Notícias

Programa de Apoio a Edifícios mais Sustentáveis: metade das candidaturas continua por pagar

As candidaturas ao Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis terminaram em outubro de 2023. Mas, mais de um ano depois, cerca de 42 mil candidaturas continuam por analisar. O Governo prepara-se agora para reforçar o programa com 60 milhões de euros, para garantir todos os reembolsos.

Especialista:
Editor:
28 janeiro 2025
homem de boné e camisola azuis a compor uma janela

iStock

O Governo vai reforçar o orçamento do Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis com 60 milhões de euros. Com este reforço, o Executivo pretende "garantir que todas as candidaturas consideradas elegíveis possam ser apoiadas". Recorde-se que as candidaturas a este programa — que contava inicialmente com uma dotação orçamental de 30 milhões de euros — terminaram em outubro de 2023 e só em julho de 2024 é que começaram a ser analisadas. Em janeiro de 2025, cerca de 42 mil das 80 mil candidaturas submetidas continuam por avaliar e reembolsar.  

O Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis é uma medida de apoio do Estado que permite ao consumidor ser parcialmente reembolsado, por exemplo, pela substituição de janelas por outras mais eficientes, de classe energética A+, ou pela instalação de sistemas de climatização baseados em fontes de energia renováveis.

A DECO PROteste lembra que é inadmissível que, mais de um ano depois, os consumidores, que suportaram na íntegra o investimento nas soluções de eficiência energética e submeteram as suas candidaturas devidamente documentadas e no prazo pedido, continuem à espera de ser ressarcidos, como inicialmente prometido. 

DECO PROteste aconselha consumidores a reclamar

Num comunicado publicado em julho, o Ministério do Ambiente e da Energia explicava que, quando este Governo entrou em funções, todas as candidaturas ainda estavam por analisar, "devido à falta de recursos humanos na equipa de gestão do Fundo Ambiental". Para acelerar o pagamento dos reembolsos, as candidaturas a este programa de apoio passaram a ser avaliadas por equipas das universidades do Minho, de Aveiro, de Coimbra e pela Nova de Lisboa. Contudo, vários meses depois, quase metade das candidaturas continuam à espera de análise.

A DECO PROteste sublinha que já se esperava uma adesão maciça a este programa, tal como aconteceu nas fases anteriores, e que, por isso, não faz sentido que não tenham sido acautelados os prazos por falta de meios. A DECO PROteste aconselha todos os consumidores que se encontram nesta situação a apresentarem formalmente uma reclamação junto do Fundo Ambiental, através do seu canal de denúncias.

Esclareça as principais dúvidas sobre o Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis.

Voltar ao topo

Em que consiste o Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis?

O Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis intervém em cinco grandes áreas: a reabilitação, a descarbonização, a eficiência energética, a eficiência hídrica e a economia circular em edifícios. O consumidor é reembolsado de parte do montante que tenha investido na melhoria da eficiência energética da sua habitação, desde que esteja garantido que os equipamentos e os materiais envolvidos no investimento respeitam requisitos de eficiência energética.

O objetivo, diz o Fundo Ambiental, é que os apoios atribuídos possam contribuir para, pelo menos, 30% de redução do consumo de energia primária nos edifícios intervencionados.

Voltar ao topo

Quando abrem as candidaturas?

O prazo para apresentação de candidaturas começou a 16 de agosto de 2023 e terminou a 31 de outubro do mesmo ano.

Voltar ao topo

Quem pode candidatar-se?

Podiam candidatar-se pessoas singulares proprietárias de habitação própria permanente de todo o território nacional (Continente, Madeira e Açores), nomeadamente de edifícios de habitação unifamiliares (moradias) e de frações autónomas em edifícios multifamiliares (apartamentos).

Além disso, podiam também candidatar-se os arrendatários de edifícios ou frações autónomas de habitação.

Voltar ao topo

Que equipamentos e obras podem receber apoio?

Podiam receber apoio as obras ou os equipamentos incluídos nas seguintes tipologias.

  • Tipologia 1: substituição de janelas não eficientes por janelas eficientes, de classe energética igual a "A+" (consulte as orientações técnicas desta tipologia).
  • Tipologia 2: aplicação ou substituição de isolamento térmico em coberturas, paredes ou pavimentos, recorrendo a materiais de base natural (ecomateriais), que incorporem materiais reciclados, ou recorrendo a isolamentos de outros materiais (consulte as orientações técnicas desta tipologia).
  • Tipologia 3: sistemas de aquecimento e/ou arrefecimento ambiente e/ou de águas quentes sanitárias (AQS), que recorram a energia renovável, de classe energética “A+” ou superior, nomeadamente, bombas de calor; sistemas solares térmicos; e caldeiras e recuperadores a biomassa (consulte as orientações técnicas desta tipologia).
  • tipologia 4: instalação de sistemas fotovoltaicos ou de outros equipamentos de fonte de energia renovável para a produção de energia elétrica para autoconsumo, com ou sem armazenamento (consulte as orientações técnicas desta tipologia).
  • Tipologia 5: intervenções que visem melhorar a eficiência hídrica: substituição de dispositivos de uso de água na habitação por outros mais eficientes e/ou instalação de soluções que permitam a monitorização e o controlo inteligente de consumos de água; e instalação de sistemas de aproveitamento de águas pluviais (consulte as orientações técnicas desta tipologia).
Voltar ao topo

Quanto posso receber de apoio?

As obras e os equipamentos abrangidos pelo programa contavam com uma taxa de comparticipação de 85%, com exceção das obras em coberturas, pavimentos e paredes que recorressem a materiais diferentes dos ecomateriais. Estas tinham uma taxa de comparticipação de apenas 65 por cento.

Os limites máximos de apoio não incluem IVA, variavam consoante as intervenções ou os equipamentos e podiam ser majorados em casos específicos:

  • para janelas eficientes, de classe igual a A+, o limite é de 2000 euros;
  • para isolamento térmico em coberturas ou pavimentos exteriores e interiores é de 4000 euros;
  • para isolamento térmico em paredes, é de 4750 euros;
  • para instalação de bombas de calor, é de 2000 euros;
  • para instalação de sistemas solares térmicos, é de 2000 euros;
  • para instalação de caldeiras e recuperadores a biomassa, é de 1500 euros;
  • para a instalação de painéis fotovoltaicos e outros equipamentos de produção de energia renovável para autoconsumo, o limite de apoio é de 1000 euros, caso estes sistemas não incluam sistemas de armazenamento de energia, e de 3000 euros, caso incluam um sistema de armazenamento de energia;
  • para intervenções que visem a eficiência hídrica, ou seja, instalação ou substituição de equipamentos por outros mais eficientes (por exemplo, torneiras de lavatório das casas de banho ou do lava-loiças da cozinha, chuveiros, autoclismos, fluxómetros, redutores de pressão e reguladores de caudal), é de 500 euros;
  • para instalação de sistemas de aproveitamento de águas pluviais, é de 1500 euros.

Cada beneficiário só podia receber um apoio total de 7500 euros por edifício unifamiliar ou fração autónoma. Para receber um apoio igual ou superior a 5000 euros, os beneficiários tinham obrigatoriamente de apresentar o certificado energético do imóvel intervencionado, antes e após a execução da obra. O programa permitia aceder a uma verba máxima de 125 euros para pedir este certificado.

Voltar ao topo

Acesso a conteúdos exclusivos!

Crie uma conta grátis e explore uma seleção de conteúdos para Simpatizantes.

Entrar

Não tem conta? Criar conta gratuita

 

O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTeste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.

Temas que lhe podem interessar