Chromecast com Google TV tem versão interessante para televisores menos recentes
Além de facilidade a transmitir conteúdos para o televisor via smartphone, o Chromecast com Google TV permite instalar aplicações. A primeira versão, com resolução 4K, custava desde 70 euros, o que impedia a recomendação. Uma versão idêntica surgiu entretanto, mas com resolução até full-HD e preço desde 40 euros.

Concebido pela Google, o Chromecast tem por missão fazer a ponte entre dispositivos móveis (telemóveis e tablets) e televisores, permitindo transmitir conteúdos e lançar apps no grande ecrã. Existem diversos avatares, alguns já desaparecidos. A versão 3 (full-HD) ainda se encontra à venda em alguns locais e custa cerca de 40 euros. Foi durante bastante tempo a recomendação da DECO PROteste, mas, ao dia de hoje, e sobretudo após o lançamento do Chromecast com Google TV (HD), sensivelmente ao mesmo preço, já não faz grande sentido. O Chromecast Ultra, por sua vez, passou à História, descontinuado que foi. De qualquer modo, nunca foi recomendado pela organização de consumidores, olhando ao preço mais elevado e às poucas vantagens que introduzia.
A versão mais recente do Chromecast, compatível com o sistema operativo Google TV, foi lançada em finais de 2020. Além das funcionalidades clássicas de partilha de conteúdos a partir de dispositivos móveis, passou a integrar um leitor multimédia completo, com armazenamento e comando remoto. Trazia o Android TV 10, também designado Google TV, que já vai na versão 12, e admitia imagens em resolução 4K e com HDR. Embora com excelente desempenho, tinha preço a começar nos 70 euros, pelo que falhou a recomendação da DECO PROteste.
O problema é que havia alternativas mais baratas, propostas pela Xiaomi, como o Mi TV Stick, disponível em dois níveis de resolução: full-HD, desde os 40 euros, e 4K, a partir de 50 euros. Outro Xiaomi, o Mi Box S, com preço a arrancar nos 50 euros, vinha equipado com processador mais potente e oferecia compatibilidade com a resolução 4K e a tecnologia HDR, para otimização de contrastes. O Mi TV Stick é inferior ao Chromecast com Google TV HD, mas o Mi Box S está ao mesmo nível.
Entretanto, foi lançada nova versão do Chromecast com Google TV, em tudo similar, exceto na resolução máxima, agora limitada ao full-HD. O que também encolheu foi a memória RAM, que caiu de 2 GB para 1,5 GB, e a capacidade do processador, mais modesta. Ainda ausente está o suporte para Dolby Vision HDR, mas mantêm-se a compatibilidade com o HDR10 e o HDR10+. A DECO PROTeste analisou o novo avatar, e concluiu que, apesar de se verificar alguma perda de desempenho, olhando ao preço, é uma boa opção, sobretudo para quem tem televisores menos recentes, sem resolução 4K.
Em que situações se justifica o novo Chromecast com Google TV?
Se tem uma televisão inteligente mais recente, não deverá sentir problemas de acesso a aplicações ou atualizações do sistema operativo. O Chromecast, neste caso, não terá grande utilidade. A maioria das aplicações de serviços de streaming populares, como YouTube ou Netflix, já vêm instaladas no televisor. Mais: se a aplicação estiver no telemóvel e no televisor, é possível transmitir a partir do primeiro, usando-o como comando do segundo. Além disso, se o televisor correr o sistema operativo Android TV, como é o caso de vários modelos da Panasonic, da Philips, da Sony, da TCL e da Xiaomi, é até descabido usar um Chromecast, pois a plataforma de smartTV funciona de modo semelhante.
No entanto, se tem um televisor mais antigo, com resolução HD-Ready ou full-HD, a nova versão do Chromecast, que tem um preço bastante mais baixo, é, de longe, a mais recomendável. Pode parecer pouco lógico, quando a grande maioria dos televisores já inclui painéis 4K. Mas o Chromecast é útil para televisores menos recentes, sem plataforma de smartTV, ou com uma que não permita o uso das apps favoritas. E, entre esses ecrãs menos recentes, ainda se encontram muitos sem resolução 4K.
Existem outras duas situações em que o Chromecast tem grande utilidade. Quando viaja para outra localidade, pode ter interesse em fazer-se acompanhar pelo dispositivo da Google. No alojamento onde ficar, só tem de ligar o aparelho ao televisor com cabo HDMI e depois à corrente.
O último contexto em que se justifica o Chromecast pode até ser frequente, dado que as marcas de televisores que lideram o mercado, a LG e a Samsung, não correm o Android TV. Significa que ficam impedidos de usar algumas apps apenas compatíveis com este sistema operativo. O aparelho da Google pode, pois, contornar as incompatibilidades e transmitir os conteúdos nesses televisores.
Como instalar o Chromecast com Google TV?
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Para continuar, deve entrar no site ou criar uma conta .As ligações são simples e rápidas: só tem de conectar o Chromecast a uma entrada HDMI do televisor. Depois, deve ligar o dispositivo à corrente. Para o efeito, é fornecido um carregador de corrente e um cabo USB-C.
