Como escolher produtos de higiene oral
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Seja uma pasta de dentes ou um elixir bucal, antes de avançar para a compra, compare características e preços das diferentes marcas de produtos. Saiba como fazer uma boa utilização diária de pastas, elixires e fio dentário.
A importância da higiene oral
Uma boa higiene oral remove a placa bacteriana, que é constituída por saliva, restos de alimentos e múltiplas bactérias. É normal formar-se placa bacteriana, mas deve ser removida com a escovagem frequente dos dentes para não calcificar e formar tártaro.
As bactérias presentes na placa bacteriana convertem os hidratos de carbono (açúcares) presentes nos alimentos e bebidas ingeridos e produzem ácido. Quando o meio fica ácido, na superfície do dente ocorre um processo de desmineralização do esmalte. Quando a saliva está menos ácida, os minerais que tornam os dentes mais resistentes são repostos. A presença de flúor durante este processo contribui para fixar os minerais e para evitar que se dissolvam na próxima fase de desmineralização.
O flúor impede a dissolução do esmalte e promove a remineralização. Ou seja, o flúor é essencial para a remineralização dos dentes e para a prevenção das cáries. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a utilização de pasta de dentes com flúor é a forma mais eficaz de reduzir as cáries dentárias. Certas bactérias e açúcares causam o aparecimento de ácidos responsáveis pela desmineralização do esmalte dos dentes.
Uma higiene oral adequada também pode prevenir situações de gengivite, a inflamação das gengivas.
Como fazer a higiene oral
Para manter os dentes saudáveis, siga a técnica 2 x 2 x 2: escove-os duas vezes por dia, durante dois minutos, a seguir às principais refeições e espere duas horas até comer. Escolha também uma boa escova de dentes, de preferência de dureza média, e uma pasta dentífrica com flúor. A escovagem antes de deitar é essencial. Escove a parte interior e exterior dos dentes, inclinando a escova a 45⁰ junto da gengiva, local onde se acumula mais placa bacteriana. Escove também a parte superior dos dentes.
Pastas de dentes com flúor
Prefira uma pasta com 1000 a 1500 ppm de flúor, mesmo no caso de crianças. Este mineral é essencial para a remineralização dos dentes e prevenção das cáries.
Bebidas e alimentos ácidos ou doces podem provocar desgaste ou cáries nos dentes. O flúor ajuda a reverter este processo, ao reforçar o esmalte. Por isso, recomenda-se que uma pasta de dentes contenha 1000 a 1500 ppm deste mineral. Uma boa higiene oral depende, pois, do uso de fio dentário, seguido de escovagem com pasta dotada de flúor.
Pastas sem flúor não são eficazes a prevenir cáries e doenças dos tecidos periodontais, isto é, à volta dos dentes. O flúor contribuiu, desde a primeira metade do século XX, para a queda drástica do número de cáries na população mundial.
Cuidado com o excesso de flúor
Nas quantidades permitidas por lei nas pastas de dentes, este mineral não é tóxico. Mas, em excesso, pode provocar fluorose, que se caracteriza por manchas nos dentes e, em casos mais graves, esmalte débil e poroso. Trata-se de uma doença irreversível, sobretudo preocupante nas crianças, quando os dentes estão em formação. Serão, assim, recomendadas as pastas sem flúor para os miúdos? De todo. As crianças precisam de flúor para evitarem cáries e fortalecerem os dentes. Devem utilizar pasta de dentes com flúor desde a erupção do primeiro dente. Mas os pais não devem depositar na escova mais do que uma porção do tamanho da unha do dedo mindinho da criança e supervisionar a escovagem.
Além de flúor, as pastas de dentes podem incluir ingredientes abrasivos, que lhes dão sabor, capacidade de reter a água (humectantes) ou fazer espuma (detergentes) e mais tempo de vida (conservantes). Por vezes, também levam elementos que combatem o tártaro e a proliferação de micróbios. Algumas destas substâncias envolvem potencial alergénico ou de desregulação endócrina, pelo que as pessoas mais sensíveis devem preferir um produto que não os contenha.
O triclosan, um conservante presente em alguns dentífricos, tem sido associado ao aparecimento de doenças cancerígenas em animais. Contudo, a concentração até 0,3% permitida nas pastas de dentes é considerada segura, e até ajuda a remover a placa dentária e a prevenir a inflamação das gengivas (gengivite).
A maioria dos produtos contém ainda sodium lauryl sulfate, um detergente geralmente seguro, mas que pode atrasar a cura de feridas na boca. Por isso, se tem aftas, é melhor optar por pastas que não incluam esta substância.
DECO PROteste penaliza pastas de dentes com dióxido de titânio
Adicionado aos dentífricos para torná-los brancos, o dióxido de titânio tem estado envolvido em polémica. Esta substância é empregada como aditivo em alimentos e como excipiente em medicamentos. Alguns estudos acusam-no de perturbar o ADN, ainda que não haja provas de que cause mutações genéticas.
E em pastas de dentes? Atendendo à pequena quantidade nestes produtos, que não são ingeridos, os estudos disponíveis não suscitam grandes inquietações. Mas, enquanto não surge mais investigação, a DECO PROteste opta pelo princípio da precaução, penalizando na avaliação as pastas que o contêm.
Elixires bucais com flúor
O elixir bucal com flúor ajuda a remover a placa bacteriana e fornece flúor aos dentes, chegando a zonas de difícil acesso à escova. Pode também combater o mau hálito.
