Televisores OLED da Samsung: bom desempenho, mas abaixo da rival LG
Última das grandes marcas a chegar à tecnologia OLED, a Samsung consegue bom desempenho com as séries S90 e 92C, mas fica um pouco aquém da linha C3 da rival LG. Os preços, esses, estão alinhados. Feitas as contas, o comparador de televisores da DECO PROTESTE tem melhores opções.
- Especialista
- António Alves e José Almeida
- Editor
- Inês Lourinho

Apenas no ano passado a Samsung aderiu aos ecrãs OLED: foi o último dos principais fabricantes a fazê-lo. O foco do gigante sul-coreano tem estado sobretudo na incorporação da tecnologia Quantum Dot nos LCD. Outra proposta recente é a tecnologia Micro LED, ainda com preço muito proibitivo.
Os painéis OLED da Samsung utilizam, não fosse essa uma grande aposta do fabricante, uma camada de quantum dots, resultando, assim, numa nova tecnologia híbrida, que também pode ser encontrada em alguns televisores da Sony. O objetivo é manter os impressionantes contrastes dos ecrãs OLED e complementá-los com níveis de brilho mais elevados e uma reprodução de cores ainda mais fidedigna.
A DECO PROTESTE levou ao laboratório quatro televisores Samsung OLED, das séries S90C e 92C, e descobriu uma Qualidade Global que vai dos 74% (bom) aos 79% (muito bom), ou seja, ligeiramente acima dos modelos lançados pela marca em 2022, mas abaixo do desempenho alcançado pela série C3 da rival LG, que a organização de consumidores também testou. Os preços, de 2022 para 2023, estão mais caros na ordem das centenas de euros, o que acaba por ser expectável tratando-se de modelos ainda muito recentes.
Tudo ponderado, quem pretende um painel OLED fica mais bem servido com um LG da série C2 ou, mesmo, da A2, que oferece qualidade elevada, sem exigir um preço demasiado pesado. Entre as séries C3 e C2 da LG, vão largas centenas de euros, sem que isso se traduza numa qualidade muito superior. Apenas para os jogadores com consolas de última geração a série A será menos interessante, pela ausência do protocolo FreeSync, que facilita a ligação ao televisor, e pela frequência dos ecrãs, limitada a 60 hertz. Veja todas as opções no comparador de televisores da DECO PROTESTE.
Melhores televisores com tecnologia QD - OLED
Samsung OLED com níveis de brilho muito elevados
Extremamente finos e com molduras mínimas, os OLED Quantum Dot da Samsung estão muito bem conseguidos do ponto de vista estético, embora tenham algum volume na parte inferior, onde se encontram os conectores. O pedestal é muito robusto e oferece boa estabilidade.
Os novos OLED da Samsung têm resolução 4K e 144 hertz de frequência nativa. Incluindo processadores de imagem Neural Quantum Processor 4K, prometem superar os normais OLED em diversos parâmetros técnicos, como brilho, reprodução de cores, consumo energético e longevidade dos painéis. Este processador de imagem promete ainda bons resultados na reprodução de vídeos de resolução inferior (upscalling) ou detalhes nas zonas escuras das imagens. Será que os Quantum Dot da Samsung cumpriram as promessas em laboratório?
As medições efetuadas pelos técnicos da DECO PROTESTE revelaram níveis de brilho máximo realmente elevados, acima dos que, em regra, são encontrados nos painéis OLED. Trata-se de uma capacidade interessante para conteúdos de resolução 4K, com a tecnologia HDR ativada (otimização de contrastes). Está garantida a compatibilidade com os principais formatos: HDR 10, HDR 10+ Gaming, HDR10+ Adaptive e HLG.
Para reproduzir o som, os OLED lançados pela Samsung em 2023 dispõem de três colunas na traseira, com potência total de 40 W. A compatibilidade com os protocolos Dolby Atmos e Object Tracking Sound contribui para obter alguma envolvência no som. Apesar de este efeito ser sempre ténue e pouco preciso em televisores, os OLED da Samsung com Quantum Dot destacam-se pela positiva, quando comparados com a concorrência: nota-se uma clara separação de canais sonoros e verifica-se alguma perceção de efeito envolvente.
Os televisores analisados permitem ainda a ligação a auscultadores bluetooth, admitindo dois equipamentos em simultâneo. Mas há mais possibilidades de conexão: quatro entradas HDMI 2.1, duas entradas USB, ligação de rede e Wi-Fi 5 integram o leque oferecido. Já para receber conteúdos transmitidos a partir de dispositivos móveis, os OLED da Samsung contam com os protocolos AirPlay e Cast, respetivamente, para equipamentos iOS e Android.
Gaming não foi esquecido pelos novos OLED da Samsung
Como vem sendo habitual em televisores de gama alta, as possibilidades para gaming estão contempladas de raiz. As referidas entradas HDMI 2.1 admitem resoluções até 4K, a 120 hertz. A compatibilidade com o protocolo FreeSync facilita a conexão entre televisor e consola de jogos. Por sua vez, a presença de um modo de imagem específico reduz a latência, ou seja, o tempo entre um comando e a sua efetiva execução. O televisor muda automaticamente para o modo de jogo, quando a consola arranca. Todas estas decisões podem ser introduzidas na barra de jogo (game bar), que permite, por exemplo, ampliar uma zona da imagem específica, como o mapa do jogo.
