Televisores: como testamos
Para avaliar cada televisor, a DECO PROteste conduz um conjunto de testes em laboratório. A qualidade da imagem é o critério mais importante, verificado com medições técnicas e testes práticos em que participa um painel de utilizadores. Outros parâmetros em análise incluem a qualidade do som, o consumo energético e a facilidade de utilização.
O teste à qualidade da imagem envolve várias medições técnicas: ângulo de visão, visibilidade com luz ambiente, fluidez, rácio de contraste e pesquisa de problemas na imagem, como manchas (clouding) e fuga de retroiluminação (light leakage). São também realizados testes de visionamento.
Nos testes de visionamento, são usadas sequências de vídeo com diferentes níveis de resolução: SD (emissões com sinal TDT), HD (alta-definição, com ligação HDMI) e ultra-HD (4K).
Todos os testes de visionamento processam-se após calibração da imagem. Com vídeos HD, estes ensaios são também realizados com os parâmetros de origem, para identificar os modelos que oferecem a melhor imagem sem necessidade de ajustes. No caso dos vídeos 4K, estão previstos testes com e sem HDR, para verificar se existem ganhos com a ativação desta funcionalidade, que diz otimizar os contrastes.
Qualidade da imagem nos televisores
Os testes de visionamento decorrem numa sala com luminosidade controlada, mantendo os painéis à distância ideal para garantir conforto visual: cerca de 2,3 vezes a diagonal do ecrã. A qualidade do sinal é igual nos vários televisores em teste. O painel de utilizadores avalia, depois, a qualidade das imagens em algumas sequências de vídeo.
Entre as medições técnicas, uma das mais importantes é a que fixa o rácio de contraste. Este valor indica a diferença de luminosidade entre uma área branca (desejavelmente de luminosidade elevada) e uma área negra da imagem (quanto menos luminosa, mais próxima de um nível de negro profundo). Para a medição, é garantida uma luminância nos ecrãs relativamente constante, que ronda os 220 nits. A medição é feita a uma distância de dois metros, usando uma imagem de teste padronizada, num cenário com condições realistas, embora otimistas: todas as luzes são desligadas na sala de teste e são evitadas as reflexões de luz, usando cortinas negras na parede traseira.
Já as medições relativas às perdas de luminosidade, aos desvios na temperatura de cor e aos níveis de negro para os diferentes ângulos de visão recorrem a uma câmara equipada com lentes conoscópicas calibradas e a um software de análise de dados. São usadas três imagens de teste próprias, instalando a câmara no local ideal para as medições. Por intermédio de fotos, o software determina as variações dos valores de luminosidade ao longo do ecrã, seja com fundos escuros (fugas de retroiluminação) ou com uma cor uniforme (clouding). O software também mede as quedas de luminosidade, os níveis de negro e os desvios na temperatura de cor no ângulo de visão horizontal e vertical (num alcance de mais ou menos 60º).
O consumo energético é medido com os ajustes utilizados nos testes de visionamento. Os televisores são configurados de modo uniforme (ou seja, com os mesmos níveis de luminosidade, contraste, etc.), para que as medições sejam comparáveis. O consumo, em funcionamento, é medido enquanto os televisores reproduzem a mesma imagem, através de um wattímetro. São ainda verificados os valores gastos com o aparelho em standby e desligado.
Qualidade do som e facilidade de utilização
A qualidade do som é também aferida com medições técnicas, como o nível máximo de pressão sonora, sem distorções audíveis, e a reposta em frequência. Estes ensaios são complementados com testes de audição em que participa um painel de utilizadores familiarizados. É-lhes pedido que escutem excertos de música clássica, para avaliarem a gama dinâmica do som, música pop, para verificarem a reprodução dos graves, e parte de um filme com muitos diálogos, para averiguarem se a conversação é fácil de entender. Por meio de uma faixa de áudio codificada em Dolby Digital 5.1, é ainda verificada a capacidade dos televisores na separação dos canais sonoros e na obtenção de um palco sonoro mais amplo.
Para determinar a facilidade de utilização, a DECO PROteste envolve novamente um painel de utilizadores, que executa várias tarefas e avalia a sua dificuldade. Entre outros aspetos, verifica:
- a instalação do aparelho (remover da caixa, fazer ligações, sintonizar canais, configurar a rede wi-fi, etc.);
- o uso quotidiano (ações que dependem sobretudo da ergonomia do comando, como selecionar canais e regular o volume);
- a navegação nos menus;
- ajustes na imagem e no som;
- a gestão dos cabos ligados ao televisor;
- a utilização do botão de pausa de emissões televisivas em direto (nos televisores sem caixa descodificadora do operador);
- a gravação de programas TDT (ou do pacote de canais dos operadores de televisão paga, distribuídos por cabo coaxial);
- o uso do guia eletrónico de programas (EPG), que mostra a grelha de programação dos vários canais e permite agendar gravações;
- a facilidade em aceder aos conectores, com o televisor instalado num suporte mural;
- o manual de instruções.
Finalmente, são verificados aspetos associados à gestão das opções de privacidade, como a presença de menus para ativar ou desativar a função de recomendação de conteúdos, as opções relacionadas com a Internet of Things (IoT), como a monitorização, no ecrã, de aparelhos ligados à rede wi-fi doméstica, e a segurança no envio de dados de utilização e pessoais para os servidores do fabricante (por exemplo, a transmissão de identificadores únicos do televisor sem encriptação e o recurso a sistemas desatualizados de encriptação de dados).
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