Obras e decoração: como renovar a sala em 6 passos

Chão, teto, paredes ou janelas: comece por analisar o estado de conservação das estruturas. Depois, terá de traçar um plano de ataque, que indique os trabalhos a empreender para dar solução a eventuais problemas. Tão-pouco deve esquecer os aspetos a mudar só porque sim, porque tem vontade de transformar o humor do ambiente. O plano, claro, deve estar organizado por ordem cronológica das tarefas a completar.

Deve também analisar aquilo que pode fazer sozinho ou com a ajuda de familiares, tanto para satisfação pessoal, como para poupar algum dinheiro, e o que deve absolutamente deixar ao cuidado de profissionais.

Não significa que não seja preciso acautelar também os detalhes desses trabalhos mais técnicos ou pesados. Há materiais e equipamentos a escolher, orçamentos a pedir, profissionais a contratar ou até licenças a obter, se os trabalhos afetarem estruturas ou fachadas.

A DECO PROteste elaborou um roteiro repleto de dicas para ajudá-lo a navegar por estas águas frequentemente turbulentas. Não deixe ainda de explorar a plataforma Renovar Casa, que faz uma análise minuciosa à sua habitação e indica as intervenções que lhe permitem melhorar o conforto térmico e a eficiência energética.

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1. Planeamento dos trabalhos

A primeira coisa a fazer é definir os objetivos da renovação. Pretende uma simples mudança estética, fazer a manutenção de elementos estruturais degradados, melhorar o isolamento e, assim, o conforto térmico ou acústico, ou tudo isto?

Passe a sala ao desenho, localizando portas, janelas, tomadas e outros elementos relevantes, e anote as respetivas medidas.

Proceda ao diagnóstico da sala

Faça, então, o levantamento do estado da sala. Os efeitos da humidade são visíveis no chão ou nas paredes? Há fissuras a que dar atenção? Os materiais estão degradados ou desatualizados, e pedem uma troca? A instalação elétrica está operacional? As janelas são pouco eficientes, deixando entrar calor no verão e frio no inverno?

Faça contas ao investimento e aos prazos

Decididos os trabalhos, a fase dos orçamentos faz-se presente. Peça dois ou três para cada intervenção, e desconfie de preços demasiado baratos face aos praticados pela concorrência. De preferência, tente encontrar profissionais que trabalhem com transparência e tenham boas referências. Em caso de necessidade, use a carta-tipo da DECO PROteste. A plataforma Renovar Casa também permite pedir orçamento a profissionais de confiança, validados pela organização de consumidores.

Defina prazos realistas, com uma margem para atrasos. Sobretudo em casas antigas, as surpresas podem suceder-se e atrasar o andamento previsto. Mesmo assim, pode reclamar, se a obra derrapar demasiado: use a carta-tipo da DECO PROteste.

E não se esqueça de que, se as obras implicarem ruído, terá de afixar o horário no prédio, para que os vizinhos fiquem informados dos momentos em que o incómodo será maior.

Avalie o que pode fazer sozinho e o que vai deixar a profissionais

Decida as intervenções que são para avançar e, destas, as que pretende fazer sozinho e as que vai deixar nas mãos de profissionais. Já sabe que, para as últimas, deve pedir orçamentos e comparar preços. Eventualmente, de acordo com a natureza dos trabalhos, terá de pedir licenças à câmara municipal.

Entre o que pode fazer com alguma habilidade, estão intervenções não estruturais como:

• remover rodapés ou revestimentos antigos;
• rebocar pequenas zonas ou fissuras;
• pintar paredes e tetos, desde que a superfície esteja bem preparada;
• remover e aplicar papel de parede;
• instalar pavimento flutuante;
• aplicar fita isoladora em janelas;
• instalar candeeiros, desde que a operação não exija interferir na cablagem;
• fixar quadros, prateleiras ou um televisor na parede.

O que deve deixar aos profissionais:

• fazer demolições estruturais;
• aplicar paredes de gesso cartonado (“pladur”);
• instalar janelas eficientes;
• lixar e envernizar soalho antigo;
• aplicar azulejos ou pavimento cerâmico;
• instalar tetos falsos;
• fazer alterações na instalação elétrica (por exemplo, iluminação embutida, calhas LED e novos interruptores ou tomadas);
• mudar o sistema de climatização.

