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Imagem mais realista na TV? O segredo pode estar no HDR

O HDR é uma das tecnologias com mais impacto na qualidade da imagem: melhora o contraste, a luminosidade e a profundidade das cores. Mas nem todos os formatos HDR são iguais, e a compatibilidade entre televisor e conteúdo não está garantida. Conheça as diferenças.

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29 outubro 2025
Homem a receber informações de televisores na loja

iStock

Algumas televisões fazem as imagens parecer quase reais, enquanto outras devolvem cores pálidas e sombras sem profundidade. A diferença em apenas três letras: HDR.

O High Dynamic Range, ou simplesmente HDR, é uma das tecnologias que mais transformaram a forma como visualizamos as imagens nos últimos anos. A ideia passa por uma aproximação ao que o olho humano vê, com negros mais profundos, luzes intensas e cores vívidas, mas equilibradas.

Hoje, praticamente todos os televisores das gamas média e alta incorporam algum tipo de HDR. Mas há um detalhe que pode complicar a escolha: existem vários tipos de HDR, e cada marca e plataforma de streaming de vídeo tende a apostar no seu. É aqui que surgem perguntas como: “HDR10 ou Dolby Vision?”, “O que é o HDR10+?” ou “Será que a minha TV aproveita o máximo dos meus filmes e séries preferidos?”

Se já se sentiu confuso com estas siglas e promessas de imagem cinematográfica, não está sozinho. Neste guia, a DECO PROteste explica o que é o HDR, como funciona e o que realmente muda na imagem. Procura um televisor? Explore a ferramenta para saber que diagonal lhe convém e confronte resultados e preços no comparador.

O que é o HDR num televisor?

Negros mais profundos, brancos mais brilhantes e uma gama de cores mais ampla tornam filmes, séries e videojogos mais realistas, sobretudo em cenas com muita luz e sombra em simultâneo, como um pôr-do-sol.

Dica da DECO PROteste: o HDR só mostra todo o seu potencial se o televisor tiver brilho elevado (a partir de 600 nits) e ecrã com profundidade de cor de 10 bits ou mais.

Principais formatos de HDR e as suas diferenças

Formato Profundidade da cor (bits) Brilho máximo (nits) Ajuste dos parâmetros da imagem em tempo real (metadados) Usado onde?
HDR10 10 (1,07 mil milhões de cores) até 1000 Parâmetros estáticos, iguais em toda a imagem Protocolo de base, presente em quase todos os televisores com HDR
HDR10+ 10 (1,07 mil milhões de cores) até 4000 Parâmetros dinâmicos, ajustáveis a cada cena ou frame Televisores da Samsung, Hisense, TCL e Philips e conteúdos da Amazon Prime Video. A Netflix e a Disney+ anunciaram que vão disponibilizar alguns títulos em HDR10+
Dolby Vision até 12 (68,7 mil milhões de cores) até 10 000 Parâmetros dinâmicos, ajustáveis a cada cena ou frame Com o melhor desempenho global, está presente em serviços de streaming (Netflix, Disney+ e Apple TV+, além de alguns títulos da Amazon Prime Video e da Max) e alguns televisores (LG, Hisense, Philips, Sony, Panasonic e TCL)
HLG (Hybrid Log-Gamma) 10 (1,07 mil milhões de cores) até 1000 Sem ajuste em tempo real Emissões televisivas no Reino Unido (BBC) e no Japão (NHK); noutros países, como Alemanha, França e Itália, só em alguns eventos (por exemplo, Jogos Olímpicos). Presente em todos os televisores com HDR testados
Advanced HDR by Technicolor 10 (1,07 mil milhões de cores) até 4000 Parâmetros dinâmicos, ajustáveis a cada cena ou frame Muito pouco usado

Prós e contras do HDR

Vantagens

  • Imagem mais realista e rica em detalhes
  • Maior profundidade de cores e contrastes
  • Melhor reprodução de conteúdos HDR nativos (por exemplo, provenientes de plataformas de streaming de vídeo como Netflix, Amazon Prime Video ou Disney+)

Limitações

  • A qualidade da experiência depende do brilho máximo do televisor
  • Nem todas as plataformas usam o mesmo protocolo de HDR, o que pode levar a problemas de incompatibilidade e impedir todo o potencial desta tecnologia
  • Os ajustes automáticos de cor e brilho variam com a marca do televisor, pelo que pode ser necessário otimizar estes parâmetros manualmente
  • Em cenas com pouco contraste, o efeito HDR é quase impercetível

Nem todos os HDR são iguais, e é aqui que começam os problemas

Um dos grandes desafios do HDR é a falta de uniformização. Cada fabricante tende a apostar no seu formato preferido. Por exemplo, a Samsung favorece o HDR10+, enquanto a LG e a Sony apostam no Dolby Vision.