Ao ligar o aparelho pela primeira vez, este corre o setup inicial. Pode fazer a configuração com o telemóvel através da app Google Home. Também pode fazê-lo por meio dos menus do Chromecast, mas o processo é mais moroso, exigindo, por exemplo, a palavra-passe da rede wi-fi.
Ligado o Chromecast, a configuração do comando é automática, identificando o televisor e permitindo controlar aspetos básicos, como volume e alimentação.
Durante a configuração, pode selecionar a língua portuguesa.
Outro aspeto interessante está no modo ambiente. Quando o Chromecast deixa de ser usado durante algum tempo, faz uma apresentação de imagens (slideshow). Além das fotos do sistema, pode selecionar, para fundo, imagens que estejam na sua conta do Google Fotos.
Como usar o dispositivo da Google?
O Chromecast integra a tecnologia Google Cast, que, num teste prático, a DECO PROteste usou, juntamente com o Cast, para lançar três apps num televisor sem Android TV a partir de um telemóvel: YouTube, Google Fotos e RTP Play.
O Cast e o Google Cast são dois protocolos de transmissão de conteúdos. O primeiro é o mais comum. O segundo é igual ao Chromecast, mas vem de raiz nos televisores compatíveis com o Android TV: por exemplo, vários modelos da Sony, da Philips, da Panasonic, da TCL e da Xiaomi.
YouTube
Normalmente, esta app vem pré‑instalada nos televisores inteligentes e nos leitores multimédia. Por isso, acabou por ser o caso mais simples do teste prático. A partilha de conteúdos a partir do telemóvel não envolveu problemas com nenhum dos dois protocolos.
Google Fotos
O serviço de armazenamento de fotos mais popular do planeta não pode ser instalado num televisor inteligente nem num leitor multimédia: apenas em smartphones ou tablets Android ou iOS. A partilha decorreu sem obstáculos no caso do Google Cast. Mas não foi possível fazer o Cast. Motivo: este protocolo exige que a app esteja instalada no televisor.
RTP Play
Muito apreciada pelos utilizadores e realmente bem concebida, permite, por exemplo, visualizar um vasto leque de programas já transmitidos, retomar a reprodução e aceder às emissões em direto. De início, a app só podia ser instalada em dispositivos com Android TV, mas atualmente também se encontra disponível nas plataformas da Samsung (Tizen) e da LG (WebOS). Assim, a transmissão já é possível tanto no caso do Cast, como do Google Cast.
O que se conclui, então, deste teste prático? O Cast só é possível quando a aplicação está instalada tanto no smartphone ou no tablet, como no televisor ou no leitor multimédia. O Google Cast, por sua vez, permite lançar todas as apps compatíveis com o Cast.
E como funciona o leitor multimédia?
Sendo também um leitor multimédia, o Chromecast admite a mais recente versão do sistema operativo Android TV. A versão 4K é compatível com imagens nessa resolução e recorre a tecnologias de melhoramento de contrastes e paleta de cores (HDR 10 e Dolby Vision). Por seu turno, a versão HD aceita resoluções até ao full-HD e ao HDR 10, mas não o Dolby Vision.
Admite igualmente a instalação de apps através da Google Play Store, como YouTube, Netflix, Spotify e Amazon Prime Video, e até de alguns jogos.
Integra o assistente de voz Google Assistant, que conta com um botão dedicado no telecomando, assim como microfone para a captura das instruções vocais. Notam-se melhorias na compreensão das instruções, ainda que o assistente esteja longe de acertar em todas...
Os menus e a navegação agradaram bastante, o mesmo acontecendo com o hardware, que respondeu bem às exigências do teste. Fluidez na navegação e rapidez no acesso às apps ou na reprodução dos jogos são pontos a favor. A versão 4K é um pouco mais fluida, fruto do processador mais potente e do maior volume de memória RAM (2 GB ao invés de 1,5 GB).
Quase todos os jogos exigem o emparelhamento com um comando bluetooth. Mas, no teste, verificou-se que o comando da consola de jogos Xbox também faz as honras. O desempenho do novo Chromecast foi ensaiado com alguns jogos, incluindo o Asphalt 8, um simulador de automóvel exigente, e o leitor multimédia respondeu bem. Mesmo assim, ocorreram algumas perdas esporádicas de fluidez com este jogo.
Resumindo, caso disponha de um televisor mais recente, com resolução 4K, e pretenda adicionar as possibilidades do Chromecast com Google TV, a versão 4K, com preço que começa em cerca de 70 euros, é um três-em-um: resolve eventuais problemas de compatibilidade do televisor, tem uma componente de leitor multimédia e serve de consola, mas apenas para jogadores ocasionais. Já quem tem um televisor menos recente, de resolução HD-Ready ou full-HD, não deve pensar duas vezes: a versão HD do Chromecast com Google TV, que custa desde 40 euros, é uma excelente opção.