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Modos de poupança de energia dos televisores ainda não convencem

Os principais fabricantes de televisores anunciam funcionalidades para poupar energia. A DECO PROTESTE levou vários ecrãs a laboratório e concluiu que, quase sempre, as poupanças sacrificam a qualidade da imagem.

26 junho 2023
Casal a ver televisão e balde de pipocas

iStock

Desde que as etiquetas energéticas se estenderam aos televisores, os gastos destes aparelhos passaram a ser uma preocupação dos consumidores e, logo, dos fabricantes. Começaram, assim, a surgir funcionalidades para poupar energia.

A DECO PROTESTE pô-las à prova para identificar as mais eficazes, tendo recorrido a um televisor inteligente de 55 polegadas por cada um dos principais fabricantes:

  • LG OLED55C24LA (sistema operativo WebOS);
  • Samsung QE55S95B (Tizen);
  • Sony XR-55A80K (Google TV);
  • Philips 55OLED807 (Android TV);
  • Panasonic TX-55LZ980E (My Home Screen);
  • e Hisense 55A85H (Vidaa U).

Chegou à conclusão de que as poupanças podem alcançar, no caso dos modelos da Sony e da LG, em que o conjunto de funcionalidades eco tem maior impacto, 25% a 40% face ao consumo com os parâmetros de origem. E talvez não sejam mais significativas por existir uma correlação entre poupança e perda de brilho, o qual influencia grandemente a qualidade da imagem. Já nos restantes televisores, cuja imagem é muito menos afetada, as poupanças são também bem mais tímidas: no máximo, 15% no aparelho da Samsung. Resta saber se, em nome da fatura energética, o consumidor não se incomoda com as perdas.

O melhor compromisso entre brilho e consumo passa, na maioria dos casos, pela aplicação dos parâmetros de imagem recomendados pela DECO PROTESTE, que se adequam especialmente bem a salas algo mais escuras. Pode consultá-los, para todos os televisores publicados no comparador, mais concretamente na secção das características do produto.

Seleção de televisores com muito boa qualidade de imagem e som

80 Muito boa
qualidade
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a partir de  1 271,04
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77 Muito boa
qualidade
Televisores
a partir de  1 299,00
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80 Muito boa
qualidade
Melhor
do teste
Televisores
a partir de  1 449,00
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77 Muito boa
qualidade
Televisores
a partir de  1 585,00
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81 Muito boa
qualidade
Melhor
do teste
Televisores
a partir de  1 753,57
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79 Muito boa
qualidade
Televisores
a partir de  1 944,90
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Nem todos os televisores têm modos para poupar energia

Uma das funcionalidades mais comuns, encontrada em quase todos os televisores de gama média ou alta, é o sensor de luz, que controla o brilho consoante o nível de iluminação ambiente. Durante o dia, com a sala bem iluminada, o brilho é mais intenso. Nos testes em contínuo a televisores, os técnicos da DECO PROTESTE mantêm os sensores desligados, para que os resultados sejam comparáveis. Mas, para a maioria dos consumidores, que acabam por ver televisão em condições de iluminação muito díspares, pode ser recomendável usá-los.

Existem, contudo, outras opções. Na configuração dos televisores, os técnicos da DECO PROTESTE ficaram atentos a eventuais pedidos para escolher alguma funcionalidade ou algum modo eco. Entre os modelos selecionados, tal apenas sucedeu no Sony, que propõe a opção Power Saving, juntamente com uma boa explicação: ao selecionar “low”, o consumo do televisor é mais reduzido, e o brilho e os demais parâmetros são automaticamente adaptados. Ao desligar a função, obtém-se a imagem otimizada, com níveis de brilho ajustados, mas consumo mais elevado.

Após a configuração, foram pesquisados eventuais modos de imagem vocacionados para a poupança de energia (os modos eco). Apenas nos televisores da LG e da Philips foram encontrados.