As plataformas de streaming também têm as suas preferências.

  • Netflix - Dolby Vision.
  • Amazon Prime Video - HDR10 e Dolby Vision.
  • Disney+ - Dolby Vision.
  • YouTube - sobretudo HDR10.
  • Emissões televisivas - quando têm HDR, recorrem sobretudo ao HLG.

Quando o televisor não é compatível com o formato do vídeo, o sistema adapta automaticamente para HDR10, o protocolo de base.

Resultado: o consumidor, muitas vezes, não sabe se está ou não a visualizar a “melhor versão” de cada conteúdo.

O HDR está sempre ativo?

Nem sempre. O HDR só é ativado quando o conteúdo e o televisor são compatíveis com a respetiva norma. Para confirmá-lo, muitos televisores mostram o tipo de HDR ativo (HDR10, Dolby Vision, etc.) quando o conteúdo começa a ser reproduzido.

Conclusões? O HDR é essencial para quem quer tirar o máximo partido de um televisor. Mesmo que os formatos variem entre marcas e serviços de streaming de vídeo, todos melhoram a imagem face ao antigo SDR (Standard Dynamic Range).

Pretende uma escolha mais segura? Aposte num televisor compatível com Dolby Vision e HDR10+. Assim, cobre praticamente todos os conteúdos.

Questões frequentes

Dúvidas sobre o HDR? Eis a resposta às perguntas mais comuns, para perceber como esta tecnologia melhora a imagem do seu televisor.

O HDR faz mesmo a diferença?

Sim, sobretudo em televisores com brilho elevado (acima dos 600 nits) com painéis de boa qualidade. É aqui que o HDR mostra o seu potencial: negros mais profundos, brancos intensos sem perder detalhe e cores mais vívidas e equilibradas. Num bom ecrã, a diferença é imediata. As cenas ao ar livre ganham realismo, os rostos têm mais nuances e as áreas escuras deixam de parecer blocos uniformes de preto. Nos modelos mais básicos, com brilho limitado ou painéis mais modestos, o efeito é muito mais subtil. Continua a haver alguma melhoria, mas as diferenças podem passar despercebidas, sobretudo em ambientes bem iluminados.

Preciso de um cabo HDMI especial para usufruir do HDR

Sim, de preferência, um HDMI 2.0 ou superior e, se possível, certificado como High Speed ou Ultra High Speed. Porquê? O HDR transmite muita informação, porque normalmente envolve resoluções 4K, mais fotogramas (frames) por segundo e uma gama de cores mais ampla. Tudo isto exige maior largura de banda entre o leitor (por exemplo, box, consola de jogos ou leitor multimédia) e o televisor. Se o cabo for antigo ou de baixa qualidade, o HDR pode não se ativar corretamente ou a imagem pode apresentar falhas, cintilações ou cortes.

Qual é o melhor formato HDR?

É o Dolby Vision, que suporta até 12 bits de cor e picos de brilho que podem chegar aos 10 000 nits, muito acima do que oferece, por exemplo, o HDR10. Além disso, ajusta o brilho, o contraste e as cores em cada cena (ou mesmo fotograma), garantindo imagem mais equilibrada e realista em todo o conteúdo. Mas a experiência de visualização depende muito do televisor e do conteúdo. Um televisor incompatível com o Dolby Vision fará a conversão automática para HDR10. Ora, como alguns serviços de streaming de vídeo apostam em formatos de HDR mais avançados, o conteúdo não será visualizado em todo o seu potencial. Por isso, o ideal é optar por um televisor compatível com vários formatos de HDR.

O HDR consome mais energia?

Sim, mas apenas ligeiramente. O HDR aumenta o consumo, porque exige brilho mais intenso e processamento extra para gerir a gama de cores mais ampla e os ajustes permanentes nos parâmetros da imagem. Significa que o televisor trabalha um pouco mais para produzir imagens mais realistas e detalhadas, mas, no geral, a diferença no consumo é pouco significativa, sobretudo em painéis LED ou OLED. Portanto, não é algo que tenha grande impacto na fatura da eletricidade.

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