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Dismenorreia: o que é e como tratar?

A dismenorreia é uma queixa recorrente entre mulheres jovens e está associada a dor pélvica antes ou durante a menstruação. Descubra como aliviar os sintomas.

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09 novembro 2023
Imagem a preto e branco do abdómen de uma mulher que tem as mãos sobre a zona do ventre que está a vermelho, porque sofre de dismenorreia.

iStock

Muitas adolescentes e mulheres adultas em idade reprodutiva sentem dor pélvica associada à menstruação, conhecida por cólica menstrual. Os episódios de dor ocorrem alguns dias antes e/ou durante a menstruação, geralmente desaparecendo quando esta cessa.

Esta condição denomina-se dismenorreia. A dor pode ser ligeira, moderada e até razoavelmente bem tolerada. No entanto, há casos em que pode ser severa e bastante incapacitante, levando à ausência no trabalho ou na escola.

Alguns fatores podem aumentar o risco de dismenorreia, como tabagismo, excesso de peso ou obesidade, início da menstruação (menarca) precocemente, história familiar de dismenorreia ou sangramento menstrual longo ou intenso.

Tipos de dismenorreia

Existem dois tipos de dismenorreia, mas nem sempre é fácil distinguir entre ambos com base apenas na história e no exame clínicos.

Dismenorreia primária

É o tipo mais comum de dismenorreia. Estima-se que 45% a 95% das mulheres em idade fértil ao nível mundial sofram deste problema. Entre 2% e 29% sentem dor severa. Esta condição aparenta ser mais frequente (70% a 90%) em mulheres com menos de 24 anos.

Considera-se que se trata de dismenorreia primária quando a dor ocorre na ausência de uma doença pélvica que a explique. As causas são ainda pouco claras.

Caracteriza-se por uma dor nos quadrantes abdominais inferiores, que se pode estender para a região dorsal ou os membros inferiores. Regra geral, a dor é mais intensa nos primeiros dois ou três dias do fluxo menstrual.

Geralmente, inicia-se 6 a 24 meses após o surgimento da primeira menstruação (menarca). Tende a diminuir à medida que a idade avança e após a primeira gravidez.

Outros sintomas da dismenorreia primária:

  • distensão abdominal (barriga inchada);
  • dores nas ancas, na zona lombar e no interior das coxas;
  • náuseas;
  • vómitos;
  • diarreia;
  • fadiga;
  • fraqueza;
  • dores de cabeça (cefaleias).

Dismenorreia secundária

Menos comum, é causada por uma doença pélvica, como:

  • endometriose;
  • adenomiomas e fibromas uterinos;
  • doença inflamatória pélvica;
  • anomalias uterinas congénitas;
  • estenose cervical;
  • patologia dos ovários.

A dismenorreia secundária tem um início mais tardio, manifestando-se geralmente na idade adulta (entre os 30 e os 60 anos), a menos que seja provocada por malformações congénitas.

Neste caso, a dor não está relacionada apenas com a menstruação. Pode também ocorrer, por exemplo, durante a fase lútea (os 14 dias finais do ciclo, antes da menstruação). A dor pode piorar à medida que a menstruação avança, em vez de ficar confinada aos primeiros dois dias.

A dismenorreia secundária pode ter associados outros sintomas que levem à suspeita de uma patologia pélvica: sangramento irregular ou intenso, corrimento vaginal, dor ou desconforto durante ou após as relações sexuais (dispareunia), etc.

Como tratar a dismenorreia?

A dismenorreia é uma das principais queixas ginecológicas. Apesar disso, a grande maioria das mulheres não procura ajuda médica.

Esta condição pode ser tratada. Consulte o seu médico de família ou ginecologista caso:

  • sinta dores menstruais de intensidade superior ao habitual ou que durem mais de três dias;
  • relacione outros sintomas com a cólica menstrual (veja atrás);
  • detete qualquer anomalia ginecológica que lhe cause desconforto, dúvida ou preocupação.

Idealmente, deve ser o médico a indicar como aliviar dores menstruais muito fortes ou mais moderadas. O profissional de saúde saberá prescrever o medicamento mais indicado para a situação clínica (anti-inflamatório, paracetamol, contracetivo oral, etc.), assim como a dosagem e a duração do tratamento.

Podem estar indicadas opções cirúrgicas para situações de dismenorreia severa que não responde a outros tipos de tratamento (histerectomia, por exemplo). A estimulação nervosa elétrica transcutânea é um tratamento não invasivo em que se aplica sobre a pele pélvica um dispositivo que fornece correntes elétricas.

Em caso de dismenorreia secundária, é necessário tratar a doença que causa a dor.

Como aliviar dores menstruais?

Algumas medidas contribuem para melhorar o bem-estar geral e podem ser úteis no alívio da dismenorreia:

  • repousar adequadamente;
  • praticar exercício físico regular;
  • colocar um saco de água quente na zona lombar ou no abdómen;
  • tomar um banho de água morna;
  • massajar a zona lombar e o abdómen;
  • evitar a utilização de roupas apertadas.

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