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Arcos de Valdevez: viajar entre cachenas e rios de prata

Surpreende pelas vilas históricas e pela gastronomia incontornável. Mas a nossa proposta é feita de rios desafiantes, florestas encantadas e algumas das paisagens mais deslumbrantes que alguma vez viu.

  • Editor
  • Marlene Marques/Marlene On The Move
06 junho 2022
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  • Marlene Marques/Marlene On The Move
rio Vez no centro de Arcos de Valdevez

Marlene Marques/Marlene On The Move

Na revista PROTESTE n.º 446, de junho, desafiámos Marlene Marques, do blogue Marlene On The Move, para nos contar tudo sobre o seu roteiro mais recente por Arcos de Valdevez. O frio da serra gela o rosto pela manhã – umas vezes mais, outras menos, dependendo da altura do ano. Estamos na Serra do Soajo, a sexta mais alta de Portugal Continental, e o ar fresco do nascer do dia é característico da região.

A viagem leva-nos ao norte do País, a Arcos de Valdevez. Mas, ao invés de passear pela cidade, para conhecer o estilo barroco ou visitar o Paço de Giela, embrenhemo-nos na natureza, pela fresca, para participar em algumas atividades destinadas aos mais aventureiros.

A estrada rompe pela montanha, com curvas e contracurvas mais difíceis para quem tem estômago sensível. Mas o cérebro é facilmente distraído pelas esplêndidas vistas e pelas cachenas que andam à beira da estrada. Estes bovinos de raça típica da região, de porte pequeno e longos chifres, parecem indiferentes quando o carro para ao seu lado e os braços se estendem para lhes tirar fotografias. Têm dono, mas andam por ali à solta, de sol a sol, como sempre o fizeram, mesmo antes de o Soajo ser o que é hoje.

Mas larguemos a estrada para abraçar o verde e as águas geladas. Na Vila de Soajo, conhecida pelos tradicionais espigueiros – uma eira comunitária centenária constituída por estruturas em pedra utilizadas para guardar os cereais –, vamos ao encontro do Rio Adrão, um dos afluentes do Lima no município de Arcos de Valdevez. Muitos vêm aqui para se refrescarem nos dias mais quentes. Mas a verdadeira aventura está para lá da praia fluvial.

O river trekking não é aconselhável para pessoas de mobilidade reduzida, e deve ser feito com alguém que conheça o lugar. Existem na zona empresas especializadas, que podem tornar a experiência mais agradável e segura. Porém, conte com uma nódoa negra ou um arranhão, fruto de caminhar (e até rastejar) sobre as pedras do rio.

Se a aventura parece, no mínimo, arriscada, as dúvidas dissipam-se quando, num percurso de cinco quilómetros, deparamos com poços de água fresca e cristalina, pequenas cascatas e uma banda sonora composta pelo rio a correr, os pássaros a cantar e a copa das árvores a mexer. Vai bem longe o som da cidade, e o que interessa é o aqui e agora.

Saídos do rio, partimos em busca de uma “floresta encantada”. É assim que chamam ao Parque Florestal de Miranda. A dez quilómetros da vila de Arcos de Valdevez, na margem direita do Rio Lima, Miranda foi em tempos conhecida pela cultura do trigo. Hoje, os visitantes procuram-na pela floresta de grande beleza, ideal para os amantes da bicicleta. Por aqui, a estrada facilita o movimento e traça rumo através de uma abundância de árvores autóctones, que cortam os raios do sol e oferecem a tão desejada sombra a meio do dia.

Mesmo saindo do parque e percorrendo trilhos não assinalados, em Miranda, os ciclistas são bem capazes de se cruzar com antigos moinhos e pontes de pedra, enquanto tiram o pulso a esta localidade nortenha conhecida pelo fabrico de pão.

De Miranda, partimos para uma última paragem nesta viagem por Arcos de Valdevez: Jolda São Paio. É daqui que parte a famosa EcoVia do Vez, a qual nos leva por caminhos rurais, calçadas antigas, passadiços, pontes medievais e moinhos de água, quase sempre acompanhados por paisagens deslumbrantes. O percurso estende-se por 32 quilómetros até ao Sistelo, uma das 7 Maravilhas de Portugal, mas o nosso fica-se pela vila de Arcos de Valdevez. Até porque a noite cai e chega o frio da serra.

Informações úteis em Arcos de Valdevez

Recomendamos ir no verão. Pode aliar a viagem a eventos típicos. O custo mínimo para uma noite a dois com alojamento e pequeno-almoço (4 a 5 de junho) é de 118 euros. O preço foi recolhido online, a 5 de maio, para hotéis de quatro estrelas da localidade.

Principais festividades

  • Festivinhão, festival enoturístico (3, 4 e 5 de junho).
  • Festas de Nossa Senhora da Lapa (6 a 14 de agosto).
  • Romaria de Nossa Senhora do Castelo (1 a 8 de setembro).

Como ir

De carro, pela A3, a A27 e a A28, todas com ligação ao IC28. Está a uma hora dos aeroportos do Porto e de Vigo. Também pode chegar de comboio, pelas estações de Braga, Viana do Castelo e Ourense.

Experimentar

Os Charutos dos Arcos, doce ex-líbris da região, considerado uma Maravilha de Portugal.

Onde ficar

Na vila de Arcos de Valdevez, encontra várias ofertas de alojamento.

Locais alternativos

Siga a Rota do Barroco e visite igualmente Valença, Viana do Castelo e Ponte de Lima. Também sugerimos observar as estrelas na Porta do Mezio.

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