Seguro para catástrofes naturais: saiba como proteger casa e carro antes que seja tarde
As cheias, os sismos e as tempestades não avisam antes de acontecer. Mas o seguro certo pode fazer toda a diferença entre um prejuízo arrasador e uma recuperação rápida. Descubra quais as coberturas que realmente o protegem.
Se quer garantir proteção total contra catástrofes naturais, deve contratar coberturas específicas no seguro multirriscos-habitação e no seguro automóvel facultativo.
Estas incluem tempestades, inundações, aluimento de terras e fenómenos sísmicos, coberturas que não estão incluídas nos seguros obrigatórios por lei. Estes são:
- habitação – seguro para cobrir o risco de incêndio e apenas no caso de viver em condomínio;
- carro – seguro de responsabilidade civil de 7 750 000 euros para danos a terceiros.
Saiba como escolher as apólices certas e o que cada cobertura inclui (ou exclui). A melhor defesa contra uma catástrofe natural é um seguro completo. O custo adicional pode ser pequeno, mas a tranquilidade é incalculável.
Seguro da casa: coberturas essenciais contra catástrofes naturais
O seguro multirriscos-habitação é a melhor forma de proteger o imóvel e o recheio em caso de catástrofes naturais. É um pouco mais caro do que o de incêndio, mas muito mais abrangente.
Como escolher a melhor apólice para a casa
- A cobertura de incêndio, queda de raio ou explosão, que indemniza os danos causados por estes fenómenos, está presente na base de todas as apólices.
- Quase sempre fazem também parte das coberturas de base dos seguros multirriscos-habitação: tempestades, inundações, aluimento de terras e demolição e remoção de escombros. Verifique antes de contratar o seguro.
- A cobertura de fenómenos sísmicos é facultativa em todas as apólices, mas fundamental para garantir o pagamento de danos na sequência de tremores de terra, erupções vulcânicas ou maremotos.
Compensa contratar a cobertura de fenómenos sísmicos?
O preço depende do risco sísmico associado à cidade onde se situa o imóvel e do ano de construção do mesmo. Quanto maior for a probabilidade de ocorrer um sismo, mais cara se torna a cobertura de fenómenos sísmicos, mas, também, mais necessária.
As seguradoras usam uma tabela que classifica cada concelho do País em função de cinco categorias de risco. Os Açores e o Algarve são as regiões a que corresponde o risco mais elevado e, por isso, muitas seguradoras não aceitam subscrever esta cobertura no multirriscos-habitação. Aceitando, garantem uma indemnização até ao limite do capital seguro, impondo, regra geral, uma franquia mínima de 5% desse valor.
Quanto deve segurar? Evite erros comuns
Ao contratar o seguro multirriscos-habitação, o segurado deve avaliar corretamente os bens e indicar o capital seguro, que deve corresponder a:
- imóvel – valor de reconstrução (não o preço de mercado);
- recheio – valor de substituição em novo.
Tenha em atenção que:
- se o capital seguro for inferior ao valor de reconstrução do imóvel, a seguradora pode aplicar a regra proporcional e só pagar uma parte dos prejuízos;
- se o capital seguro for superior ao valor de reconstrução do imóvel, pagará um prémio desnecessariamente elevado, pois a indemnização não terá em conta o valor que declarou, mas apenas o de reconstrução.
Seguro do carro: como incluir fenómenos naturais
O seguro obrigatório de responsabilidade civil tem uma apólice uniforme, definida por lei. É comercializado pelas seguradoras com as mesmas condições, à exceção do preço. Cobre danos causados a terceiros e danos corporais dos passageiros.
Para proteger o seu carro contra catástrofes naturais, precisa de adicionar a cobertura facultativa de "fenómenos naturais". Pode ainda contratar outras coberturas facultativas interessantes.
Coberturas mais relevantes para o automóvel
- Fenómenos naturais: cobre danos no veículo na sequência de tempestades, inundações, terramotos, erupções vulcânicas ou aluimento de terras. Pode ser útil para quem vive em locais habitualmente sujeitos a inundações ou não tem garagem.
- Danos próprios: protege contra choque, colisão, capotamento, incêndio, raio e explosão, e furto ou roubo. Adequada se o carro for novo ou tiver valor comercial elevado.
- Vandalismo: cobre danos materiais causados por tumultos ou atos maliciosos. Indicada se residir numa zona problemática.
- Assistência em viagem: útil em caso de avaria, acidente ou doença. Tem um custo anual baixo, é válida em todo o mundo e pode ser acionada mesmo que não viaje de automóvel.
