Pescada não estava tão cara desde junho
A pescada fresca custa agora quase 12 euros por quilo, depois de uma subida de 14% em apenas uma semana. Esta variedade de peixe já não estava tão cara desde junho.

O preço do cabaz alimentar voltou a aumentar 2,07 euros (mais 0,86%) na última semana, atingindo os 242,45 euros. Este é um dos preços mais elevados desde que DECO PROteste começou a acompanhar o preço desta cesta de bens essenciais.
No início deste ano, a 1 de janeiro, para comprar exatamente os mesmos bens alimentares, os consumidores gastavam menos 6,29 euros (menos 2,66%), e há um ano, a 25 de setembro de 2024, gastavam menos 14,20 euros (menos 6,22 por cento). Já em janeiro de 2022, quando a organização de defesa do consumidor iniciou a monitorização do preço deste cabaz alimentar, era possível comprar os mesmos produtos por menos 54,75 euros (menos 29,1 por cento).
A pescada fresca está entre os produtos cujo preço mais aumentou na última semana, e atingiu o valor mais elevado desde junho deste ano, altura em que chegou a custar 11,99 euros por quilo. Depois de várias semanas consecutivas a variar entre os 9 e os 11 euros por quilo, esta semana o preço da pescada sofreu uma subida de 1,46 euros por quilo (mais 14%), para 11,81 euros por quilo. A pescada fresca tem sido, nos últimos três anos, um dos produtos que tem registado as maiores oscilações semanais de preço, e custa agora mais 1,61 euros por quilo (mais 16%) do que a 5 de janeiro de 2022, quando a DECO PROteste começou a monitorizar o cabaz alimentar.
Como é calculado o preço do cabaz?
Desde janeiro de 2022 que a DECO PROteste acompanha a evolução dos preços dos bens alimentares essenciais, analisando, todas as quartas-feiras, o custo total de um cabaz, com base nos preços recolhidos no dia anterior nos principais supermercados com loja online.
Começa-se por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online do simulador, em que se encontra disponível. Depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtém-se o custo do cabaz para um determinado dia.
Carne
- Lombo de porco
- Frango inteiro
- Febras de porco
- Costeletas de porco
- Bife de peru
- Carne de novilho para cozer
- Perna de peru
Peixe
- Bacalhau graúdo
- Dourada
- Salmão
- Pescada fresca
- Carapau
- Peixe-espada-preto
- Robalo
- Perca
Congelados
- Douradinhos de peixe
- Ervilhas ultracongeladas
- Medalhões de pescada
Frutas e legumes
- Laranja
- Maçã gala
- Maçã golden
- Banana
- Tomate
- Couve-flor
- Alface
- Brócolos
- Cenoura
- Batata-vermelha
- Curgete
- Alho
- Cebola
- Couve-coração
Laticínios
- Queijo curado fatiado embalado
- Queijo flamengo fatiado embalado
- Leite UHT meio-gordo
- Manteiga com sal
- Iogurte de aroma (pack de oito)
- Iogurte líquido de morango (pack de quatro)
- Ovos
Mercearia
- Grão cozido
- Feijão cozido
- Óleo alimentar 100% vegetal
- Azeite virgem extra
- Sal grosso
- Arroz carolino
- Arroz agulha
- Salsichas Frankfurt
- Atum posta em azeite
- Atum posta em óleo
- Açúcar branco
- Massa espirais
- Esparguete
- Polpa de tomate
- Farinha para bolos
- Cereais de trigo, arroz e aveia integrais
- Flocos de cereais de mel
- Cereais de fibra
- Carcaça tradicional
- Peito de peru fatiado
- Fiambre da perna fatiado
- Bolacha maria
- Pão de forma sem côdea
- Café torrado moído
Quais os produtos que mais aumentaram?
Na última semana, entre 17 e 24 de setembro, além da pescada fresca, os produtos cujo preço mais aumentou percentualmente foram o esparguete (mais 18%), os cereais integrais (mais 14%) e as ervilhas ultracongeladas (mais 10 por cento).
Se compararmos os preços desta semana com os da primeira semana do ano, a 1 de janeiro de 2025, a maior subida percentual de preço verificou-se em produtos como os brócolos (mais 34%), os ovos (mais 28%) e a laranja (mais 27 por cento).
Já desde que a DECO PROteste iniciou esta análise, a 5 de janeiro de 2022, os maiores aumentos percentuais foram os da carne de novilho para cozer (mais 105%), dos ovos (mais 81%) e da laranja (mais 75 por cento).
Porque aumentaram os preços dos alimentos nos últimos três anos?
A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes grande parte dos cereais consumidos na União Europeia (e em Portugal) veio pressionar, em 2022, o setor agroalimentar, que estava há já vários meses a braços com as consequências da pandemia de covid-19 e da seca. A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente dos fertilizantes e da energia, necessários à produção agroalimentar, refletiu-se, por isso, num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal em 2022.
A subida dos preços na alimentação levou o Governo a adotar, em abril de 2023, a isenção de IVA num cabaz com mais de 40 alimentos. E se inicialmente a medida até ajudou a controlar a subida dos preços, poucos meses depois o impacto deixou de se fazer sentir na carteira dos consumidores, com o preço do cabaz alimentar novamente a disparar.
Já em 2024, e após a reposição deste imposto, os preços de alguns produtos continuaram a subir. Em abril de 2024, por exemplo, uma garrafa de 75 centilitros de azeite chegou a custar 12 euros. O ano de 2025, por outro lado, tem sido marcado, sobretudo, por subidas nos preços dos ovos, do café torrado moído ou até do chocolate.
Taxa de inflação volta a acelerar em agosto
Os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor contribuíram para o aumento da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, de acordo como Instituto Nacional de Estatística (INE), no final do ano passado, a taxa de inflação média anual terá ficado nos 2,4%, um valor bastante abaixo dos 4,3% de 2023 e dos 7,8% de 2022. Em abril de 2025, contudo, a taxa de inflação do País voltou às subidas, depois de três meses consecutivos a descer. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, em julho fixou-se nos 2,6%, e, em agosto, atingiu os 2,8 por cento.
Para poupar nas compras semanais, pesquise os supermercados mais baratos e compare o índice diário das várias cadeias de distribuição para o mesmo cabaz de produtos, no simulador da DECO PROteste, disponível na plataforma Saber Poupar, em www.saberpoupar.pt. Pode pesquisar por distrito ou concelho e até selecionar o tipo de alimentos que costuma comprar.
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