Usar elixir logo após lavar os dentes não tem qualquer benefício, pois remove o flúor deixado pelo dentífrico na boca, onde deveria permanecer para ajudar a remineralizar os dentes e a proteger o esmalte. O elixir pode servir nas situações em que habitualmente não lava os dentes, como a seguir ao lanche. Apesar de incluírem tensioativos, substâncias “detergente”, os colutórios (elixires bucais) são menos eficazes a remover a placa bacteriana do que a escovagem, por falta de ação mecânica. Assim, os elixires bucais têm mesmo de se contentar com um papel secundário na saga da higiene oral.
De qualquer modo, os elixires que contêm flúor participam na prevenção de cáries, já que este ingrediente reduz a desmineralização dos dentes e estimula a mineralização, e ajudam a proteger o esmalte. Tal como o fio dentário e os escovilhões, os elixires têm o mérito de chegarem aos locais de difícil acesso à escova, como são os espaços interdentais. Há também quem os utilize para manter o hálito fresco.
Ao contrário do que acontece com as pastas de dentes, não há consenso quanto à quantidade mínima de flúor recomendada nos colutórios. Pela lógica da eficácia, dir-se-ia que, quanto mais, melhor, mas a segurança impõe limites.
Segurança em risco
Por questões de segurança, a norma ISO 16408 relativa aos colutórios com flúor impõe um limite de 125 miligramas desta substância por embalagem, seja qual for o tamanho. Apesar de não haver total consenso, é geralmente aceite que uma dose de 5 miligramas de flúor por quilo de peso corporal é letal. Deste modo, se uma criança de 25 quilos ingerir um elixir que não cumpra com a norma e tenha uma concentração de flúor superior, pode morrer. Não será muito comum, mas há sempre a possibilidade de um petiz mais aventureiro ingerir a totalidade do frasco.
O flúor é fundamental para prevenir as cáries dentárias, desde que a criança começa a lavar os dentes. Contudo, a ingestão de quantidades excessivas, de forma sistemática, pode danificar os dentes, sobretudo quando estão em formação. Trata-se da chamada fluorose, que se manifesta por manchas irreversíveis nos dentes, entre o branco e o acastanhado, consoante a gravidade. Esta é uma das razões por que as crianças até aos seis anos não devem usar colutórios - podem não conseguir deitar fora a seguir ao bochecho.
Como usar bem o elixir
O elixir bucal com flúor não substitui o uso diário de dentífrico, mas pode ser útil nalgumas situações. O ideal é usar o elixir numa altura em que não possa lavar os dentes. Se quiser passar após a escovagem, espere, pelo menos, 30 minutos, para não eliminar o flúor que o dentífrico deixou.
A rotulagem deve indicar a quantidade a utilizar de cada vez - entre 10 e 20 mililitros, consoante o produto. Siga as instruções e bocheche durante o tempo indicado. Evite comer ou beber, pelo menos, durante 15 minutos.
O elixir não é recomendado para crianças até aos seis anos, devido ao risco de ingestão.
Como deve ser a escova de dentes elétrica ideal?
Vários estudos demonstram que as escovas elétricas são mais eficazes, a curto prazo, na remoção da placa bacteriana e na redução da gengivite, proporcionando uma higiene mais consistente e completa da boca.
Estas tendem, ainda, a ser mais fáceis de utilizar, pois muitas incluem funcionalidades (temporizadores ou sensores, por exemplo) que ajudam a limpar uniformemente todas as áreas da boca, aplicando a pressão adequada, durante o tempo recomendado.
Existem alguns aspetos que deve ter em conta quando for escolher a sua escova elétrica. Primeiro, é importante que cumpra a sua principal função: que lave bem os seus dentes, ou seja, que remova de forma exemplar a placa bacteriana.
De seguida, opte por uma escova com boa autonomia de bateria (mais de 20 utilizações de dois minutos). O tempo de carga desta também pode ser um fator de seleção, visto que, quanto menos demorar a carregar totalmente, maior será o conforto de utilização.
É importante, ainda, que tenha temporizador e sensores de pressão, pois, assim, o consumidor poderá cumprir, com rigor, os dois minutos recomendados para cada lavagem, sem desgastar os dentes e lesar as gengivas, por fazer demasiada força na escova.
Ter a possibilidade de remover a cabeça da escova quando estiver na altura de mudar (deve fazê-lo de três em três meses) é essencial. Atualmente, quase todos os modelos têm esta característica.
Ajustar configurações e escolher diferentes modos de escovagem são outras funcionalidades que podem ser do seu interesse.
Por fim, se o barulho é algo que o incomoda, opte por uma escova pouco ruidosa.
A DECO PROteste testou 11 escovas de dentes elétricas. Veja quais os modelos que cumprem as suas necessidades, tendo em conta o melhor preço para a sua carteira.
Fale, ainda, com o seu dentista, de forma a ver qual a escova mais adequada para o estado geral dos seus dentes e gengivas.
Questões frequentes
Respondemos às principais dúvidas sobre higiene oral.
Como usar o fio dentário?
O uso do fio dentário é recomendado para remover a placa bacteriana de pequenos espaços interdentais, mas não limpa efetivamente os espaços interdentais amplos. O seu uso deve ser executado antes da escovagem, para que a ação protetora do dentífrico seja mais prolongada. Corte 40 a 45 centímetros de fio dentário e enrole nas extremidades dos dedos médios e segure com o polegar. Introduza o fio dentário suavemente entre cada dente até à gengiva. Quando chegar à gengiva, curve o fio em “C”. Retire o fio com um movimento oscilante. Limpe todos os espaços entre os dentes, incluindo os de trás.