Saladas César: mais cuidado a lavar e a desinfetar é preciso

As saladas César prontas a consumir salvam refeições. Com canónigos, chicória ou escarola frisada, frango, bacon, lascas de parmesão, croutons e molho César preenchem um almoço ou um jantar. Mas serão de confiar? A DECO PROteste avaliou oito saladas, e a maioria tem falhas de higiene. As análises em laboratório revelaram bactérias, que exigem melhorias na lavagem e desinfeção. Escolha, por isso, a salada mais fresca possível. Na ausência da data de embalamento, opte por aquela mais longe do final do prazo de validade. E consuma o quanto antes.

Para avaliar a qualidade nutricional, recorreu-se ao algoritmo do Nutri-Score.

As saladas estão frescas?

Como os olhos não são alheios à vontade de degustar, o aspeto e a frescura são fundamentais. As folhas da salada César apresentam-se viçosas? O cheiro é agradável?  A avaliação sensorial das oito saladas, levada a cabo no final do prazo de validade, e feita por um painel de provadores experiente, focou-se no aspeto e no odor.

Lavadas e desinfetadas?

Muito manipuladas e sem nenhum tratamento térmico depois de preparadas, as saladas requerem cautelas extra na higiene. Será que tais cuidados foram respeitados? Para tirar a dúvida a limpo, a DECO PROteste analisou a higiene das saladas, através de análises microbiológicas em laboratório. 

Em geral, a higiene foi aceitável. Seis saladas acusaram contagens mais elevadas de enterobactérias, sinónimo de falhas de higiene no momento da elaboração. Uma delas continha E. coli, bactéria alojada unicamente no trato gastrointestinal, com origem provável nos vegetais, na contaminação cruzada com alimentos crus (como a carne), em quem manipulou ou ainda nas superfícies que entraram em contacto com os ingredientes. Embora em quantidade não alarmante, estas bactérias revelam falta de cuidado durante o manuseamento dos ingredientes.

Apesar de a lavagem e a desinfeção reduzirem o número de enterobactérias, à temperatura de refrigeração a que as saladas são armazenadas, continuam a multiplicar-se. Daí que, se decidir comer uma destas saladas, e para garantir a maior frescura possível, escolha a que estiver mais longe do final do prazo de validade. E apresse-se a degustá-la.

Quais as melhores saladas César?

Como escolher os ingredientes para uma salada?

Comprar a salada César já preparada ou confecioná-la em casa: em ambos os casos, siga estes conselhos.

• Escolha a salada mais fresca possível. Na ausência de data de embalamento, opte por aquela mais longe do final do prazo de validade. Consuma o quanto antes.
• Observe a cor e o aspeto dos ingredientes. Evite as saladas com folhas secas, manchadas ou murchas. Este estado significa que os verdes foram colhidos há bastante tempo ou que houve descuido na conservação.
• Verifique se as saladas estão num expositor refrigerado a uma temperatura inferior a 4°C. Desrespeitada esta condição, não há garantia de que o produto se mantenha em bom estado durante o prazo de validade atribuído.
• Canónigos, chicória, escarola frisada, alface ou outros vegetais. Não compre se detetar folhas com aspeto pouco fresco, com sinais de deterioração e textura murcha ou acastanhada. Quanto mais viçosas as folhas, mais cedo foram colhidas.
• Escolha embalagens sem perfurações e rejeite as que estiverem inchadas, com sinais de condensação ou com folhas apodrecidas. Uma embalagem opada pode significar que a salada fermentou e sofreu alterações.
• Transporte as saladas num saco isotérmico e guarde no frigorífico até consumir.
• Se, ao abrir a embalagem da salada César, sentir um odor estranho, não consuma. Faça o mesmo se houver sinais de podridão ou alguma mudança na cor.
• Caso prefira fazer a salada César com frango em casa, tenha cuidado com a escolha da carne de aves. Esta deve manter-se abaixo dos 4°C. Verifique, na loja, se o expositor refrigerado tem a temperatura visível. Compre a embalagem mais longe do final do prazo de validade. Em casa, lave bem os utensílios que utilizar para cortar a carne crua, para evitar contaminações de outros alimentos. Cozinhe bem a carne.
• Se não quiser arriscar, ou ter o trabalho, de fazer o molho César, pode comprá-lo pronto a usar no supermercado. Mas se lhe apetecer preparar o molho de raiz, encontra inúmeras receitas na internet, umas mais fiéis à original (com anchovas), outras reinventando-a.
• Na loja, verifique o rótulo do queijo parmesão, procurando a validade e a conservação. Em casa, coloque-o logo no frigorífico. Compre apenas produtos com o prazo visível e dentro da validade. Se a data foi ultrapassada, avise o responsável do estabelecimento. Deixe o queijo para último lugar e transporte-o, de preferência, num saco isotérmico.
• Pequenos pedaços de pão torrado, assado ou frito, normalmente em cubos e temperados, os croutons são usados para adicionar textura e sabor à salada César, mas também para acompanhar sopas. Pode usar restos de pão endurecido.
• A higiene dos ingredientes, das mãos e das superfícies é para levar a sério. Entre as utilizações, e para evitar contaminações cruzadas, protegendo os alimentos, lave sempre os utensílios. E é obrigatório separar os alimentos crus dos que já se encontram confecionados.