Qual o melhor banco para as famílias?
Muitos portugueses optam por contratar a maioria dos seus produtos bancários num só banco. Mas uma má escolha pode traduzir-se numa despesa anual de centenas de euros a mais. Saiba qual o melhor banco para as famílias e poupe 424 euros por ano com o mais barato.
Ao contratar produtos bancários, seja uma conta à ordem, um depósito a prazo ou um crédito à habitação, não deve limitar-se à oferta do seu banco habitual, procurando, sempre que possível, optar pelas soluções mais vantajosas, mesmo que oferecidas por outras instituições. Mas o que a realidade mostra é que uma grande parte dos consumidores portugueses tende a concentrar estes produtos num mesmo banco, sobretudo quando têm um crédito à habitação. A obrigatoriedade de subscrever outros produtos, como contas à ordem ou seguros, para obter melhores condições de financiamento é, na maioria dos casos, a principal razão.
Para responder a esta necessidade, a DECO PROteste analisou, pelo segundo ano, os preçários dos bancos que comercializam um conjunto de produtos e serviços e procurou as soluções mais baratas. As principais conclusões do estudo do melhor banco para as famílias:
- a despesa anual de uma família de quatro pessoas pode variar entre 3965 euros e 4409 euros, dependendo do banco escolhido;
- o banco mais barato garante uma poupança de 424 euros por ano, em relação à média das soluções analisadas.
- entre 2024 e 2025, o custo anual médio dos produtos avaliados diminuiu, passando de 3988 euros para 3389 euros. Esta redução explica-se pela descida acentuada do pesos dos juros dos créditos, registada entre um ano e o outro.
Melhor banco permite poupar 424 euros por ano
Para encontrar o melhor banco para uma família de quatro pessoas, somaram-se os encargos com um conjunto de produtos bancários, em que se incluem duas contas à ordem (uma delas, conta jovem) e os juros pagos por dois créditos (à habitação e pessoal). Ao total, subtraíram-se os juros obtidos em dois depósitos a prazo, um específico para menores de idade (quando comercializado pelo banco).
O banco mais barato para as famílias
Desta vez, foi o Activobank a obter o título de banco mais barato para as famílias, com um custo total anual de 2965 euros, a uma distância de 56 euros do segundo colocado, o Montepio. Este foi o banco que mais subiu no ranking entre 2024 e 2025 (da décima terceira para a segunda posição); o seu custo anual diminuiu drasticamente de 4437 euros para 3021 euros, entre um ano e o outro, à boleia de uma oferta de crédito à habitação mais competitiva.
No lado oposto, está o BBVA, o único banco que manteve a posição do estudo anterior. Com um custo total de 4409 euros, apresenta uma diferença de 49% face ao primeiro colocado, o Activobank.
| Custos (€) | ||||
|---|---|---|---|---|
| Banco | Contas à ordem | Juros dos créditos | Juros das poupanças | Total anual |
| Activo Bank | 0 | 3036,87 | 72 | 2964,87 |
| Montepio | 37,44 | 3086,53 | 102,60 | 3021,37 |
| MillenniumBcp | 77,06 | 3135,83 | 87,30 | 3125,59 |
| Best Bank | 0 | 3263,66 | 90 | 3173,66 |
| EuroBic Abanca | 74,88 | 3245,43 | 81 | 3239,31 |
| Bankinter | 0 | 3334,81 | 82,80 | 3252,01 |
| Caixa Agrícola | 43,68 | 3286,12 | 71,10 | 3258,70 |
| Banco CTT | 19,24 | 3344,70 | 90,90 | 3273,04 |
| Novo Banco | 56,16 | 3460,08 | 61,20 | 3455,04 |
| Caixa Geral de Depósitos | 64,48 | 3485,61 | 90,90 | 3459,19 |
| Santander | 132,24 | 3485,61 | 80 | 3536,85 |
| Banco BPI | 62,28 | 3577,75 | 86,40 | 3553,63 |
| Abanca | 37,44 | 3788,36 | 108 | 3717,80 |
| BBVA | 100,08 | 4391,50 | 82,80 | 4408,78 |
| Média (€) | 50,36 | 3423,06 | 84,86 | 3388,56 |
Entre os bancos que registaram as maiores descidas está o Bankinter, o primeiro colocado em 2024, e que este ano figura em sexto lugar. Mas o maior trambolhão foi dado pelo Abanca, da segunda para a décima terceira posição. Este banco foi o único a registar um aumento do custo anual, de 3464 euros, em 2024, para 3718 euros, em 2025, que se deveu, principalmente, a um maior peso dos juros dos créditos.
