Como instalar e aumentar o potencial do seu televisor
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Televisor novo? Veja como fazer a instalação de modo a obter a melhor experiência de visualização, conheça as diferenças entre os formatos de alta definição e encontre as melhores soluções para ligar ao telemóvel e a outros dispositivos.
- Especialista
- António Alves
- Editor
- Filipa Nunes e Inês Lourinho

Gostamos de ver televisão. Todos os anos, testamos cerca de 200 ecrãs, para avaliarmos aspetos como a qualidade da imagem e do som, a facilidade de utilização e o consumo. Se vai comprar, aceda ao nosso teste a televisores e descubra o modelo à sua medida.
Seja para ajudar na escolha ou para otimizar a utilização do painel que tem em casa, reunimos dicas de instalação, conselhos sobre a iluminação ideal e orientações para usar as fichas HDMI. Descodificamos ainda as funcionalidades smart e damos conselhos para ligar aparelhos eletrónicos ao televisor.
Depois de instalar o equipamento, ligue-o e ajuste os parâmetros da imagem. O gosto pessoal e as características do local onde vê televisão, como a quantidade de luz ambiente, são fatores determinantes. Não deixe tão-pouco de fazer as melhores ligações áudio, para obter um som ótimo.
Quanto ao consumo, se tiver um televisor inteligente, evite o standby, para não sobrecarregar a fatura da eletricidade.
Por fim, se o seu ecrã já contar alguns anos e tiver deixado de receber atualizações de software ou de aplicações, revelamos as soluções para continuar a desfrutar do potencial smart.
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Para continuar a ler, basta entrar no site ou criar uma conta (disponível para subscritores e não-subscritores).Na escolha do “poiso” para o televisor, o mais importante é evitar locais na direção de uma janela. Se a divisão tiver luz natural abundante e esta incidir diretamente no ecrã, poderá originar reflexos, o que terá impacto na visualização das imagens. Além disso, prejudicará os níveis de contraste e de negros.
Evite igualmente candeeiros cuja luz incida de forma direta no ecrã. Se gosta de ver televisão com os candeeiros ligados, posicione-os na lateral, ligeiramente atrás do ecrã. Trata-se de uma opção benéfica para ver televisão durante a noite, pois cansa menos os olhos.
Numa divisão totalmente às escuras, o desgaste visual é maior: os olhos adaptam-se de forma imperfeita à escuridão, salpicada pela luz do ecrã, que, por comparação, é excessiva. Expostos a uma luz mais intensa, são obrigados a um maior esforço.
Assim, se gosta de ver televisão de noite, numa sala às escuras, poderá reduzir o cansaço visual, ao instalar uma iluminação específica na traseira do equipamento. Qualquer luz posicionada atrás do televisor terá um efeito positivo. Existem kits próprios, que é inclusive possível ligar a uma ficha USB do televisor e fixar na traseira deste.
A ligação HDMI pode ser de vários tipos: v1.3, v1.4, v2.0, v2.1. Estes permitem diferentes valores de largura de banda, que corresponde à quantidade de dados que transitam durante uma unidade de tempo. Uma maior largura de banda permite, por exemplo, transmitir vídeo 4K com maior número de fotogramas por segundo, maior profundidade de cor e gama dinâmica (HDR) mais ampla.
Imagine que tem uma consola de jogos recente, com ficha HDMI 2.0, compatível com vídeos 4K e com a tecnologia HDR, a qual vai até 10-bit de profundidade de cor. Só conseguirá usufruir desta qualidade, se o televisor dispuser também de uma ligação HDMI 2.0 e utilizar um cabo com capacidade para transmitir à velocidade permitida por este protocolo. Já se usar um cabo HDMI 1.4, haverá perdas de desempenho ocasionais. Eis os detalhes sobre os vários tipos de HDMI.
1 – HDMI 1.4
Existe em todos os televisores com menos de cinco ou seis anos e permite uma largura de banda máxima de 10,2 Gbps. Está preparado para transmitir vídeos full-HD, a 60 Hz, e vídeos ultra-HD, a 30 Hz. Oferece 8 bits de profundidade de cor e audio return channel (ARC), que reencaminha a saída de áudio do televisor através de uma entrada HDMI, dispensando ligações adicionais. É compatível com a ligação HDMI CEC, a qual permite controlar vários aparelhos a partir de um só comando.