- Ocupantes: é a única forma de salvaguardar os danos corporais do condutor num acidente da sua responsabilidade.
Vale a pena adicionar a cobertura de fenómenos natuais ao seguro automóvel?
Vantagens
- Protege o veículo em situações climáticas extremas e de catástrofes naturais
- Importante sobretudo para quem vive em zonas de cheias ou de elevada atividade sísmica
- Pode evitar custos de milhares de euros
Inconvenientes
- Aumenta o prémio anual
- Nem todas as seguradoras aceitam veículos antigos ou de alto risco
Como provar um sinistro por catástrofe natural
Em caso de sinistro, comece a reunir provas logo que possível.
- Fotografe e grave vídeos dos danos.
- Recolha nomes e contactos de testemunhas.
- Conserve objetos e bens danificados.
- Contacte a seguradora de imediato.
- Guarde faturas de reparações urgentes.
Pode ser necessário provar junto da seguradora, através de um documento emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que a força do vento e da chuva atingiu os mínimos exigidos.
O segurado deve enviar um e-mail à Divisão de Gestão Comercial do IPMA (comercial@ipma.com), especificando os dados de que necessita, indicando a razão do pedido e a data da ocorrência. Ser-lhe-á depois enviado um orçamento. Aceitando-o, recebe a informação pretendida. O custo é variável, mas poderá rondar os 85 euros.
Nos casos mais violentos e mediáticos, não é usual a seguradora pedir esta confirmação.
Como atuar em caso de sinistro
Veja quais as melhores decisões a tomar a seguir, tendo em conta diferentes cenários.

Caso o segurado não aceite a decisão da seguradora, a forma mais fácil de reclamar é online. Também pode recorrer à plataforma Reclamar da DECO PROteste.
Em outubro de 2023 foi publicado um despacho através do qual o Governo solicitava à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) o desenvolvimento de um estudo com vista à criação de um sistema de cobertura de risco de fenómenos sísmicos. Esse relatório já foi entregue ao Governo.
De acordo com a ASF, a proposta inclui vários cenários e diversos níveis de severidade (risco reduzido, médio e severo). Visa “estabelecer um seguro obrigatório de risco sísmico, com capacidade financeira para acorrer a diferentes graus de destruição”. A contribuição do Estado poderá ocorrer “acima de um determinado patamar”. A proposta defende, ainda, a criação da certificação sísmica, em termos semelhantes aos da certificação energética.
Questões frequentes
Respondemos às principais dúvidas sobre a cobertura de catástrofes naturais nos seguros da casa e do carro.
O seguro obrigatório cobre cheias ou sismos?
Não. Apenas cobre incêndios (no caso da casa) e danos a terceiros (no automóvel). É necessário contratar coberturas adicionais.
Como saber se vivo numa zona de risco sísmico?
Consulte a classificação do concelho no site da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) ou do IPMA.
A seguradora pode recusar a cobertura sísmica?
Sim, em regiões de risco elevado ou em imóveis muito antigos.
Se quer garantir proteção total contra catástrofes naturais, deve contratar coberturas específicas no seguro multirriscos-habitação e no seguro automóvel facultativo.
Estas incluem tempestades, inundações, aluimento de terras e fenómenos sísmicos, coberturas que não estão incluídas nos seguros obrigatórios por lei. Estes são:
- habitação – seguro para cobrir o risco de incêndio e apenas no caso de viver em condomínio;
- carro – seguro de responsabilidade civil de 7 750 000 euros para danos a terceiros.
Saiba como escolher as apólices certas e o que cada cobertura inclui (ou exclui). A melhor defesa contra uma catástrofe natural é um seguro completo. O custo adicional pode ser pequeno, mas a tranquilidade é incalculável.
Seguro da casa: coberturas essenciais contra catástrofes naturais
O seguro multirriscos-habitação é a melhor forma de proteger o imóvel e o recheio em caso de catástrofes naturais. É um pouco mais caro do que o de incêndio, mas muito mais abrangente.
Como escolher a melhor apólice para a casa
- A cobertura de incêndio, queda de raio ou explosão, que indemniza os danos causados por estes fenómenos, está presente na base de todas as apólices.
- Quase sempre fazem também parte das coberturas de base dos seguros multirriscos-habitação: tempestades, inundações, aluimento de terras e demolição e remoção de escombros. Verifique antes de contratar o seguro.
- A cobertura de fenómenos sísmicos é facultativa em todas as apólices, mas fundamental para garantir o pagamento de danos na sequência de tremores de terra, erupções vulcânicas ou maremotos.
Compensa contratar a cobertura de fenómenos sísmicos?
