
Mercearia
- Grão cozido
- Feijão cozido
- Óleo alimentar 100% vegetal
- Azeite virgem extra
- Sal grosso
- Arroz carolino
- Arroz agulha
- Salsichas Frankfurt
- Atum posta em azeite
- Atum posta em óleo
- Açúcar branco
- Massa espirais
- Esparguete
- Polpa de tomate
- Farinha para bolos
- Cereais de trigo, arroz e aveia integrais
- Flocos de cereais de mel
- Cereais de fibra
- Carcaça tradicional
- Peito de peru fatiado
- Fiambre da perna fatiado
- Bolacha maria
- Pão de forma sem côdea
- Café torrado moído
Quais os produtos que mais aumentaram?
Na última semana, entre os dias 27 de agosto e 3 de setembro, os produtos cujo preço mais aumentou percentualmente foram o iogurte líquido, a batata-vermelha e o grão cozido, todos com aumentos percentuais de 10 por cento.
Se compararmos os preços desta semana com os da primeira semana do ano, a 1 de janeiro de 2025, além dos brócolos, da laranja e dos ovos, a maior subida percentual de preço verificou-se em produtos como o café torrado moído (mais 24%), o esparguete (mais 19%) e a couve-coração (mais 17 por cento).
Já desde que a DECO PROteste iniciou esta análise, a 5 de janeiro de 2022, os maiores aumentos percentuais foram os da carne de novilho para cozer (mais 97%), dos ovos (mais 81%) e da laranja (mais 81 por cento).
Preço do cabaz aumentou 6,17 euros desde o fim do IVA zero
Para conter a subida dos preços na alimentação em 2023, a 27 de março de 2023, o Governo assinou um acordo com o retalho alimentar e o setor da produção agroalimentar que se traduziu na isenção de IVA num cabaz com mais de 40 alimentos entre 18 abril de 2023 e 4 de janeiro de 2024. A lista de produtos com IVA zero foi definida com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde e incluía os alimentos mais consumidos pelas famílias em Portugal.
Frutas (no estado natural)
- Maçã
- Banana
- Laranja
- Pera
- Melão
Legumes (frescos ou refrigerados, secos, desidratados ou congelados, ainda que previamente cozidos)
- Cebola
- Tomate
- Couve-flor
- Alface
- Brócolos
- Cenoura
- Curgete
- Alho-francês
- Abóbora
- Grelos
- Couve-portuguesa
- Espinafres
- Nabo
- Ervilhas
Cereais e derivados, e tubérculos
- Pão
- Arroz (em película, branqueado, polido, glaciado, estufado, convertido em trincas)
- Massas alimentícias e pastas secas similares, excluindo massas recheadas
- Batata (em estado natural, fresca ou refrigerada)
Leguminosas (em estado seco)
- Feijão-vermelho
- Feijão-frade
- Grão-de-bico
Laticínios
- Leite de vaca em natureza, esterilizado, pasteurizado, ultrapasteurizado, fermentado ou em pó;
- Iogurtes ou leites fermentados
- Queijo
Carne e miudezas comestíveis, frescas ou congeladas
- Porco
- Frango
- Peru
- Vaca
Peixe fresco, refrigerado, congelado, seco, salgado ou em salmoura, com exclusão do peixe fumado ou em conserva
- Bacalhau
- Pescada
- Sardinha
- Carapau
- Dourada
- Cavala
Gorduras e óleos
- Azeite
- Óleos alimentares vegetais
- Manteiga
Outros
- Ovos de galinha (frescos, secos ou conservados)
- Atum em conserva
- Bebidas e iogurtes de base vegetal, sem leite e laticínios, produzidos à base de frutos secos, cereais ou preparados à base de cereais, frutas, legumes ou produtos hortícolas
- Produtos dietéticos destinados à nutrição entérica e produtos sem glúten para doentes celíacos
De acordo com a DECO PROteste, desde o último dia de isenção de IVA nos alimentos, a 4 de janeiro de 2024, o cabaz de 41 alimentos que tiveram IVA zero viu o seu preço subir 6,17 euros (mais 4,35%), de 141,97 euros para 148,14 euros, a 3 de setembro de 2025.
As contas da organização de defesa do consumidor revelam que a carne de novilho para cozer, os ovos e a dourada foram os produtos que registaram as maiores subidas percentuais de preço desde o último dia da isenção de IVA, a 4 de janeiro do ano passado, com aumentos de 40%, 34% e 34%, respetivamente.
Porque aumentaram os preços dos alimentos nos últimos três anos?
A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes grande parte dos cereais consumidos na União Europeia (e em Portugal) veio pressionar o setor agroalimentar, que estava há já vários meses a braços com as consequências da pandemia de covid-19 e da seca. A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente dos fertilizantes e da energia, necessários à produção agroalimentar, refletiu-se, por isso, num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal em 2022.
Taxa de inflação volta a acelerar em agosto
Os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como a alimentação, contribuíram para o aumento da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, de acordo como Instituto Nacional de Estatística (INE), no final do ano passado, a taxa de inflação média anual terá ficado nos 2,4%, um valor bastante abaixo dos 4,3% de 2023 e dos 7,8% de 2022. Em abril de 2025, contudo, a taxa de inflação do País voltou às subidas, depois de três meses consecutivos a descer. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, em julho fixou-se nos 2,6%, e, em agosto, atingiu os 2,8 por cento.
Para poupar nas compras semanais, pesquise os supermercados mais baratos e compare o índice diário das várias cadeias de distribuição para o mesmo cabaz de produtos, no simulador da DECO PROteste, disponível na plataforma Saber Poupar, em www.saberpoupar.pt. Pode pesquisar por distrito ou concelho e até selecionar o tipo de alimentos que costuma comprar.
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