2 – HDMI 2.0
Está presente na maioria dos televisores 4K, assim como em alguns leitores multimédia e em consolas de jogos mais recentes. Tem uma largura de banda máxima de 18 Gbps. Transmite vídeos full-HD, a 120 Hz, e ultra-HD, a 60 Hz, em ambos os casos com a tecnologia HDR, de otimização dos contrastes. Oferece 10 a 12 bits de profundidade de cor e ARC. Também é compatível com a ligação HDMI CEC.
3 – HDMI 2.1
Ainda pouco comum nos aparelhos, este protocolo admite uma largura de banda máxima de 48 Gbps. Transmite vídeos ultra-HD, a 120 Hz, e vídeos 8K, a 60 Hz, nas duas situações com tecnologia HDR. Oferece 10 a 12 bits de profundidade de cor e ARC. É compatível com a ligação HDMI CEC.
As soluções podem passar pela ligação de:
- uma barra de som (soundbar);
- colunas externas amplificadas;
- uma aparelhagem de som hi-fi;
- um conjunto de amplificador de som e colunas.
Nas soundbars e nos amplificadores de áudio mais recentes, é possível utilizar uma ligação HDMI. Trata-se da solução mais simples e completa, e pode permitir, por exemplo, usar o comando do televisor para ajustar o som do amplificador externo.
Caso não disponha de ligação HDMI, verifique a possibilidade de utilizar as saídas de áudio digitais, que podem ser do tipo ótico ou coaxial. A descodificação e a transposição para analógico são feitas pelo amplificador antes do envio dos sinais para as colunas de som.
Se não dispuser de ligações digitais, o que é frequente nos casos dos amplificadores de áudio estéreo e das colunas externas amplificadas, utilize a saída audio out, do tipo RCA estéreo, ou uma tomada estéreo de 3,5 mm. Estas são saídas pré-amplificadas, com um nível de áudio adequado para ser reproduzido num amplificador. Normalmente, a ligação é feita com duas fichas (uma branca e outra vermelha) ou com um jack de 3,5 mm.
Em alguns casos, é também possível utilizar a saída de auscultadores para este tipo de ligação, se puder definir, no menu do televisor, que quer fazê-lo como audio out. Dessa forma, o nível de saída da ficha dos auscultadores mantém-se fixo, tornando-se adequado para a ligação a um amplificador.
Não aconselhamos o uso de uma saída de auscultadores comum. Torna-se muito complicado garantir um nível de saída adequado. Se o volume for baixo, provocará grande perda da potência sonora e maior perceção do ruído de fundo. Sendo alto, evidenciará distorção sonora, que, no caso de ser excessiva, pode até danificar o amplificador.
O DLNA é um protocolo que permite a partilha de ficheiros multimédia entre aparelhos integrados na mesma rede doméstica, como um televisor e um computador, smartphone ou tablet. Os formatos de ficheiros aceites variam consoante o televisor.
Se, por exemplo, o seu computador tiver programas compatíveis com DLNA, como o Windows Media Player (a partir da versão 11), poderá aceder, no televisor, a ficheiros de música, fotografia e vídeo, que estejam em formatos compatíveis. Fotos em JPEG, músicas em MP3 e vídeos em H.264 (MPEG4 AVC) são, em regra, admitidos.
Se determinado ficheiro não for lido através do DLNA, pode sempre transferi-lo para uma pendisk ou para um disco rígido externo, e ligar o dispositivo diretamente ao televisor. Desta forma, assegura a compatibilidade com uma maior variedade de ficheiros. Pode ainda ligar a pendisk a outro aparelho que faça a ponte com o televisor, como um kit de cinema em casa com USB, uma consola de jogos ou um leitor multimédia. Para mais informações sobre as ligações a outros dispositivos, aceda a Funcionalidades smart.
Mesmo que as funções smart se percam por falta de atualizações, existem formas de recuperá-las. Vejamos alguns exemplos.
1. Google Cast e Chromecast
Fácil de utilizar e com preço acessível, o Google Chromecast é o dispositivo mais conveniente para estas situações. Basta ligá-lo a uma entrada HDMI do televisor e configurar a app Google Home no smartphone. Depois disso, algumas apps do telemóvel passarão a exibir o símbolo do Cast no canto superior direito do ecrã. Toque neste símbolo e selecione o aparelho recetor – no caso, o televisor –, para visualizar vídeos de YouTube, Netflix, Disney+, etc.