Mais: a Samsung Gaming Hub dá acesso a serviços de streaming de jogos, tais como o Xbox Game Pass ou o NVidia GeForce NOW. Se tiver alguma destas subscrições, basta usar um comando compatível, como os das Xbox ou PlayStation mais recentes, para jogar títulos de elevada capacidade gráfica sem precisar de consola ou computador.
Imagem com qualidade superior após calibração
Na prova de fogo, os modelos das séries S90C e 92C testados pela DECO PROTESTE revelaram elevado desempenho. Após calibração, as imagens mostraram grande nitidez e cores vívidas, com aparência natural e boa fluidez, ainda que, por vezes, fosse percetível alguma perda de detalhes nas zonas mais escuras. Também se verificou uma ligeira tendência para uma representação artificial dos tons da pele. Já o contraste é extremamente elevado e bem equilibrado.
A reproduzir vídeos com resolução 4K e otimização de contrastes (HDR), estes OLED com Quantum Dot impressionaram o painel de avaliadores. A qualidade baixou com as definições de imagem de origem: a temperatura de cor é um pouco fria e o brilho, algo exagerado. Mesmo assim, a imagem não calibrada mantém-se num bom patamar.
Som nítido, rico e detalhado, com graves impactantes
Entre os OLED da Samsung analisados pela DECO PROTESTE, os de 65 polegadas devolvem um som realmente excelente e muito bem equilibrado, atingindo as avaliações mais elevadas neste critério até à data. Conte com nitidez, riqueza, detalhe e tonalidades graves impactantes, combinação que resulta numa sonoridade muito agradável. A grande maioria dos televisores dispensam a ligação a uma barra sonora, pois já emitem, de origem, um som de boa qualidade.
Os painéis de 55 polegadas também reproduzem um som de qualidade, ainda que fiquem um pouco abaixo. Quando expostos a volumes mais elevados ou com maior presença de graves, verificam-se esporádicas vibrações na moldura.
Para avaliar a qualidade do som, foram usados os parâmetros de origem, ou seja, com o equalizador desligado.
Consumo muito moderado
Após calibrarem a imagem, os técnicos da DECO PROTESTE registaram consumos relativamente moderados, entre os 75 W dos ecrãs de 55 polegadas e os 80 W dos modelos de 65 polegadas. Com as definições de origem, os valores subiram um pouco nos televisores de 55 e 65 polegadas, embora se tenham mantido moderados.
Para efeitos de medição do consumo, os televisores são calibrados com vista ao uso numa sala um pouco escura, com alguma luz artificial indireta.
Uso muito intuitivo
Com um sistema operativo – o Tizen – muito bem concebido e ampla compatibilidade com apps de streaming (por exemplo, Netflix, YouTube e Spotify), os Samsung OLED Quantum Dot das séries S90C e 92C levados a laboratório pela DECO PROTESTE são muito fáceis de utilizar, ainda que o comando remoto possa obrigar a um período de adaptação. O design minimalista, com poucas teclas de acesso direto (faltam, por exemplo, as teclas numéricas), não ajuda. Mas, passado o período inicial, a experiência de utilização do comando, que pode carregar por luz solar, torna-se agradável.
A plataforma de smartTV é bastante rápida a iniciar e permite um uso fluido. A configuração inicial pode ser feita pelo telemóvel, o que facilita bastante o processo. O acesso à gestão das opções de privacidade é simples, e o fabricante diz fazer a atualização do software durante oito anos. As apps mais usadas estão acessíveis na página inicial, sem necessidade de scroll. Não é o caso das entradas de vídeo e do menu das definições, que exigem algum scroll até o utilizador os encontrar. A loja de apps é também relativamente lenta a iniciar. Pouco prático, para instalar novas apps, é preciso fazer registo.
No ecrã principal, figuram recomendações de canais de televisão, mas também de serviços de streaming pagos. Trata-se de publicidade forçada, que rouba espaço no ecrã inicial para opções mais úteis, mas não é prática exclusiva da Samsung. Ao contrário, está a tornar-se tendência geral.
Interessante é o painel que indica os dispositivos conectados à rede doméstica (Internet of Things). Câmaras de videovigilância, iluminação inteligente, máquinas de lavar ligadas à net ou outros equipamentos podem, assim, ser monitorizados pelo televisor.
Muito úteis para fazer pesquisas de conteúdos sem digitar o nome, os assistentes de voz estão também disponíveis: nos televisores analisados, é o caso do Amazon Alexa e do Bixby, proprietário da Samsung.
Solução para esconder os cabos não convence
A solução implementada para esconder cabos mostra-se pouco prática: é certo que podem ser usados fixadores, mas estes não oferecem grande estabilidade e tão-pouco permitem esconder os fios por completo. A própria Samsung tem uma solução muito melhor em alguns modelos: a One Connect Box, uma caixa onde estão integradas todas as ligações, conectada por um único cabo ao televisor.
Positivo é o acesso às ligações, quando o televisor está montado num suporte de parede. Em diversos casos, é um verdadeiro pesadelo: aqui, faz-se facilmente pela lateral.
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