Flexitarianismo: o que é e quais são os benefícios?
Comem proteína animal, mas reduzem ao mínimo as refeições que a incluam. Em 2021, os flexitarianos eram já 9% dos adultos portugueses. Saiba como se faz a dieta flexitariana e porque é boa para a saúde e o ambiente.

Segundo um estudo da Lantern, uma consultora especializada na área da alimentação, 769 mil portugueses com mais de 18 anos praticavam, em 2021, uma dieta flexitariana. Este número representava 9,3% da população nesta faixa etária.
Um estudo semelhante havia sido conduzido pela mesma empresa em 2019. Nessa altura, foram identificados 628 mil flexitarianos, ou seja, 7,4% dos consumidores maiores de idade.
A população que segue este tipo de alimentação cresceu, assim, 27% em dois anos.
O que é o flexitarianismo?
Os flexitarianos, também conhecidos por semivegetarianos, optam por reduzir ou consumir apenas esporadicamente proteínas animais.
Esta prática não é considerada vegetarianismo. Os vegetarianos excluem totalmente os alimentos de origem animal. Em alguns casos, consomem ovos e/ou laticínios (ovolactovegetarianos).
O que se come na dieta flexitariana?
As pessoas que seguem este tipo de dieta alimentam-se essencialmente de plantas (vegetais, leguminosas, grãos e fruta). Contudo, continuam a ser omnívoras, ou seja, a comer de tudo.
Em situações pontuais (eventos, festas como o Natal, etc.), ou com uma regularidade variável, podem fazer refeições com carne, peixe e/ou derivados: ovos, fiambre, chouriço, salsichas, barritas de pescada (“douradinhos”), delícias do mar, etc.
Benefícios do flexitarianismo
Uma dieta flexitariana tem benefícios ao nível da saúde humana e da sustentabilidade dos recursos naturais.
No estudo da Lantern já indicado, 74% dos flexitarianos indicaram que a sua maior motivação para seguir a dieta prendia-se com a própria saúde. O bem-estar animal (30%) e a sustentabilidade do planeta (29%) eram preocupações menos frequentes.
A produção de alimentos, entre os quais as proteínas animais, representa cerca de um quarto das emissões globais de gases de efeito de estufa. Destas emissões, 30% devem-se à pecuária e à aquicultura. A exploração do solo para criação de gado contribui com 16% das emissões. As culturas agrícolas para alimentação animal (6%) e a pesca (1%) são outras atividades poluentes neste setor.
A redução do consumo de produtos de origem animal permite, portanto, reduzir também a pegada ecológica dos consumidores no que diz respeito à alimentação.
Ao nível da saúde, tem o benefício de reduzir a ingestão de gorduras saturadas (ligadas a um risco acrescido de doenças cardíacas, obesidade, diabetes e hipertensão, entre outras) e aumentar o aporte de fibras, minerais e vitaminas presentes na fruta e nos vegetais.
Como iniciar uma dieta flexitariana?
O primeiro passo é decidir em que medida pretende reduzir o consumo de alimentos de origem animal. Planeia ser um “quase vegetariano” e comer carne e peixe apenas de vez em quando? Ou prefere fazer uma redução gradual?
Se quer avançar devagar, pode começar por eliminar a proteína animal da sua alimentação um dia por semana, ou uma refeição por dia (por exemplo, o jantar). Quando se sentir confiante, acrescente um dia, ou uma refeição. Continue a explorar as opções enquanto for confortável para si.
Nas refeições em que ingerir proteína animal, reserve 75% do prato para produtos de origem vegetal. Metade do prato deverá ser composto por legumes, um quarto pelo acompanhamento (arroz, batata, massa, etc.) e o outro quarto por carne (sempre que possível, substitua a vaca por aves), pescado ou ovos. Esta recomendação é válida para qualquer pessoa, não apenas para os flexitarianos.
Como sobremesa, prefira fruta fresca. É mais barato e melhor para a saúde.
Ao seguir um regime essencialmente vegetariano, deve combinar bem os alimentos, para obter todos os nutrientes essenciais. É importante evitar carências de nutrientes que estão mais presentes na carne ou no peixe, não só a proteína, mas também cálcio, zinco e vitaminas B12 e D, reforçando o consumo dos vegetais certos.
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