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Rede móvel 5G obriga a alterações na TDT

Mudar frequências pela qualidade do serviço TDT

A atual rede TDT em Portugal é ainda, sobretudo, uma rede de frequência única (SFN – Single Frequency Network), que emite no canal 56 (750-758 MHz) e é composta por cerca de 240 emissores. 

A existência de uma única frequência para todo o território é um dos principais motivos para as recorrentes falhas de emissão, uma vez que potencia interrupções frequentes. Estas falhas já motivaram milhares de reclamações desde que o sinal analógico foi desligado no nosso país.

Pudemos comprovar esta situação em dois estudos que realizámos com o objetivo de avaliar a qualidade do sinal da TDT:

  • em 2012, foram analisadas 8 regiões nos meses que antecederam o switch-off (ocorrido em abril de 2012);
  • em 2016, analisámos 10 regiões de norte a sul do País.

Ambos os estudos mostraram de forma conclusiva que a rede SFN sempre foi afetada por problemas recorrentes de auto interferência.

Apesar de o regulador não ter levado em consideração os nossos alertas decorrentes dos estudos que realizámos, conclusões em tudo similares foram apresentadas em estudos realizados posteriormente e solicitados pela própria Anacom, que revelam que estes problemas resultam, sobretudo, da utilização de uma frequência única de emissão na totalidade do território nacional.

A libertação da faixa dos 700 MHz implica a migração desta rede única para uma nova faixa de frequências, o que vem alavancar o processo de transição para uma rede multifrequência (MFN – MultiFrequency Network).

Sempre considerámos que a implementação de uma rede MFN - em que as diversas regiões do País recorrem a diferentes frequências de emissão e não apenas a uma única frequência utilizada por todo o território continental - seria a solução mais adequada para minimizar os problemas de receção da TDT e garantir a qualidade do serviço.

Contudo, até agora, são poucas as zonas do País cobertas por emissores de frequências alternativas. Além de moroso, este processo de transição para a multifrequência, que está a cargo da MEO (do grupo Altice), detentora da licença de utilização da rede TDT, tem vindo a revelar-se pouco efetivo e apenas reativo: os emissores com frequências alternativas vão sendo implementados apenas para minorar os problemas de receção nas zonas identificadas como mais problemáticas.