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Calculadora de crédito à habitação jovem: quanto posso pedir ao banco?

A calculadora da DECO PROteste permite aos jovens conhecerem o valor máximo do crédito à habitação que podem obter ao abrigo da garantia pública. A plataforma querocasa.pt disponibiliza ainda um simulador que indica se são elegíveis para os apoios do Estado à compra ou arrendamento de imóveis.

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17 junho 2025
casal em casa habitação jovem

iStock

A compra de casa com recurso à garantia do Estado representou 13% do montante total de novos créditos à habitação e 44% do que foi concedido aos jovens elegíveis para este apoio no primeiro trimestre deste ano, segundo o Banco de Portugal. Nos primeiros três meses do ano, o montante concedido ao abrigo deste apoio subiu exponencialmente, de 15%, em janeiro, para 60%, em março. Para ajudar os jovens a perceberem se podem beneficiar da garantia pública e quanto podem pedir, no máximo, ao banco se acionarem este apoio do Estado, a DECO PROteste acaba de lançar uma calculadora que indica não só qual é esse montante, mas também o valor das prestações mensais do crédito e ainda a taxa de esforço associada a esse financiamento.

Use a calculadora da habitação jovem

Nos casos em que os jovens não sejam elegíveis para a garantia pública, a calculadora indica ainda o custo máximo do imóvel que pode ser adquirido sem o apoio do Estado.

Além da nova calculadora, os jovens encontram também em www.querocasa.pt um simulador que lhes permite saber se cumprem os critérios para acederem à garantia, à isenção do imposto sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT) e do imposto do selo, bem como se são elegíveis para a Porta 65 Jovem, no caso do arrendamento.

Como funciona a garantia do Estado ao crédito à habitação?

A garantia pública do Estado permite aos jovens até aos 35 anos à procura da primeira casa obterem um financiamento de até 100% no seu crédito à habitação. Para serem elegíveis, os jovens devem ter domicílio fiscal em Portugal, não podem ser proprietários de outras habitações nem ter rendimentos anuais superiores a 83 696 euros. Não podem ainda ter dívidas às Finanças nem à Segurança Social e, por fim, o preço do imóvel que pretendem adquirir não pode ultrapassar os 450 mil euros.

Além de preencherem estes critérios, os jovens têm ainda de ter em consideração a sua taxa de esforço – ou seja, a percentagem do seu rendimento mensal destinada ao pagamento das prestações do crédito – que determinará o montante máximo que podem solicitar ao banco. A DECO PROteste recomenda uma taxa de esforço que não ultrapasse os 35 por cento.

Com a ferramenta disponível em www.querocasa.pt os jovens também ficam a conhecer este valor. Se for superior a 35%, a calculadora indica o financiamento máximo que permitirá não ultrapassar a taxa de esforço recomendada. Indica ainda o valor da prestação a pagar ao banco (assumindo um empréstimo com taxa variável, com um spread de 0,8%) e o custo máximo do imóvel que pode comprar se não beneficiar da garantia do Estado.

Garantia pública: créditos com maior taxa de esforço e prazos mais longos

Os dados do regulador, divulgados no final de maio, revelam também que, em março de 2025, o montante médio dos contratos celebrados ao abrigo do regime da garantia do Estado foi de 190 mil euros, enquanto nos contratos feitos a jovens que não recorreram a este apoio (mas que eram elegíveis) não ultrapassou os 173 mil euros. Além disso, o Relatório de Estabilidade Financeira conclui que os mutuários que recorreram à garantia têm, em média, rendimentos mais elevados do que os jovens que contrataram crédito à habitação sem esse apoio.

Como esperado, na esmagadora maioria dos contratos com garantia (89%) o financiamento foi de 100%, enquanto nos restantes créditos para jovens elegíveis, foi de cerca de 83 por cento. Já no que toca à taxa de esforço, quem recorreu à garantia tem, em média, uma taxa de esforço 6 pontos percentuais superior à do conjunto de todos os novos créditos à habitação e 2 pontos percentuais superior à dos jovens elegíveis, mas que não recorreram à garantia.

Também a maturidade dos créditos celebrados ao abrigo do apoio do Estado é superior face ao total de empréstimos, apresentando, em média, prazos máximos de 37 anos e oito meses, ficando cinco anos e dez meses acima da média do total dos contratos à habitação. Entre os mutuários jovens elegíveis, os contratos com garantia apresentaram uma maturidade média um ano superior à dos contratos sem garantia.

O Estado alocou uma verba de 1,2 mil milhões de euros à garantia no crédito à habitação para jovens, que pode ser usada até 31 de dezembro de 2026. No primeiro trimestre do ano, foi usado 10% desse montante, ou seja, 120 milhões de euros, pelas instituições bancárias que aderiram ao protocolo. 

 

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