O preço depende do risco sísmico associado à cidade onde se situa o imóvel e do ano de construção do mesmo. Quanto maior for a probabilidade de ocorrer um sismo, mais cara se torna a cobertura de fenómenos sísmicos, mas, também, mais necessária.
As seguradoras usam uma tabela que classifica cada concelho do País em função de cinco categorias de risco. Os Açores e o Algarve são as regiões a que corresponde o risco mais elevado e, por isso, muitas seguradoras não aceitam subscrever esta cobertura no multirriscos-habitação. Aceitando, garantem uma indemnização até ao limite do capital seguro, impondo, regra geral, uma franquia mínima de 5% desse valor.
Quanto deve segurar? Evite erros comuns
Ao contratar o seguro multirriscos-habitação, o segurado deve avaliar corretamente os bens e indicar o capital seguro, que deve corresponder a:
- imóvel – valor de reconstrução (não o preço de mercado);
- recheio – valor de substituição em novo.
Tenha em atenção que:
- se o capital seguro for inferior ao valor de reconstrução do imóvel, a seguradora pode aplicar a regra proporcional e só pagar uma parte dos prejuízos;
- se o capital seguro for superior ao valor de reconstrução do imóvel, pagará um prémio desnecessariamente elevado, pois a indemnização não terá em conta o valor que declarou, mas apenas o de reconstrução.
Seguro do carro: como incluir fenómenos naturais
O seguro obrigatório de responsabilidade civil tem uma apólice uniforme, definida por lei. É comercializado pelas seguradoras com as mesmas condições, à exceção do preço. Cobre danos causados a terceiros e danos corporais dos passageiros.
Para proteger o seu carro contra catástrofes naturais, precisa de adicionar a cobertura facultativa de "fenómenos naturais". Pode ainda contratar outras coberturas facultativas interessantes.
Coberturas mais relevantes para o automóvel
- Fenómenos naturais: cobre danos no veículo na sequência de tempestades, inundações, terramotos, erupções vulcânicas ou aluimento de terras. Pode ser útil para quem vive em locais habitualmente sujeitos a inundações ou não tem garagem.
- Danos próprios: protege contra choque, colisão, capotamento, incêndio, raio e explosão, e furto ou roubo. Adequada se o carro for novo ou tiver valor comercial elevado.
- Vandalismo: cobre danos materiais causados por tumultos ou atos maliciosos. Indicada se residir numa zona problemática.
- Assistência em viagem: útil em caso de avaria, acidente ou doença. Tem um custo anual baixo, é válida em todo o mundo e pode ser acionada mesmo que não viaje de automóvel.
- Ocupantes: é a única forma de salvaguardar os danos corporais do condutor num acidente da sua responsabilidade.
Como provar um sinistro por catástrofe natural
Em caso de sinistro, comece a reunir provas logo que possível.
- Fotografe e grave vídeos dos danos.
- Recolha nomes e contactos de testemunhas.
- Conserve objetos e bens danificados.
- Contacte a seguradora de imediato.
- Guarde faturas de reparações urgentes.
Pode ser necessário provar junto da seguradora, através de um documento emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que a força do vento e da chuva atingiu os mínimos exigidos.
O segurado deve enviar um e-mail à Divisão de Gestão Comercial do IPMA (comercial@ipma.com), especificando os dados de que necessita, indicando a razão do pedido e a data da ocorrência. Ser-lhe-á depois enviado um orçamento. Aceitando-o, recebe a informação pretendida. O custo é variável, mas poderá rondar os 85 euros.
Nos casos mais violentos e mediáticos, não é usual a seguradora pedir esta confirmação.
Como atuar em caso de sinistro
Veja quais as melhores decisões a tomar a seguir, tendo em conta diferentes cenários.

Caso o segurado não aceite a decisão da seguradora, a forma mais fácil de reclamar é online. Também pode recorrer à plataforma Reclamar da DECO PROteste.
Em outubro de 2023 foi publicado um despacho através do qual o Governo solicitava à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) o desenvolvimento de um estudo com vista à criação de um sistema de cobertura de risco de fenómenos sísmicos. Esse relatório já foi entregue ao Governo.
De acordo com a ASF, a proposta inclui vários cenários e diversos níveis de severidade (risco reduzido, médio e severo). Visa “estabelecer um seguro obrigatório de risco sísmico, com capacidade financeira para acorrer a diferentes graus de destruição”. A contribuição do Estado poderá ocorrer “acima de um determinado patamar”. A proposta defende, ainda, a criação da certificação sísmica, em termos semelhantes aos da certificação energética.
