Maioria dos alimentos com aditivos
A DECO PROteste analisou 150 produtos alimentares para averiguar a existência de corantes e de intensificadores de sabor. A maioria contém estes aditivos.

O que têm em comum caldos, batatas fritas, noodles, delícias do mar, sopas desidratadas, rissóis e croquetes? Intensificadores de sabor, aditivos associados à "síndrome do restaurante chinês", devido ao uso do glutamato de monossódico. Os intensificadores de sabor visam realçar o sabor e o aroma dos alimentos, mas podem mascarar a falta ou a pobreza dos ingredientes utilizados. A DECO PROteste levou a cabo uma pesquisa em 150 alimentos de marca própria ou exclusiva dos supermercados, de 20 categorias, e só não encontrou estes aditivos em alimentos de duas marcas. Além destes aditivos, o estudo da DECO PROteste pesquisou corantes sintéticos e naturais. E porquê corantes e intensificadores de sabor? Devido aos seus possíveis efeitos adversos, bem como ao seu condão para enganar o consumidor.
Aditivos? Não, obrigado
Avisos sobre o risco de efeitos negativos na atenção e na atividade das crianças estão impressos nalguns rótulos, quando incluem os corantes E102, E104, E110, E122, E124 ou E129. Outras advertências estão relacionadas com o possível efeito laxante ou com a presença de sulfitos quando a concentração deste conservante é superior a 10 miligramas por litro ou por quilo. Serão os avisos suficientes quando há dúvidas quanto à segurança de algumas destas substâncias? Para agravar, os testes da DECO PROteste revelam que nem sempre a lei é respeitada.
Perante potenciais riscos, será que os aditivos são necessários? Sim, mas só em determinadas circunstâncias. Para preservar os alimentos e garantir a segurança alimentar, por exemplo. O que não se aplica aos intensificadores de sabor nem aos corantes. Esteja atento: nem sempre o alimento mais vistoso e apetitoso é o mais saudável. Na dúvida, é melhor escolher alimentos naturais. Quanto mais colorido, transformado ou elaborado for um produto, maiores as probabilidades de conter vários aditivos. Leia o rótulo e opte por produtos com menos substâncias. E não se deixe enganar pela publicidade.
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No estudo da DECO PROteste, apenas algumas gomas acusaram um corante sintético. Trata-se do Azul brilhante FCF (E133), que não é suspeito de consequências adversas, apesar de um estudo ter revelado possíveis efeitos tóxicos para as células e para o material genético. Este corante foi encontrado em gomas do El Corte Inglés, da Porsi (Intermarché), da Hacendado (Mercadona) e da Trolli (Aldi). Já as gomas sortidas do Lidl (Hit Mix) dispensam os corantes, optando por sumos concentrados de frutos e de vegetais para lhes dar cor.
Além das gomas, os corantes naturais apareceram em batatas fritas, caldos, croquetes, delícias do mar, leite creme, pudins, refrigerantes, rissóis e sopas desidratadas. Nos refrigerantes, mais uma vez, o Lidl é um bom exemplo. É o único a não incorporar o E160a – carotenos, profusamente usado para colorir os refrigerantes de laranja.
Alimentos sem intensificadores, nem corantes
A análise da DECO PROteste detetou produtos sem intensificadores de sabor nem corantes, naturais ou sintéticos. Significa que estes ingredientes podem ser dispensados, como tem defendido a DECO PROteste há mais de 20 anos. Alguns retalhistas já renunciaram à utilização de alguns destes aditivos. Patês de atum, ice tea de manga, lasanhas bolonhesas, polpa de tomate e ketchup dispensam intensificadores de sabor, bem como corantes, naturais ou sintéticos.
Os produtos do Aldi e do Pingo Doce estão isentos de intensificadores de sabor, e os da Auchan, Continente, Lidl e Pingo Doce também sobrevivem sem corantes sintéticos. Já as delícias do mar, as gomas de amora, o pudim de caramelo e o leite creme, nas versões analisadas, ainda surgem como não tendo abdicado dos corantes. Isto embora, segundo alguns responsáveis pelas marcas, parte já tenha sido reformulado.