2. Arrumações, remoções e demolições

Esvaziar a sala é a fase seguinte. Retirar livros e discos, remover louças e cristais, despojar as paredes dos seus quadros… os trabalhos iniciais podem parecer hercúleos, e são-no, mas esta preparação é necessária.

Deixe a sala vazia

Precisará de caixas para acondicionar os objetos e de jornais velhos para envolver os mais delicados, e de uma divisão onde possa armazenar tudo até que volte ao seu devido lugar. Sofás, mesas, cadeiras, móveis, equipamentos eletrónicos, candeeiros: o ideal é sair tudo, para que a sala fique limpa.

Analise a utilidade dos objetos

Aproveite para triar objetos que já não lhe interessem, e que pode doar ou vender. Ou que pode renovar: por exemplo, recuperar móveis com um verniz ou uma pintura diferente ou mudar o tecido que reveste o assento de cadeiras.

Forrar uma cadeira não é uma tarefa complicada. Basta desmontar o assento, esticar o novo tecido e fixá-lo com a ajuda de um agrafador especial: há muitos à venda em lojas de bricolage. No final, só tem de voltar a montar o assento.

No caso de equipamentos elétricos ou eletrónicos que necessitem de reparação, pode verificar se as avarias têm solução través da plataforma REPARAR. Se perder o interesse nesses aparelhos, pode também obter informação sobre as opções de destino final.

Remova elementos degradados

A seguir, é a hora de remover o que vai ser substituído: por exemplo, rodapés, revestimentos, pavimento ou teto falso antigos ou danificados. Se pretender demolir paredes interiores, precisará de um parecer técnico, no caso de serem estruturais.

Proteja-se do pó

Destas tarefas resultam muito pó e entulho. Fechar bem e proteger as divisões da casa mais próximas são precauções indispensáveis. Usar máscara idem.

3. Instalação elétrica e outras

Na cronologia dos trabalhos, segue-se a atenção a dar às instalações, como a elétrica.

Avalie a instalação elétrica e o que pretende substituir

Os cabos vão ser substituídos? Estão previstas mais tomadas, iluminação embutida e pontos de luz para candeeiros? Se a sala for contígua a uma cozinha ou casa de banho, será que passa canalização pelas paredes partilhadas? Vão ser instaladas tomadas de acesso à internet?

Estas são tarefas que deve delegar, pelo que convém traçar objetivos e passá-los aos profissionais escolhidos para trabalharem no projeto. Lembre-se de que tudo deve ser testado antes de refazer paredes ou instalar o novo pavimento.

Decida as melhorias no conforto térmico

Se pretender instalar piso radiante, esta é também a fase certa. Terá de debater-se com alguns considerandos. Existem duas opções: pavimento elétrico ou hidráulico. Ambos proporcionam bom conforto térmico, embora o segundo seja muito mais eficiente do ponto de vista energético.

Ainda assim, o piso radiante elétrico pode ser uma opção mais prática para apenas uma divisão ou duas, e não para a casa inteira, sobretudo quando não existe uma caldeira ou uma bomba de calor já instalada.

Mais opções para aquecer a sala? Uma salamandra a pellets pode ser uma solução elegante. Os aquecedores portáteis, por sua vez, são muito baratos na compra, mas proporcionam menor conforto térmico e são caros na conta da eletricidade.

Se lhe restam dúvidas quanto à melhor forma de aquecer a casa, a organização de consumidores tem uma ferramenta online que ajuda na decisão. E, com a ajuda do comparador de energia, pode conhecer o melhor tarifário para o seu perfil de utilização. Pode até mudar de tarifário, se encontrar uma proposta mais favorável.

Considere a possibilidade de instalar ar condicionado

Tenha, contudo, em atenção que os sistemas referidos aquecem apenas, nenhum fazendo arrefecimento no verão. Assim, pode ser mais interessante optar por um aparelho de ar condicionado, que, além de mais versátil, é bastante mais barato e fácil de instalar. Veja o comparador da DECO PROteste.

