Televisores LG OLED: série C3 brilha nos testes, mas preço ainda não compensa
Lançados este ano, os OLED da série C3 da LG saltaram para o topo da avaliação na generalidade das diagonais. Mas ainda são demasiado caros, e as vantagens face aos modelos da linha C2, discretas. O comparador de televisores da DECO PROTESTE tem opções mais racionais.
- Especialista
- António Alves
- Editor
- Inês Lourinho

Nos últimos anos, os OLED da série C da LG, modelos topo de gama, têm-se destacado nos testes da DECO PROTESTE. Imagem de qualidade irrepreensível, com níveis de contraste e detalhe impressionantes, som apurado e uma plataforma de smartTV completa e bem concebida, baseada no sistema WebOS, são as características que lhes traçam o cartão-de-visita. Recentemente lançada, a série C3 tem, assim, a desafiante tarefa de melhorar uma plataforma com provas dadas. Ao longo de 2022, os modelos da série C2, ou seja, os antecessores diretos dos C3, obtiveram o título de Melhor do Teste entre os painéis de 42, 48, 55 e 65 polegadas.
As expectativas quanto ao desempenho da série C3 eram, assim, elevadas. A DECO PROTESTE levou a laboratório sete modelos, e a Qualidade Global oscilou entre os 74% (bom) e os 81% (muito bom). Estes televisores passaram mesmo a ocupar o topo da avaliação em quase todas as diagonais de imagem. Exceção: a categoria das 48 polegadas, em que revelaram uma qualidade sonora um pouco inferior.
Mas controlemos o entusiasmo. Face aos modelos de 2022, o incremento no desempenho é discreto. Já o preço, esse, está desproporcionalmente inflacionado, o que é, em parte, explicado por serem modelos ainda muito recentes. O custo deverá tornar-se mais interessante daqui a alguns meses. Se tomarmos como exemplo a diagonal de 55 polegadas, verifica-se que a Qualidade Global dos modelos da C3 supera os da C2 em apenas 3%, quando a diferença de preço ronda uns exorbitantes 700 euros. Nos modelos de 65 polegadas, a diferença de qualidade está nos 5%, mas a disparidade excede os 1000 euros…
O comparador de televisores da DECO PROTESTE tem opções mais racionais quanto ao binómio qualidade-preço. Mas, mesmo que não se importe com o valor a pagar e pretenda um painel OLED com boa imagem e som equilibrado, a série A2 da LG propõe os equipamentos mais interessantes. Apenas para os jogadores que têm consolas de última geração, a série A2 pode não trazer vantagens, pela ausência do FreeSync, uma tecnologia que facilita a sincronização com o televisor, mas, sobretudo, devido à frequência dos ecrãs, limitada aos 60 hertz.
Vejamos, então, o que oferecem os LG OLED C3 e como se comportaram no laboratório da DECO PROTESTE.
Especificações de topo e muitas possibilidades de ligações
Leves e muito finos, os OLED da série C3 ostentam um design minimalista, característica relevante atendendo ao destaque que um aparelho destes assume na sala de estar, sobretudo quando tem diagonal mais generosa.
No brilho, tão-pouco desiludem. Com resolução 4K e 100 hertz de frequência nativa, são compatíveis com os protocolos Dolby Vision (otimização de cores e contraste), HDR10 (otimização de contraste) e HLG (otimização de contraste em imagens de transmissões ao vivo) e incorporam a tecnologia OLED Evo, que promete, entre outros, níveis de brilho mais elevados. O cenário acabou por confirmar-se no laboratório, com as medições da intensidade máxima luminosa em HDR a superarem em cerca de 10% os valores anteriores, que já eram mais do que suficientes.
Para reproduzir o som, os televisores da série C3 contam com quatro colunas, dispersas entre o topo e o fundo da parte traseira, e uma potência combinada de 40 W. A exceção são os modelos de 42 polegadas, que têm apenas duas colunas e potência total de 20 W.
Os modelos C3 permitem, ainda, a ligação a auscultadores bluetooth, aceitando mesmo dois em simultâneo. Mas há mais possibilidades de conexão. Anote quatro entradas HDMI 2.1 e três entradas USB, além de ligações de rede e wi-fi. Já para a transmissão de conteúdos a partir de dispositivos móveis, é possível recorrer aos protocolos AirPlay e Cast, respetivamente, para equipamentos com iOS e Android.
