Dumbphones: o regresso dos telemóveis só para chamadas e SMS

Leves, fáceis de usar e com uma autonomia de bateria significativamente superior à dos smartphones atuais, os dumbphones parecem estar de regresso. Não garantem acesso avançado à internet, não sendo possível, por isso, instalar aplicações e fazer operações bancárias, por exemplo. São telemóveis semelhantes aos da primeira geração destes aparelhos: permitem pouco mais que as funcionalidades básicas.

São os preferidos de um público sénior que não se adaptou à complexidade dos smartphones. E podem vir a renascer, também, com a proibição, instituída por lei, do uso de smartphones ou de quaisquer dispositivos com acesso à internet, incluindo tablets, aos jovens durante o período escolar. Esta medida tem como objetivo reduzir as distrações em sala de aula e promover hábitos digitais mais equilibrados. Mas não proíbe estes telemóveis simples, que podem tornar-se um modo de facilitar o contacto com os pais em caso de emergência.

Smartphones e dumbphones: quais as diferenças?

As diferenças mais significativas entre dumbphones e smartphones estão no sistema operativo e na capacidade de instalar aplicações. Os smartphones funcionam com sistemas como o iOS e o Android, que permitem o acesso a uma vasta gama de funcionalidades. Os dumbphones, como referido, mantêm-se limitados a chamadas, mensagens e algumas funções básicas.

Os smartphones oferecem, por exemplo, ferramentas avançadas de controlo parental, que permitem aos pais bloquear o aparelho durante o horário escolar, definir limites de utilização fora desse período, gerir aplicações instaladas e acompanhar a sua atividade. 

Já os dumbphones têm limitações na gestão e monitorização do uso. Em muitos casos, não é possível controlar os horários de utilização, a frequência ou intensidade de utilização, nem monitorizar os contactos mais frequentes. Esta falta de controlo pode trazer vulnerabilidades à segurança das crianças, sobretudo no que diz respeito à gestão de chamadas e mensagens recebidas ou realizadas.

A qualidade da câmara fotográfica destes aparelhos também é consideravelmente limitada.

Os modelos mais populares de dumbphones

Clássicos como os Nokia, que dominaram o mercado antes do aparecimento dos smartphones, em 2007, voltam a ter uma palavra a dizer no segmento dos dumbphones. A DECO PROteste destaca quatro modelos populares.

Como usar um dumbphone?

Para tirar o máximo proveito deste tipo de dispositivos e evitar gastos desnecessários, é importante ter alguns cuidados na escolha e utilização.

Reaproveite dispositivos antigos

Se ainda tem modelos guardados, verifique se estão em funcionamento, com o carregador original e uma bateria que dure pelo menos um dia. Muitas vezes, é possível voltar a utilizar estes equipamentos sem custos adicionais, poupando na compra de um novo telemóvel.

Escolha um tarifário económico

Pode optar por tarifários low-cost e prescindir dos dados móveis, que normalmente oferecem pelo menos mil minutos ou SMS por mês. Atualmente, existem opções entre os 5 e os 10 euros mensais, ideais para quem precisa apenas de chamadas e mensagens.

Prefira modelos básicos

Opte pelos modelos mais económicos. Em dumbphones, a diferença entre os modelos básicos e os ligeiramente mais caros tende a ser mínima, exceto em pormenores como o design ou a presença de uma câmara simples.

Experimente antes de comprar

Ao contrário dos smartphones, os dumbphones têm interfaces muito variadas. Vá a uma loja física e experimente o aparelho.

• Navegue pelos menus para avaliar a simplicidade de utilização.
• Escreva um SMS para testar o teclado físico.
• Verifique como aumentar e diminuir o volume das chamadas e toques.
• Veja como pode gravar contactos e aceder à agenda.

Este teste é fundamental, pois até modelos da mesma marca podem ter usabilidade diferente, o que faz muita diferença no dia a dia, principalmente para crianças ou pessoas idosas.

Ensine as crianças a utilizar o dumbphone

Para crianças que estão habituadas ao ecrã tátil (touchscreen), usar um teclado físico pode ser um desafio. Reserve algum tempo para as ensinar.

• Mostre como funciona a digitação, como pressionar a tecla várias vezes para selecionar letras. Por exemplo, é preciso carregar três vezes no “2” para escrever a letra “C”.
• Pratique com elas até que ganhem agilidade e confiança.

Prefira dispositivos com porta USB-C

Se optar por um modelo novo, escolha um que tenha porta USB-C, em vez dos antigos carregadores proprietários. Isto tornará o seu dumbphone mais prático: será possível carregá-lo no carro, em casa ou no trabalho com o mesmo cabo que utiliza para outros dispositivos, além de estar em conformidade com a legislação europeia mais recente.

Avalie a autonomia real da bateria

Muitos fabricantes anunciam uma duração de bateria que pode não corresponder ao uso real. Sempre que possível, verifique avaliações de outros consumidores para confirmar a autonomia antes da compra.

Invista numa capa protetora

Apesar de serem mais robustos, os dumbphones não são indestrutíveis. Uma capa simples pode prolongar a vida útil do equipamento, especialmente se for utilizado por crianças ou em ambientes de maior desgaste, como escolas e atividades ao ar livre.

Considere o peso e o tamanho

Escolha um modelo leve e compacto, especialmente se o utilizador for uma criança. Isto facilita o transporte no bolso ou na mochila e torna a utilização mais confortável.