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Fim de semana no Gerês: sítios, rios e cascatas a visitar

As folhas mudam de cor, e o coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês convida a uma viagem transformadora. Aqui o outono é uma sinfonia de tons vibrantes, paisagens serenas e lugares imperdíveis.

Editor:
30 outubro 2023
Cascata do Arado, no coração do Gerês, deslumbra entre a rocha e a serra

Marlene Marques/Marlene On The Move

Desafiámos Marlene Marques, do blogue Marlene On The Move para guiar os consumidores pelos trilhos, rios e cascatas do único parque nacional do País. No Noroeste de Portugal, longe das ruas movimentadas dos grandes centros urbanos, encontra-se uma das maiores joias naturais do País: o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Embora cada estação traga o seu encanto único a este paraíso natural, o outono é o herói desconhecido do Gerês. Uma estação de tons quentes, ar fresco e paisagens tranquilas, que recebe de braços abertos todos os que procuram momentos mais sossegados e em comunhão com a natureza.

Pelos caminhos do Gerês

Ao entrar de automóvel no coração do parque, notará imediatamente a transformação das cores. O Gerês tem várias portas de entrada, seja por Vilar da Veiga, Melgaço ou Arcos de Valdevez, entre outros acessos, mas a sugestão é que, por esta altura, o faça pela Porta de Campo do Gerês, rumo à Mata da Albergaria. O extenso carvalhal galaico-português desta bela floresta está transformado numa tela viva, num cenário pintado de laranjas vibrantes e dourados rústicos. É um convite para percorrer os trilhos, aspirando o aroma a terra das folhas caídas.

Se o que procura é serenidade, uma visita a Vilarinho das Furnas pode bem ser uma boa opção. O silêncio reina por aqui, agora que o verão terminou. No outono, quando o nível das águas está mais baixo e antes que as chuvas regressem, os contornos das velhas paredes de pedra desta antiga aldeia comunitária – submersa em 1971 pelas águas da barragem – emergem das profundezas, sussurrando segredos de um tempo passado.

Do sossego das vistas ao ruído das cascatas

É também o sussurrar do vento nas copas das árvores que ouvirá, quando visitar o Miradouro da Pedra Bela, um dos mais icónicos do Gerês. As vistas panorâmicas daqui são as mais belas de todo o parque, e o espetáculo das cores do outono espalhadas pela paisagem, até onde a vista alcança, é nada menos do que hipnotizante.

Também a Cascata de Fecha de Barjas, mais conhecida como a Cascata do Tahiti, é ponto de paragem obrigatório para quem visita o Gerês. Se, no verão, este é um dos lugares mais movimentados do parque, no outono, voltam os momentos mais tranquilos. Mesmo que não se atreva a mergulhar nas piscinas de água doce, agora ainda mais frias e revoltas, o anfiteatro natural, coberto da folhagem de outono, vai conquistar.

Se não se assusta com a temperatura da água e procura um pouco mais de aventura, vista um colete salva-vidas e navegue de canoa nas águas tranquilas do rio Cávado. No outono, a ausência das multidões que se verificam no verão eleva a experiência a um nível sublime, permitindo-lhe remar por um corredor de cores outonais.

As gentes do Gerês

O Gerês não se afirma apenas pela natureza deslumbrante, mas também pelas povoações que ali nasceram e que, de certa forma, pararam no tempo. Também elas ganham novo charme nesta estação – da santidade tranquila de São Bento da Porta Aberta, cujo santuário fica envolto nos tons dourados da natureza, e oferece a sensação de se ter tropeçado num mundo etéreo, aos antigos espigueiros nas aldeias de Soajo e Lindoso, emoldurados por árvores em transição sazonal, como que acentuando ainda mais o seu significado histórico. Uma visita a estas povoações traz de volta histórias de tempos passados, mas que ainda hoje estão bem vivas.

Outra forma de descobrir de perto o espírito e as tradições comunitárias locais é fazer alguns dos trilhos que atravessam o Gerês. O Trilho dos Currais percorre três currais do Baldio de Vilar da Veiga (Espinheira, Carvalha das Éguas e Lomba do Vidoeiro), numa área de grande beleza natural. Com ponto de partida no Centro de Educação Ambiental do Vidoeiro, este é um trilho de alguma dificuldade, feito por terra e rocha, mas que vale a pena, se for um amante de caminhadas.

À medida que as folhas mudam e o ar se torna mais fresco, o Gerês transforma-se numa miscelânea de cores outonais e sensações verdadeiramente inspiradoras. Se procura uma viagem que deixará memórias inesquecíveis, o Parque Nacional da Peneda-Gerês é o destino ideal para este outono.

Informações úteis sobre o Gerês

O custo mínimo para estada a dois em hotel, de 3 a 5 de novembro, é 131 euros. Os preços foram recolhidos online, a 26 de setembro, para hotel de quatro estrelas com pequeno-almoço, na área da Caniçada. O alojamento em turismo rural, até 20 quilómetros, custa a partir de 108 euros. 

Para o mesmo cenário, na área de Castro Laboreiro, em hotel de três estrelas, o preço mínimo é 107 euros. O alojamento em turismo rural custa desde 140 euros.

Automóvel é necessário

Os transportes públicos são a melhor opção de viagem ao nível ambiental, ainda que escassos no interior do parque. Leve o carro.

Mapas e GPS aconselháveis

O Parque Nacional da Peneda-Gerês estende-se por quase 70 mil hectares, pelo que é aconselhável ter um mapa ou uma aplicação de GPS para acompanhar os melhores trajetos entre os pontos a visitar.

Clima instável

Leve roupa adequada para atividades ao ar livre e mudanças rápidas de tempo, que ocorrem com alguma frequência nesta zona do País.

A melhor porta de entrada

  • Porta de Campo do Gerês: na freguesia de Vilar da Veiga, perto da sede do parque.
  • Porta de Lamas de Mouro: no norte do parque, perto da vila de Melgaço.
  • Porta de Mezio: perto de Arcos de Valdevez.
  • Porta do Lindoso: próxima à vila com o mesmo nome, famosa pelo castelo medieval e pelos espigueiros.
  • Porta de Montalegre: instalada no Ecomuseu do Barroso, no concelho de Montalegre.

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