Após a configuração, o Chromecast fica ligado à rede wi-fi doméstica, fazendo a transmissão dos conteúdos para o televisor. O telemóvel, esse, é usado como comando remoto, para lançar as apps e iniciar a transmissão. Pode usá-lo de modo simultâneo, em telefonemas ou apps de chat, por exemplo, sem influenciar a reprodução dos vídeos no televisor.
O Chromecast com Google TV é um leitor multimédia completo, que funciona com o sistema operativo Android TV. A utilização é similar à de um leitor multimédia, em que pode instalar diversas apps. Sendo um Chromecast, faz ainda a ponte com o telemóvel da mesma forma que as versões anteriores.
Alguns smartTV anunciam a função Google Cast, ou somente Cast. Trata-se de soluções semelhantes, embora o Google Cast seja mais completo e funcione de forma semelhante à de um Chromecas, ainda que esteja presente apenas em televisores com sistema operativo Android TV.
Se utilizar apps instaladas tanto no smartphone como no televisor, como YouTube ou Netflix, não notará diferença entre estas soluções. Porém, só com o Google Cast ou Chromecast poderá transmitir, a partir do telemóvel, apps compatíveis com a tecnologia Cast que não estejam instaladas no televisor. É disso exemplo a app do Google Fotos, que não está disponível para instalar em televisores inteligentes e só pode ser lançada através de Google Cast.
2. Leitores multimédia
Proporcionando grande compatibilidade com aparelhos e protocolos, podem ser comprados a partir de 50 ou 60 euros. Ligam-se ao televisor por HDMI e à rede doméstica por wi-fi ou cabo de rede. Neles, pode instalar as suas apps favoritas. Depois, é só reproduzi-las a partir daí. Os formatos de áudio, vídeo e fotografia aceites são, em geral, numerosos: MP3, WMA, FLAC, DivX, MKV, XviD, H.264, JPEG e TIFF são alguns exemplos.
Os leitores multimédia podem ser de três tipos: com sistemas operativos proprietários, com sistema operativo Android e com Android TV.
Os leitores com sistema operativo do fabricante (Linux) são excelentes opções, por serem de utilização simples e oferecerem compatibilidade com maior número de formatos de ficheiros.
Por sua vez, os leitores Android permitem um uso mais abrangente, que inclui a instalação de aplicações (para leitura multimédia, browsers, e-mail, jogos, etc.), mas são menos práticos.
Já os aparelhos que recorrem ao Android TV parecem juntar o melhor de dois mundos: são simples e versáteis, possuem a mesma interface que os televisores inteligentes com sistema operativo Android TV e permitem instalar inúmeras apps.
3. Outros dispositivos
As consolas mais recentes permitem instalar diversas apps (YouTube, Netflix, Spotify, entre outras), à semelhança do que acontece nos portais de smartTV. Também algumas caixas descodificadoras dos operadores de televisão incluem apps.
Caso disponha de um mini-PC com Windows 10 ou de um computador portátil, são alternativas igualmente válidas para recuperar as funções smart de um televisor que as tenha perdido. Porém, a utilização é menos conveniente.
Há várias outras formas de transmitir ficheiros multimédia do smartphone ou tablet para o televisor, entre as quais a duplicação do ecrã (screen mirroring). Consiste em replicar para o televisor o que está a ser reproduzido no ecrã do smartphone. Também pode ser usada uma ligação Wi-Fi Direct para o efeito: neste caso, o televisor cria uma rede wi-fi própria, à qual o smartphone se pode ligar.
1. Brilho
O brilho afeta a intensidade luminosa do ecrã, mas sobretudo a visibilidade dos detalhes nas zonas mais escuras. Um valor demasiado reduzido provoca a perda de detalhes nas imagens mais escuras. Já se for demasiado alto, permite percecionar muitos detalhes, mas afeta a qualidade das áreas escuras, esbatendo-as e conferindo-lhes tons de cinzento. Se o brilho for bem ajustado, a imagem terá grande detalhe, mesmo com pouca luz.
2. Contraste
O contraste marca a diferença entre as zonas escuras e claras das imagens, ainda que tenha mais impacto nas últimas. Se for baixo, gera imagens muito esbatidas. Sendo exagerado, resulta em imagens muito brilhantes, cansativas para os olhos e com perda de detalhes nas zonas mais claras. Um televisor com o contraste bem regulado exibe brancos brilhantes, mas sem perda de detalhes.