Os jogadores também não foram esquecidos. Cada vez mais merecedores da atenção dos fabricantes, sobretudo no que toca aos televisores de uma gama mais elevada, podem obter, das referidas entradas HDMI 2.1, resoluções até 4K a 120 hertz. A presença das tecnologias FreeSync e G-Sync facilita a sincronização com a consola de jogos, sobretudo de última geração. A série C3 inclui igualmente um modo de imagem específico para jogo, que reduz a chamada latência (tempo entre um comando dado durante o jogo e a sua efetiva execução), e para o qual o televisor comuta de forma automática quando a consola arranca.
Imagem com cores vívidas e naturais
No mais importante dos critérios, a série C3 destaca-se pela positiva, mas supera apenas ligeiramente a congénere lançada no ano passado. As imagens são muito fluidas e nítidas, com cores vívidas, mas naturais, além de revelarem contraste elevado e bem equilibrado. A reproduzir vídeos com resolução 4K, com o modo HDR ativado (otimização de contraste), a nitidez impressionou o painel de utilizadores a que a DECO PROTESTE recorre no âmbito dos seus ensaios em laboratório.
Nos testes, foram usadas as definições de imagem de origem e após calibração. Os membros do painel chegaram à conclusão de que não há grande necessidade de fazer ajustes na imagem, visto que as definições de origem parecem corretas.
Som impactante e bem equilibrado
O som devolvido por estes televisores, sobretudo os de 65 polegadas, demonstrou nitidez, riqueza e detalhe, com tonalidades graves impactantes. A grande maioria dos utilizadores não necessitará de ligar uma barra de som aos modelos de 65 polegadas, dada a sua qualidade sonora de origem.
Praticamente iguais são os painéis de 55 polegadas, cujo som é apenas um pouco menos impactante.
Descendo às 48 polegadas, sendo de boa qualidade, o som já não consegue idêntico destaque. Menos impactante e com algum eco, não resulta tão agradável.
Para aferir a qualidade do som, foram usados os parâmetros de origem, ou seja, com o equalizador desligado.
LG OLED C3 com consumo moderado
O consumo dos modelos da linha C3 é relativamente moderado: após calibração da imagem, os técnicos registaram valores entre os 50 W (painéis de 42 polegadas) e os 79 W (65 polegadas). Usando as definições de origem, os consumos sobem um pouco nos modelos de 55 e 65 polegadas, embora se mantenham moderados.
Nos testes, os televisores são calibrados para visualização numa sala relativamente escura, com alguma luz artificial indireta.
Utilização intuitiva, com muitas apps presentes
Entregues com um comando sensível ao movimento, que se integra bastante bem nos menus do sistema operativo WebOS, estes televisores são muito intuitivos. A plataforma de smartTV é rápida a iniciar e permite uma utilização fluida. A configuração inicial pode concretizar-se pelo telemóvel, o que facilita bastante o processo. Mas a gestão das opções de privacidade deveria ser mais simples: como aquelas se encontram num terceiro nível dos menus, o utilizador é obrigado a fazer algum scroll.
O acesso às apps mais usadas, às entradas de vídeo e às definições faz-se na página inicial da plataforma de smartTV, sem necessidade de scroll. A compatibilidade com apps de streaming é ampla: Netflix, YouTube e Spotify são opções presentes. Está também prevista a integração da plataforma de jogos por streaming da Nvidia (GeForce Now), com títulos recentes e de elevada qualidade gráfica, sem necessidade de usar um computador ou uma consola: basta um comando compatível.
Menos positiva é a recomendação de serviços de streaming pagos, uma forma de publicidade forçada a que os consumidores ficam expostos e que rouba espaço no ecrã inicial. Infelizmente, não é uma prática isolada da LG, estando presente na maioria das plataformas.
Já a loja de apps é algo lenta a iniciar. Além disso, para instalar novas apps, é exigido um registo.
A plataforma de smartTV conta ainda com um painel onde estão indicados os equipamentos conectados à rede doméstica (Internet of Things), como câmaras de videovigilância, iluminação inteligente ou máquinas de lavar com ligação à net, que podem ser monitorizados a partir do televisor.
Como não poderia deixar de ser, os assistentes de voz estão também disponíveis: neste caso, o Amazon Alexa e o ThinQ, proprietário da LG. Trata-se de instrumentos particularmente úteis para pesquisar conteúdos (por exemplo, procurar um vídeo no YouTube sem digitar o título).
O fabricante compromete-se a manter o software atualizado durante oito anos.
Cabos escondidos de forma elegante
A solução implementada para esconder cabos também agradou: o encaminhamento pelo pedestal. Quando o televisor é visto de frente, nenhum cabo fica visível.
Outro aspeto muito positivo: a acessibilidade às ligações, quando o televisor está montado num suporte de parede. Em diversos casos, é um verdadeiro pesadelo, sendo que aqui se mantém relativamente simples, com acesso lateral.
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