A campanha Ar Condicionado Fácil, a decorrer até 31 de outubro, permite-lhe instalar equipamentos eficientes, sem complicações e com desconto, com a ajuda de profissionais qualificados.

4. Paredes, teto e janelas

Uma pintura, para lavar a cara das paredes, mesmo que exija primeiro reparações pontuais de fissuras, ou a remoção ou aplicação de papel, não são tarefas complicadas. Se o teto for liso, também será fácil de atacar.

Pode já não ser o caso, se, por exemplo, quiser instalar paredes de gesso cartonado (“pladur”) ou um teto falso com iluminação embutida, quem sabe com isolamento térmico e acústico. Trabalhos técnicos exigem a intervenção de profissionais.

Ocupe-se do papel de parede

Remover papel da parede não é complicado, mas pode dar algum trabalho. Tudo depende do papel. No geral, os mais modernos são facilmente destacáveis: basta puxar devagar para se soltarem. Mesmo assim, há o risco de a base permanecer na parede. Nesse caso, terá de ser removida com água, segundo o método usado para papéis mais antigos.

E como são estes últimos retirados? Comece por furar, raspar a superfície com uma escova de arame macia ou fazer cortes com um x-ato. Depois, pulverize o papel com água morna misturada com um pouco de detergente ou vinagre. Ao fim de cinco a dez minutos, o papel está no ponto para ser removido com uma espátula. Pode repetir o processo nas zonas mais difíceis. No final, tanto pode preparar a parede para pintura como para novo papel.

Atreva-se a pintar as paredes

Pintar paredes ou o teto de uma única cor não tem nada que saber. Terá de reparar eventuais fissuras ou furos para quadros. Existe uma grande variedade de massas para o efeito: depois de aplicar, é preciso lixar para a parede ficar lisa.

Com a parede preparada, é a altura de pintar. A quantidade de tinta a comprar depende, em primeiro lugar, da área das paredes. Mas também está relacionada com a opacidade da tinta e da cor que está por debaixo – podem ser precisas várias demãos. Veja as dicas da DECO PROteste para escolher a tinta.

Consoante as características da parede, poderá ser também aconselhável aplicar primário. Por exemplo, as paredes novas ou que tenham sido submetidas a grandes reparações, e lixadas em seguida, tendem a ser mais porosas e a absorver a tinta: sem primário, podem surgir manchas.

Por outro lado, o primário ajuda a isolar a humidade, sendo também útil em mudanças drásticas de cor (por exemplo, de escuro para claro). Algumas tintas, se aplicadas em superfícies brilhantes, também conduzirão a um melhor resultado se for usado primário, pois tendem a aderir melhor.

Antes de pintar, terá de proteger eventuais rodapés, sancas, tomadas elétricas, interruptores ou outros elementos com fita adesiva própria, não esquecendo o chão. Jornais velhos ou plásticos serão úteis para evitar pingas de tinta, que, se caírem, darão muito mais trabalho a remover depois de secas.

Decida os elementos decorativos

Pretende levantar o estado de espírito das paredes com um lambrim ou outro elemento decorativo? O grau de dificuldade depende do material e do tamanho. Enquanto um painel de PVC autocolante pode não oferecer grande dificuldade, a aplicação de azulejos é já trabalho de pedreiro.

Também incerto pode ser o resultado da instalação de um ripado de madeira. Cortes precisos, alinhamentos ao milímetro e fixação com cola ou parafusos podem ser tarefas traiçoeiras para mãos pouco experientes.

Terá, portanto, de fazer uma avaliação honesta aos seus dotes de bricolage e decidir se consegue ou não chegar a bom porto.

Deixe a troca de janelas para os profissionais

Se aproveitar para trocar janelas por modelos energeticamente eficientes, que não deixem entrar tanto calor no verão e frio no inverno, terá de chamar profissionais para fazer um diagnóstico. Apesar do investimento avultado, na ordem dos milhares de euros, a longo prazo, a troca irá compensar, não só em conforto térmico, como também em menores necessidades de climatização e, assim, numa conta de eletricidade mais baixa.

