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Bagagem de mão: regras claras na hora de reservar a viagem?

Quando as malas de cabine não estão incluídas no preço do bilhete de avião, as companhias aéreas indicam-no claramente nas condições da reserva? Conheça a experiência de 700 portugueses com o transporte de bagagem de mão e os respetivos custos.

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22 julho 2025
bagagem de mão

iStock

Chegou finalmente a altura daquela viagem pela qual esperava há meses? Chegou à porta de embarque e teve de pagar para levar a mala de cabine que julgava estar incluída no bilhete de avião? Não está sozinho. Um inquérito a cerca de 700 portugueses revela que muitos tiveram problemas com a bagagem de mão, e grande parte não sabe como queixar-se da situação. Saiba quais as dificuldades com que se deparam os consumidores e quais os custos implicados.

Os dados foram obtidos pela DECO PROteste, através de um inquérito online, entre 26 de junho 2 de julho, a um painel de consumidores entre os 25 e os 79 anos. O mesmo estudo foi realizado por organizações de consumidores na Bélgica, em Espanha e em Itália, num total de 3843 respostas. Os dados respeitam à experiência dos inquiridos.

Malas de cabine seguem no porão

Os problemas com bagagem de mão são comuns. De acordo com o estudo da DECO PROteste, 48% dos inquiridos que viajaram nos últimos dois anos enfrentaram situações menos agradáveis com as malas de cabine. A mais comum é seguir para o porão, por falta de espaço na cabine (38 por cento). Mas não é a única. Um em cada dez inquiridos revela ter sido obrigado a pagar por uma segunda peça de bagagem, dado não estar incluída no preço do bilhete. Houve também quem tivesse de suportar custos porque a mala não cumpria as dimensões ou o peso permitidos pela companhia aérea. O facto de as regras não serem as mesmas em todas as transportadoras dificulta a tarefa dos consumidores e muitas vezes leva a enganos.

A maioria (86%) verifica se a bagagem de mão está incluída no preço do bilhete, no momento da reserva. Talvez por isso, 56% pagaram o suplemento nessa altura. Contudo, também há quem tenha sido surpreendido com a despesa no momento do check-in (15%) ou mesmo na hora de embarcar no avião (29 por cento).

Os problemas dos inquiridos portugueses são semelhantes aos dos espanhóis e dos italianos. Os belgas têm um pouco mais de sorte: só 32% revelaram ter suportado custos suplementares ou outros contratempos relacionados com a bagagem de mão.

O valor médio pago pela bagagem de mão varia entre 44 euros, em Itália, e 56 euros, em Espanha. Os portugueses indicaram um custo médio de 52 euros, e os belgas, 49 euros.

Consumidores querem regras uniformes para as companhias aéreas

Quando se pergunta se concordam que as autoridades europeias deveriam clarificar e padronizar as normas relativas aos custos das malas de cabine, mais de 90% dos inquiridos nos quatro países responderam “sim” (95%, em Portugal). Em consonância, sensivelmente a mesma percentagem defende que todas a companhias aéreas deveriam cumprir as mesmas regras. Já relativamente a incluir o custo da bagagem de mão no preço do bilhete, os portugueses são mais céticos: 11% dos inquiridos mostram desacordo, o mesmo acontecendo com apenas 4%, no país vizinho, na Bélgica e em Itália.

A proposta de revisão do regulamento que define os direitos dos passageiros aéreos na União Europeia prevê a gratuitidade da bagagem de mão levada a bordo, com dimensões máximas de 40x30x15 centímetros. Contudo, e apesar de já ter o acordo dos Estados-membros, a alteração ainda aguarda a aprovação do Parlamento Europeu. Os consumidores exigem celeridade, porque a bagagem de mão não é um luxo e deve estar incluída em todos os tipos de bilhete. As regras devem ser claras e consistentes em todas as companhias aéreas, para garantir a aplicação efetiva dos direitos dos passageiros ao nível da União Europeia. 

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