Frequentemente, os fabricantes anunciam rácios de contraste muito elevados. Tenha em conta que estes valores correspondem a medições feitas em condições que não refletem a utilização normal dos aparelhos, pelo que não devem ser considerados.
3. Nitidez
Este parâmetro define o grau em que o televisor restaura a nitidez da imagem que recebe. Se for demasiado elevada, o televisor tende a devolver imagens pouco naturais, o que se torna notório sobretudo nos contornos de objetos ou pessoas.
4. Saturação da cor
Para alterar a intensidade das cores, pode ajustar a saturação. Um grau diminuto de saturação produz cores pálidas. Já no caso de ser demasiado elevado, gera tons demasiado vívidos, dando à imagem um aspeto agressivo.
5. Temperatura de cor
Permite, por norma, três opções: frio, quente ou neutro. O “frio” corresponde a uma temperatura de cor elevada, conduzindo a imagens de tons mais azulados. Uma temperatura de cor baixa, ou “quente”, corresponde a um tom mais suave, de tonalidade avermelhada. A opção “neutra” costuma ser a mais indicada, pois reproduz tonalidades mais naturais.
6. Fluidez
Destina-se a melhorar a reprodução de imagens em movimento. Optar pelo valor máximo é, por norma, desaconselhável, porque, embora se registe melhoria da fluidez, a qualidade da imagem é sacrificada devido à introdução de uma pixelização intensa. Para obter o melhor efeito, opte por uma regulação equilibrada, que permita uma imagem o mais fluida possível, sem demasiados artifícios.
Alguns espetadores denotam, por vezes, clareiras, sobretudo nos cantos do ecrã do seu televisor e durante o visionamento de imagens mais escuras. Este problema afeta vários aparelhos LCD e é provocado por uma capacidade deficiente de isolamento da retroiluminação (light leakage).
Outro problema recorrente surge em imagens mais claras, com fundos de cor uniforme. Uma parede amarela, por exemplo, pode surgir “manchada” por nuvens. Este problema designa-se clouding e é causado pela falta de iluminação uniforme.
O light leakage e o clouding são comuns, mas não a ponto de se tornarem muito incomodativos. Se achar que a fuga de iluminação no seu LCD é demasiado intensa, esta poderá ser motivada por uma montagem imperfeita, se o painel LCD não tiver sido fixo à moldura com a força adequada, o que pode potenciar a fuga da retroiluminação. Caso se trate de um defeito de fabrico, o fabricante tem de assumir as suas responsabilidades. Deve exigir a assistência técnica a que tem direito e, se se justificar, a reparação ou troca do televisor.
Os OLED podem ser afetados pela retenção de imagens no ecrã (burn-in). Ou seja: após aplicar uma imagem estática no ecrã durante algum tempo, esta pode deixar uma marca visível no painel, como se ficasse gravada. Testámos este aspeto e observámos que, embora o efeito de burn-in se possa registar ocasionalmente, é fácil de reverter e pouco provável no âmbito da utilização normal.
O teste prático foi feito com quatro ecrãs OLED, nos quais reproduzimos continuamente os mesmos vídeos. Um destes vídeos exibia, de forma sempre visível e estática, uma barra e caixa de informação e outro o logótipo de um canal de televisão. Após cinco horas de emissão, um dos OLED mostrava uma pequena “sombra”, difícil de visualizar. Ao fim de 21 horas, todos os OLED mostravam alguma retenção visível, mas pouco notória.
Embora improvável, o problema pode surgir em algumas situações específicas. Por exemplo, se o televisor ficar ligado durante a noite, por várias horas, num canal que exiba um logótipo em permanência, ou se ficar ligado a um computador que esteja a reproduzir um vídeo numa janela, com o restante conteúdo estático. Porém, por norma, numa emissão de TV, o logótipo do canal desaparece do ecrã durante os blocos de anúncios. Assim, a probabilidade de haver sequências de muitas horas com uma secção completamente fixa no ecrã é reduzida.
Este não é um problema expectável no contexto de uma utilização regular. E, mesmo que aconteça, verificámos que, em três dos quatro OLED, bastou colocar o televisor em standby durante dez minutos para que a retenção desaparecesse. No único ecrã em que esta ação não resultou, recorremos à funcionalidade que o equipamento disponibiliza para o efeito de burn-in e, com isso, resolvemos o problema. No entanto, este é um processo demorado, de praticamente uma hora, durante o qual não pode usar o aparelho.