Alívio nos juros baixa despesa com o banco
A redução dos custos anuais registada pela maioria dos bancos foi impulsionada pela descida das taxas de juro ocorrida durante o último ano. No caso do crédito à habitação, a redução dos custos foi significativa: quase 20%. Em média, no cenário considerado neste estudo, uma família portuguesa pagaria menos 622 euros pelo empréstimo da casa. Mas, ainda assim, a fatura é pesada: pode ir dos 2160 euros, no Montepio, até aos 3429 euros, no BBVA. Tal como no ano passado, as taxas mistas dominam as propostas mais baratas neste tipo de crédito, principalmente as que fixam a taxa por um período inicial não superior a dois anos.
Já no crédito pessoal, que, neste estudo, representa o segundo maior encargo da fatura anual com o banco (entre 575 euros e 1135 euros), a redução das taxas de juro não tem tanto impacto nos custos suportados pelas famílias, já que a maioria dos contratos têm taxa fixa. Face ao ano passado, a poupança média é de apenas 22 euros, ou seja, 2,5%.
Conta à ordem sem comissões
Depósitos a prazo rendem ainda menos em 2025
Aquilo que foi uma boa notícia para os consumidores com créditos penalizou quem pretende incrementar as poupanças. Com a descida das taxas de juro, o rendimento obtido nos depósitos a prazo, já de si pouco atrativo, baixou significativamente e de forma mais acentuada do que os juros no crédito à habitação.
Nos depósitos a 12 meses, as taxas mais altas correspondem a metade do seu valor em 2024. É o caso do produto do Abanca, com um rendimento líquido de 1,08%, o mais elevado deste estudo, mas longe dos 2,16% oferecidos o ano passado. Mas é a oferta do ActivoBank, EuroBic Abanca, Bankinter, e Caixa Agrícola que mais dececiona: 0,72%. De notar que, no cenário deste estudo, os juros oferecidos pelo Bankinter na conta à ordem também foram contabilizados.
Assim, a poupança média obtida, ao fim de 12 meses, para um montante de 7500 euros foi de apenas 65 euros, menos 38% do que em 2024. No caso do Abanca, esse valor sobe para 81 euros, descendo para 54 euros nos bancos com os rendimentos mais baixos.
Contas-poupança para crianças não compensam
Por sua vez, a oferta específica para os mais novos incrementa a poupança somente em 20 euros (valor médio). Montepio, Eurobic Abanca e Abanca propõem1,08% líquidos a estes clientes, enquanto o Millennium bcp figura no polo oposto da tabela, com 0,47%. A recomendação da DECO PROteste é que, se pretende rentabilizar as poupanças dos seus filhos, optar por um depósito a prazo comum poderá ser mais vantajoso.
Contas feitas, o montante médio resultante dos juros de miúdos e graúdos – 85 euros – representa menos de 2,5% do valor médio suportado com os juros dos créditos, equilibrando muito pouco a balança de gastos desta família.
Como foi feito o estudo
Para avaliar o custo total destes produtos, considerou‑se, no caso dos créditos, como único critério, aqueles que apresentam a menor fatura em juros, o que, no contexto atual e para este cenário, corresponde exclusivamente a soluções com taxas mistas. No caso das contas à ordem, somaram‑se comissões de manutenção, transferências e anuidades dos cartões ou mensalidades, tratando‑se de contas‑pacote.
Por fim, na vertente da poupança, avaliaram‑se as melhores ofertas para o prazo de 12 meses, subtraindo‑se o rendimento líquido ao custo anual de todo este conjunto de produtos.
Veja abaixo os critérios com maior detalhe:
- conta à ordem, com cartões de débito e de crédito associados, incluindo cinco transferências interbancárias por mês, através do homebanking;
- conta à ordem jovem;
- crédito à habitação, com um montante em dívida de 100 mil euros e prazo de 20 anos;
- crédito pessoal de 10 mil euros, sem finalidade específica, a amortizar em cinco anos;
- depósito a prazo a 12 meses com 7500 euros aplicados;
- poupança jovem com 2500 euros.
Só foram incluídos no estudo os bancos que comercializem todos estes produtos.
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