A maioria das marcas oferece outras funcionalidades para reduzir o consumo. Podem, por exemplo, influenciar o standby ou desligar automaticamente o televisor depois de algum tempo de inatividade.

Feitas todas as verificações, os técnicos da DECO PROTESTE não encontraram nenhuma opção para poupar energia no televisor da Hisense, pelo que este acabou por não ser considerado no teste.

Nem sempre há poupança de energia com os modos eco

Para o teste, os televisores foram ajustados de acordo com as definições que, em teoria, poderiam conduzir à maior poupança. Aqui, foram considerados desde os modos de imagem eco às funcionalidades que anunciam alguma redução do consumo.

A luminância, o consumo e a qualidade da imagem foram aferidos com as mesmas sequências de vídeo usadas no teste clássico a televisores, com um sinal de vídeo em HD e com ligação por HDMI.

Luminância do ecrã

A luminância usada como ponto de partida ronda os 220 nits, um valor, em média, mais baixo do que o entregue de origem pela maioria dos fabricantes, visto que a calibração da DECO PROTESTE é otimizada para a visualização numa sala mais escura. Foi, então, registada a luminância com as configurações de origem e eco.

Nos televisores da LG e da Sony, a intensidade luminosa com as definições eco é muito mais reduzida, resultando numa imagem demasiado escura. A redução de brilho foi de 82% no modelo da LG e de 71% no da Sony, face à luminosidade com as definições de origem.

Nos aparelhos da Samsung e Philips, os modos eco levaram a uma perda aproximada de 50 nits no brilho, o que, embora não tão grave, também é percetível na imagem.

Já no caso da Panasonic, a diferença revelou-se pequena face às definições ótimas, mais vocacionadas para salas escuras, mas que servem igualmente durante o dia, desde que não haja uma incidência de luz muito intensa.

Qualidade da imagem

Resolução, reprodução de cores, brilho, contraste e fluidez são os principais critérios definidores da qualidade da imagem, avaliados na mesma sala escurecida, e mediante as mesmas condições de iluminação artificial indireta, onde se desenrolam as provas de visionamento durante os testes a televisores da DECO PROTESTE.

A aplicação mais extrema das definições eco, ou seja, nos televisores da LG e da Sony, conduziu à imagem de pior qualidade. Os membros do painel de utilizadores, a que a DECO PROTESTE recorre nos seus testes a televisores, consideraram-na demasiado escura e com perdas acentuadas de detalhes nas zonas de sombra: em duas palavras, muito má. E isto sucedeu numa sala de teste, já de si, escurecida, com incidência indireta de luz artificial. Num espaço com luminosidade abundante, a imagem seria mesmo inaceitável.

No extremo oposto, o televisor da Panasonic devolveu uma imagem similar à obtida com os parâmetros de origem, mas ligeiramente inferior à que resulta da aplicação das definições ótimas. O nível de contraste mantém-se bastante bom, porque as definições eco são pouco agressivas. O brilho cai somente 23% face às configurações de origem e 11% em relação às ideais.

No meio, temos os televisores da Samsung e da Philips, cujos modos e definições eco levam a uma perda de qualidade na imagem, que, sendo percetível, está longe de ser grave.

Consumo energético

Foi nos televisores da Sony e da LG, cuja imagem resultou demasiado escura, que as maiores poupanças se verificaram: 25% no primeiro caso e 40% no segundo. Ou seja, existe uma correlação entre consumo e brilho, embora os gastos dependam de muitos outros fatores, com destaque para o processamento da imagem, uma tarefa cada vez mais exigente nos televisores modernos.

No aparelho da Samsung, a poupança anda nos 15%, mas a imagem, embora mantenha um bom nível, tem uma perda de qualidade percetível, sendo inferior à obtida com os parâmetros ótimos.

Nos casos da Philips e da Panasonic, não houve poupanças de energia com as funcionalidades eco. A imagem até conserva boa qualidade, mas é inferior à resultante dos parâmetros ótimos.

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