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Cuidados dentários: poucos portugueses recorreram ao SNS

Muitos portugueses vão ao dentista menos de uma vez por ano, a frequência recomendada para a população em geral. Descubra as razões por que tal acontece e conheça a satisfação dos portugueses com os cuidados dentários.

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27 novembro 2024
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Grande plano de uma mulher jovem e atraente a sorrir ao espelho com uns dentes perfeitos; à volta um cenário desfocado de um consultório dentário

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Um inquérito da DECO PROteste a 849 portugueses confirma matematicamente o que muitos percecionam: o recurso ao dentista continua a ser um luxo com acesso reservado a quem pode pagar. Os resultados indicam que muitos dos inquiridos fazem consultas de rotina menos de uma vez por ano, frequência recomendada para a população geral. 

Ver resultados completos do estudo

Em junho de 2024, a DECO PROteste enviou um questionário sobre saúde oral a uma amostra da população entre os 18 e os 74 anos, tendo obtido 849 respostas válidas. O objetivo foi verificar o acesso a cuidados dentários e os respetivos custos, bem como a satisfação com o dentista. Os dados resultam do tratamento estatístico de 849 respostas, ponderadas de modo a representarem a população nacional por género, idade, região e nível de educação.

Consumidores exigem investimento em cuidados dentários

Os resultados do estudo da DECO PROteste não surpreendem, dada a escassez de oferta pública. Nos cuidados de saúde primários, em 2022, havia 140 dentistas e 107 higienistas, e os cheques-dentista, que permitem consultas gratuitas com profissionais convencionados, abrangem apenas grupos específicos. 

Em nome dos consumidores, a DECO PROteste exige que se dote o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de recursos humanos suficientes para responderem às necessidades da população. Mais: o Governo deverá criar a carreira especial de medicina dentária no SNS, para valorizar os profissionais e incentivar a sua fixação. 

Os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) devem permitir a criação de novos consultórios de saúde oral no SNS e contribuir para a equidade de acesso no País. A reorganização em curso é uma excelente oportunidade para integrar a saúde oral na estrutura das Unidades Locais de Saúde (ULS), melhorando a articulação entre os diferentes níveis de cuidados e facilitando a movimentação do cidadão no sistema.

 

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