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Portugueses satisfeitos com o médico de família?

O inquérito da DECO PROteste identificou muitos portugueses sem médico de família. Mas será que quem tem um profissional designado aprecia os cuidados que lhe são prestados? E a espera por consultas, aumentou ou diminuiu? Veja os resultados do estudo.

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11 fevereiro 2025
Médico de família

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Os portugueses estão satisfeitos com os cuidados prestados pelo Serviço Nacional de Saúde. Era já esta a tendência observada pela DECO PROteste num estudo em 2019, que aferiu a experiência em cerca de 40 hospitais quanto a urgências, internamentos e consultas externas. Entrevistados 2224 cidadãos, foi recolhida informação para um universo de 6227 utentes e familiares.

E a tendência confirma‑se agora, em mais um estudo a visar os centros de saúde. A metodologia foi diferente, mas os resultados não andam distantes. Entre junho e julho de 2024, foi enviado um questionário em papel a uma amostra da população entre os 25 e os 84 anos. As 1591 respostas válidas foram ponderadas em função de género, idade, nível educacional e região.

Para comparar um maior número de Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), um modelo de organização que foi extinto e substituído por Unidades Locais de Saúde (ULS) ao longo de 2024, foi também enviado um questionário online aos subscritores da DECO PROteste, daqui resultando um total de 4619 respostas. As informações obtidas por via de ambos os questionários refletem as opiniões e as experiências dos inquiridos. E o que nos dizem?

Os portugueses valorizam o desempenho do médico de família e os cuidados de enfermagem. Em 25 anos de inquéritos feitos pela DECO PROteste recorrendo à mesma metodologia, é observável uma curva ascendente na satisfação. Com satisfação mediana, ficam os serviços administrativos, uma apreciação a que não é alheia a dificuldade em marcar consulta. Avoluma-se também, e muito, o tempo de espera por uma visita ao médico – e é elevado o número de portugueses sem médico de família. O estudo da DECO PROteste avaliou ainda os tempos de espera médios e a satisfação com episódios de urgências em hospitais públicos. E, se o desempenho dos profissionais de saúde é genericamente bem avaliado, os tempos de espera médios, ainda que dentro das recomendações, penalizam a satisfação. Veja os resultados completos abaixo.

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Consumidores exigem

Reforçar a cobertura dos cuidados de saúde primários é uma verdadeira prioridade. Deve ser concretizada não só através da atribuição de uma equipa de saúde familiar a mais utentes, como também por via de estratégias que facilitem o acesso a cuidados a quem não tem médico de família. Mas não é tudo.

Impõe-se ainda melhorar o acesso e a eficiência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o alargamento das respostas e melhor articulação entre os vários níveis de cuidados.

E é preciso investir na saúde dos portugueses. Somos o quarto país da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) com o menor gasto per capita em programas de prevenção. Além disso, o peso do investimento em prevenção, no total dos gastos em saúde, está abaixo da média da OCDE. Faz-se imprescindível uma maior mobilização de recursos financeiros e a implementação do Plano Nacional da Saúde para a década.

Mais: só o reforço de recursos humanos e a valorização do desempenho dos profissionais, com modelos de trabalho em equipa e o regime de dedicação plena, permitirão cumprir os tempos máximos de resposta garantidos. Que, no caso de consultas com o médico de família não associadas a doença aguda, são de 15 dias úteis, e não de meses.

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