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Linha de prevenção do suicídio funciona 24 horas por dia

A Linha Nacional de Prevenção do Suicídio começa a funcionar a 10 de setembro, 24 horas por dia, acessível em todo o território nacional. Do outro lado do número "1411" atendem psicólogos e enfermeiros especialistas em saúde mental e psiquiatria. Saiba como funciona.

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09 setembro 2025
Adulto com ar deprimido, deitado num sofá, com um telemóvel na mão

iStock

O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio (10 de setembro) foi a data escolhida para a nova linha nacional de prevenção do suicídio e de comportamentos auto lesivos entrar em funcionamento. Todos os dias do ano, 24 horas por dia, profissionais com formação em saúde mental e suicidologia, nomeadamente psicólogos clínicos e da saúde e enfermeiros especialistas em enfermagem de saúde mental e psiquiátrica, estão disponíveis para o atendimento. O serviço é gratuito, acessível em todo o território nacional através do número 1411.

A linha 1411 funciona em articulação com a linha SNS 24, nomeadamente com o Serviço de Aconselhamento Psicológico. O objetivo é assegurar uma resposta mais qualificada, coerente e tecnicamente sustentada a qualquer pedido relacionado com ideias e comportamentos suicidas. Nos casos em que a resposta tenha de ser outra, a linha também deve redirecionar os pedidos de apoio para outras linhas e serviços.

A prestação de cuidados a menores de idade necessita do consentimento dos representantes legais. No entanto, se a espera pelo consentimento implicar risco para a vida ou saúde do menor ou terceiros, o consentimento considera-se presumido. Toda a informação pessoal e clínica que os utentes partilhem deve ser tratada de acordo com o dever de confidencialidade e legislação de proteção de dados pessoais.

Linha anunciada em 2024

A intenção de criar a linha 1411 já tinha sido revelada em setembro de 2024, pelo Governo, mas só agora foi regulamentada por uma portaria publicada em Diário da República. Na altura, o diploma publicado estabeleceu que a linha deve prestar aconselhamento através de voz e de outras plataformas de comunicação, incluindo por mensagem, e funcionar com recurso a intérpretes de língua gestual portuguesa e tradutores de línguas estrangeiras com expressão em território nacional.

A coordenação da linha cabe aos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), responsáveis também pela formação contínua dos profissionais e pela divulgação nacional do serviço. O coordenador científico desta entidade deve manter os requisitos científicos e clínicos e os processos de encaminhamento permanentemente atualizados.

A SPMS também se responsabiliza pela realização da formação dos profissionais, pela implementação de procedimentos e pela divulgação. Esta deve decorrer todos os anos, através de uma campanha que inclua vários meios de âmbito nacional, bem como meios audiovisuais regionais e locais. A informação também deve estar visível em unidades de saúde, estabelecimentos prisionais, organismos e serviços públicos, escolas, entre outros locais onde se justifique.

Depressão é fator de risco

O suicídio e as tentativas de suicídio são problemas de saúde pública em todo o mundo, com impacto nas famílias, mas também na sua comunidade e na sociedade. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, ocorreram cerca de 1053 mortes por suicídio, em Portugal, em 2023. O aumento de risco de suicídio pode estar associado às seguintes características e contextos de vida:

  • ser homem;
  • ter mais de 45 anos;
  • ter pensamentos ou planos de suicídio;
  • ter acesso facilitado a meios para se magoar;
  • ter já tentado o suicídio;
  • conhecer alguém que se tenha suicidado;
  • estar isolado e/ou não ter uma rede de suporte;
  • ter doença mental;
  • ser impulsivo ou ter tendência para agir sem pensar;
  • ser viúvo, divorciado ou solteiro;
  • abusar de álcool e/ou drogas;
  • ter uma doença grave ou limitativa;
  • não ter esperança no futuro.

Cerca de 90% dos casos de suicídio têm história psiquiátrica prévia, nomeadamente depressão, doença bipolar, esquizofrenia e perturbações da personalidade. Por isso, é importante acompanhar pessoas que vivam com estas doenças para que o risco seja diminuído.

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