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Segurança online: um em cada três jovens já foi abordado por estranhos

Muitos conhecem os riscos a que estão expostos, a maioria é sujeita a restrições impostas pelos pais. Qual o grau de segurança do comportamento online dos jovens? Conheça os resultados do inquérito da DECO PROteste.

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14 outubro 2025
3 jovens sentadas em cima de um muro a ver os telemóveis

iStock

Já foram abordados por um estranho através de e-mail ou de uma conta de redes sociais – um em cada três dos 604 jovens portugueses com respostas válidas no inquérito realizado pela DECO PROteste assume ter sido confrontado por esta situação.

Mais de 10% receberam mensagens, imagens ou vídeos explícitos – e não solicitados – de teor sexual ou violento. 

Na mesma casa dos 10% estão aqueles que confessam já terem visto as suas contas de e-mail ou redes sociais hackeados e os que já foram expostos a discursos de ódio. 

Restrições de acesso online para muitos jovens

Neste estudo levado a cabo em mais quatro países, além de Portugal, os dados confirmam uma consciência grande destes problemas. Entre os jovens portugueses que responderam ao inquérito, uma larga maioria (mais de 80%) afirma que as suas atividades online estão submetidas a regras ou restrições definidas pelos pais.

As mais comuns:

  • vigilância paterna dos perfis e dos posts que os jovens mantêm e publicam online (para 48% dos inquiridos);
  • um simples pedido de autorização para comprar ou instalar seja o que for nos seus dispositivos digitais (para 38%);
  • 32% admitem estar sujeitos a definições de privacidade, enquanto 31% a tempo limitado junto a ecrãs.

No entanto, e talvez seja um detalhe pouco surpreendente, 12% dos inquiridos reconhecem usar ferramentas ou outras estratégias para contornar estas limitações.

Como verificar a idade?

O estudo revelou que metade dos inquiridos encontraram pelo menos uma ameaça potencial online. No entanto, poderá servir de consolo o facto de aqueles que usam mais frequentemente as redes sociais afirmarem que adotam mais medidas de segurança online, estando, por isso, menos expostos a ameaças. 

Um dos instrumentos mais falados recentemente é a verificação da idade – que, na verdade, já existe praticamente desde os primórdios da internet, mas sem grande eficácia, ou mesmo nenhuma – e as formas mais sofisticadas de a fazer.

Para 33% dos jovens questionados, deveria ser feita pelas próprias plataformas ou pelas aplicações que nos povoam os telemóveis. Para 32% esse instrumento de controlo deveria fazer parte do próprio dispositivo, enquanto 34% consideram mais eficaz que seja uma app autónoma, especializada, a fazê-lo, para garantir o anonimato. Outros (35%) consideram os dados biométricos a forma eleita para a verificação da idade.

É ampla a maioria dos que concordam com medidas restritivas de acesso de menores a determinado tipo de conteúdos. Mas estão divididos os que concordam que as regras atuais são suficientes para domesticar os impulsos de algoritmos, publicidade escondida, “pesca” de dados pessoais, bullying ou conteúdo violento.

DECO PROteste defende reforço de segurança online

São várias as formas de fraude ou assédio online, e são muitos os conteúdos violentos disponíveis nos ecrãs. Tal como mensagens de ódio ou discriminação.

Os resultados do estudo evidenciam uma geração digitalmente ativa, mas vulnerável a riscos emocionais, sociais e comerciais. A DECO PROteste defende, por isso, que é preciso reforçar políticas públicas centradas na literacia digital, na regulação responsável das plataformas e no envolvimento dos próprios jovens nos processos de decisão.

Garantir um ambiente digital mais seguro é essencial para promover uma geração informada, autónoma e consciente do seu papel no espaço online. A confiança dos jovens deve ser acompanhada por regulação inteligente, educação crítica e envolvimento ativo das instituições e, antes de tudo, das famílias.

Verifique a segurança das páginas a que acede

 

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