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Flexitarianismo: o que é e quais são os benefícios?

Comem proteína animal, mas reduzem ao mínimo as refeições que a incluam. Em 2021, os flexitarianos eram já 9% dos adultos portugueses. Saiba como se faz a dieta flexitariana e porque é boa para a saúde e o ambiente.

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26 outubro 2023
Dois pratos brancos em cima de uma mesa: um deles tem pedaços de carne grelhada e o outro uma salada. Uma mão aponta para o prato com a salada - alusão a Flexitarianismo

iStock

Segundo um estudo da Lantern, uma consultora especializada na área da alimentação, 769 mil portugueses com mais de 18 anos praticavam, em 2021, uma dieta flexitariana. Este número representava 9,3% da população nesta faixa etária.

Um estudo semelhante havia sido conduzido pela mesma empresa em 2019. Nessa altura, foram identificados 628 mil flexitarianos, ou seja, 7,4% dos consumidores maiores de idade.

A população que segue este tipo de alimentação cresceu, assim, 27% em dois anos.

O que é o flexitarianismo?

Os flexitarianos, também conhecidos por semivegetarianos, optam por reduzir ou consumir apenas esporadicamente proteínas animais.

Esta prática não é considerada vegetarianismo. Os vegetarianos  excluem totalmente os alimentos de origem animal. Em alguns casos, consomem ovos e/ou laticínios (ovolactovegetarianos).

O que se come na dieta flexitariana?

As pessoas que seguem este tipo de dieta alimentam-se essencialmente de plantas (vegetais, leguminosas, grãos e fruta). Contudo, continuam a ser omnívoras, ou seja, a comer de tudo.

Em situações pontuais (eventos, festas como o Natal, etc.), ou com uma regularidade variável, podem fazer refeições com carne, peixe e/ou derivados: ovos, fiambre, chouriço, salsichas, barritas de pescada (“douradinhos”), delícias do mar, etc.

Benefícios do flexitarianismo

Uma dieta flexitariana tem benefícios ao nível da saúde humana e da sustentabilidade dos recursos naturais.

No estudo da Lantern já indicado, 74% dos flexitarianos indicaram que a sua maior motivação para seguir a dieta prendia-se com a própria saúde. O bem-estar animal (30%) e a sustentabilidade do planeta (29%) eram preocupações menos frequentes.

A produção de alimentos, entre os quais as proteínas animais, representa cerca de um quarto das emissões globais de gases de efeito de estufa. Destas emissões, 30% devem-se à pecuária e à aquicultura. A exploração do solo para criação de gado contribui com 16% das emissões. As culturas agrícolas para alimentação animal (6%) e a pesca (1%) são outras atividades poluentes neste setor.

A redução do consumo de produtos de origem animal permite, portanto, reduzir também a pegada ecológica dos consumidores no que diz respeito à alimentação.

Ao nível da saúde, tem o benefício de reduzir a ingestão de gorduras saturadas (ligadas a um risco acrescido de doenças cardíacas, obesidade, diabetes e hipertensão, entre outras) e aumentar o aporte de fibras, minerais e vitaminas presentes na fruta e nos vegetais.

Como iniciar uma dieta flexitariana?

O primeiro passo é decidir em que medida pretende reduzir o consumo de alimentos de origem animal. Planeia ser um “quase vegetariano” e comer carne e peixe apenas de vez em quando? Ou prefere fazer uma redução gradual?

Se quer avançar devagar, pode começar por eliminar a proteína animal da sua alimentação um dia por semana, ou uma refeição por dia (por exemplo, o jantar). Quando se sentir confiante, acrescente um dia, ou uma refeição. Continue a explorar as opções enquanto for confortável para si.

Nas refeições em que ingerir proteína animal, reserve 75% do prato para produtos de origem vegetal. Metade do prato deverá ser composto por legumes, um quarto pelo acompanhamento (arroz, batata, massa, etc.) e o outro quarto por carne (sempre que possível, substitua a vaca por aves), pescado ou ovos. Esta recomendação é válida para qualquer pessoa, não apenas para os flexitarianos.

CONHEÇA A RODA DOS ALIMENTOS

Como sobremesa, prefira fruta fresca. É mais barato e melhor para a saúde.

Ao seguir um regime essencialmente vegetariano, deve combinar bem os alimentos, para obter todos os nutrientes essenciais. É importante evitar carências de nutrientes que estão mais presentes na carne ou no peixe, não só a proteína, mas também cálcio, zinco e vitaminas B12 e D, reforçando o consumo dos vegetais certos.

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