O profissional analisará as condições de exposição solar e equacionará, entre outros, a necessidade de vidros diferenciados, de uma caixilharia mais estanque ou de dispositivos de proteção solar.

Deverá ter também em atenção se existem restrições quanto às janelas. Por exemplo, em zonas classificadas, as janelas novas podem ter de obedecer a certas características – o melhor é verificar junto da câmara municipal.

Para a instalação, recorra à plataforma Renovar Casa, onde pode pedir orçamento a profissionais de confiança, validados pela DECO PROteste.

Não perca os pequenos truques para melhorar o conforto térmico

A troca de janelas sai cara. Se não reunir meios para tal, pequenos truques podem ajudar a mitigar a ineficiência das janelas e a melhorar o conforto térmico. Por exemplo, se o sistema de abertura assim o permitir, poderá recorrer a fitas de isolamento ao redor da janela.

Também pode reforçar o isolamento térmico das caixas de estores, se estas o permitirem, através da aplicação, no seu interior, de materiais isolantes, como a lã de rocha, o EPS ou o XPS. Procure ainda ter as ferragens da janela devidamente afinadas.

5. Pavimento, rodapés e isolamento

Com as paredes e as instalações resolvidas, é hora de dar atenção ao pavimento. Está nivelado? Ostenta manchas de humidade? Range? É para substituir ou, com um pouco de habilidade, pode ser recuperado? Por exemplo, um bonito soalho antigo, em madeira, pode ganhar nova vida se for lixado e envernizado ou encerado. Mas saiba que esta é uma tarefa para os profissionais, pois é demorada, produz muito pó e exige máquinas e conhecimentos técnicos.

Escolha o tipo de chão

Se a opção for a troca do pavimento, soluções não faltam: de madeira, flutuante, vinílico ou cerâmico são algumas. Destas, a que está ao alcance dos leigos é a aplicação de pavimento flutuante. Não perca o passo-a-passo e o vídeo preparados pela DECO PROteste, com dicas para o sucesso. Os restantes tipos de pavimentos devem ser deixados aos profissionais.

Veja se vale a pena reforçar o isolamento

Escolhida a solução, pondere também a aplicação de isolamento térmico ou acústico por debaixo do novo pavimento. Pode ser uma boa decisão para melhorar o conforto térmico ou se viver num prédio com vizinhos no andar de baixo.

Instale os rodapés

Novos rodapés proporcionarão o acabamento perfeito. Deverão ser instalados, de preferência, após a pintura das paredes, para evitar pingas ou borrões de tinta, que inevitavelmente comprometerão o resultado.

6. Acabamentos, arrumação e decoração

Com todas as estruturas renovadas ou substituídas, é altura de montar tomadas, interruptores e candeeiros. Opte por lâmpadas economizadoras. Pode inclusive aproveitar para passar a casa a pente fino e substituir eventuais lâmpadas menos eficientes. A DECO PROteste indica-lhe a potência, a cor e o tipo certo para cada zona da casa.

Depois, arme-se de criatividade e volte a decorar. Móveis, estantes, sofás, cortinados, tapetes: são muitos os elementos com que pode renovar o estado de espírito da sala.

Fixar quadros, prateleiras ou até um televisor na parede são mais tarefas a considerar. A DECO PROteste tem um roteiro que o ajuda a instalar o televisor, além de um comparador, caso esteja à procura de um novo ecrã, por exemplo, com mais polegadas.

No final, admire a sua obra de forma crítica. Avalie a necessidade de retoques de tinta e de pequenos ajustes e, claro, arme-se de pano, aspirador e esfregona, para uma limpeza a fundo.

O projeto Horis é financiado pelo programa LIFE da União Europeia, sob o acordo de subsídio no.101120497. O conteúdo desta publicação não representa necessariamente a opinião da União Europeia ou da Agência de Execução Europeia do Clima, das Infrasestruturas e do Ambiente (CINEA). Nenhuma destas entidades é responsável pela informação e utilização das informações publicadas.