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Preço dos brócolos já aumentou 39% este ano

Desde que o ano começou, o preço dos brócolos aumentou 39 por cento. Para comprar um quilo deste hortícola, os consumidores podem agora ter de gastar quase 4 euros. O cabaz alimentar monitorizado pela DECO PROteste também está quase 6 euros mais caro em comparação com janeiro deste ano.

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02 outubro 2025
pai com a filha num corredor de supermercado

iStock

Os brócolos são já o produto do cabaz alimentar da DECO PROteste cujo preço mais aumentou face a 1 de janeiro deste ano. Um quilo de brócolos pode agora custar 3,87 euros, mais 1,08 euros (mais 39%) do que na primeira semana do ano. Na última semana, entre 24 de setembro e 1 de outubro, o preço deste hortícola sofreu um aumento de 12 cêntimos por quilo (mais 3 por cento).

O preço do cabaz alimentar monitorizado pela DECO PROteste, por outro lado, registou uma ligeira descida de 48 cêntimos (menos 0,20%) na última semana, e custa agora 241,97 euros. Ainda assim, está mais caro do que na primeira semana de 2025 e regista um dos preços mais elevados desde que DECO PROteste começou a acompanhar o preço desta cesta de bens essenciais, em 2022. No início de janeiro deste ano, custava menos 5,81 euros (menos 2,46 por cento). Já há quase quatro anos, a 5 de janeiro de 2022, era possível comprar os mesmos produtos por menos 54,27 euros (menos 28,91 por cento).

Como é calculado o preço do cabaz?

Desde janeiro de 2022 que a DECO PROteste acompanha a evolução dos preços dos bens alimentares essenciais, analisando, todas as quartas-feiras, o custo total de um cabaz, com base nos preços recolhidos no dia anterior nos principais supermercados com loja online.

Começa-se por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online do simuladorem que se encontra disponível. Depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtém-se o custo do cabaz para um determinado dia. 

Veja a lista de 63 produtos que compõem o cabaz de bens essenciais

Carne

  • Lombo de porco
  • Frango inteiro
  • Febras de porco
  • Costeletas de porco
  • Bife de peru
  • Carne de novilho para cozer
  • Perna de peru

Peixe

  • Bacalhau graúdo
  • Dourada
  • Salmão
  • Pescada fresca
  • Carapau
  • Peixe-espada-preto
  • Robalo
  • Perca

Congelados

  • Douradinhos de peixe
  • Ervilhas ultracongeladas
  • Medalhões de pescada

Frutas e legumes

  • Laranja
  • Maçã gala
  • Maçã golden
  • Banana
  • Tomate
  • Couve-flor
  • Alface
  • Brócolos
  • Cenoura
  • Batata-vermelha
  • Curgete
  • Alho
  • Cebola
  • Couve-coração

Laticínios

  • Queijo curado fatiado embalado
  • Queijo flamengo fatiado embalado
  • Leite UHT meio-gordo
  • Manteiga com sal
  • Iogurte de aroma (pack de oito)
  • Iogurte líquido de morango (pack de quatro)
  • Ovos

Mercearia

  • Grão cozido
  • Feijão cozido
  • Óleo alimentar 100% vegetal
  • Azeite virgem extra
  • Sal grosso
  • Arroz carolino
  • Arroz agulha
  • Salsichas Frankfurt
  • Atum posta em azeite
  • Atum posta em óleo
  • Açúcar branco
  • Massa espirais
  • Esparguete
  • Polpa de tomate
  • Farinha para bolos
  • Cereais de trigo, arroz e aveia integrais
  • Flocos de cereais de mel
  • Cereais de fibra
  • Carcaça tradicional
  • Peito de peru fatiado
  • Fiambre da perna fatiado
  • Bolacha maria
  • Pão de forma sem côdea
  • Café torrado moído

Quais os produtos que mais aumentaram? 

Na última semana, entre 24 de setembro e 1 de outubro, os produtos cujo preço mais aumentou percentualmente foram a batata-vermelha (mais 11%), os medalhões de pescada (mais 8%) e os flocos de cereais (mais 8 por cento).

Se compararmos os preços desta semana com os da primeira semana do ano, a 1 de janeiro de 2025, além dos brócolos, a maior subida percentual de preço verificou-se em produtos como o café torrado moído (mais 29%), a laranja (mais 28%) e os ovos (mais 28 por cento).

Já desde que a DECO PROteste iniciou esta análise, a 5 de janeiro de 2022, os maiores aumentos percentuais foram os da carne de novilho para cozer (mais 97%), dos ovos (mais 81%) e da laranja (mais 77 por cento).

Porque aumentaram os preços dos alimentos nos últimos três anos?

A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes grande parte dos cereais consumidos na União Europeia (e em Portugal) veio pressionar, em 2022, o setor agroalimentar, que estava há já vários meses a braços com as consequências da pandemia de covid-19 e da seca. A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente dos fertilizantes e da energia, necessários à produção agroalimentar, refletiu-se, por isso, num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal em 2022.

A subida dos preços na alimentação levou o Governo a adotar, em abril de 2023, a isenção de IVA num cabaz com mais de 40 alimentos. E se inicialmente a medida até ajudou a controlar a subida dos preços, poucos meses depois o impacto deixou de se fazer sentir na carteira dos consumidores, com o preço do cabaz alimentar novamente a disparar.

Já em 2024, e após a reposição deste imposto, os preços de alguns produtos continuaram a subir. Em abril de 2024, por exemplo, uma garrafa de 75 centilitros de azeite chegou a custar 12 euros. O ano de 2025, por outro lado, tem sido marcado, sobretudo, por subidas nos preços dos ovos, do café torrado moído ou até do chocolate.

Taxa de inflação abranda em setembro

Os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor contribuíram para o aumento da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, de acordo como Instituto Nacional de Estatística (INE), no final do ano passado, a taxa de inflação média anual terá ficado nos 2,4%, um valor bastante abaixo dos 4,3% de 2023 e dos 7,8% de 2022. Em abril de 2025, contudo, a taxa de inflação do País voltou às subidas. Já em setembro, de acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Estatística, deverá ter abrandado, para 2,4%, menos 0,4 pontos percentuais do que em agosto.

Para poupar nas compras semanais, pesquise os supermercados mais baratos e compare o índice diário das várias cadeias de distribuição para o mesmo cabaz de produtos, no simulador da DECO PROteste, disponível na plataforma Saber Poupar, em www.saberpoupar.pt. Pode pesquisar por distrito ou concelho e até selecionar o tipo de alimentos que costuma comprar.

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