Sorriso gengival: botox é opção para tratar
Quem expõe excessivamente a gengiva durante o sorriso pode sentir-se constrangido, levando à diminuição da autoestima. Esta condição, que tem o nome de sorriso gengival, pode ser tratada, sendo o botox uma das opções disponíveis. Saiba como funciona.
- Especialista
- Ânia Rosado
- Editor
- Paula Melo dos Santos e Alda Mota

O sorriso é uma manifestação importante para o ser humano. De tal forma que, anualmente, na primeira sexta-feira do mês de outubro, é celebrado o Dia Mundial do Sorriso, como forma de reconhecimento desta expressão facial que é tão gratificante para quem oferece como para quem recebe.
Algumas pessoas expõem uma porção excessiva da gengiva quando sorriem. Esta condição tem o nome de sorriso gengival. Em casos mais graves, a gengiva é visível mesmo quando os lábios estão em repouso. O botox é uma das formas menos invasivas de resolver.
O que é o sorriso gengival?
O sorriso gengival pode ser definido como uma condição não patológica que causa desarmonia estética, quando mais de três a quatro milímetros de tecido gengival ficam expostos durante o sorriso. Afeta cerca de 14% das mulheres e 7% dos homens, e pode interferir na autoestima e no bem-estar. Caso a pessoa se sinta constrangida com o seu sorriso, pode ter tendência a controlá-lo e/ou a escondê-lo, perdendo espontaneidade e até alegria.
Com a idade, esta condição pode atenuar, devido à queda natural dos lábios, o que reduz a exposição da gengiva e dos incisivos superiores. Mas também há formas de tratar.
Como tratar o sorriso gengival?
O caso deve ser avaliado pelo dentista. O sorriso gengival pode ter diferentes causas, entre as quais:
- lábio superior curto ou com hipermobilidade (movimenta-se de forma exagerada);
- aumento de volume da gengiva (hiperplasia gengival);
- crescimento anormal do osso maxilar (excesso vertical do maxilar);
- dentes fora do lugar (extrusão dentoalveolar).
Para determinar o tratamento, é importante identificar a causa, ou as causas, uma vez que mais do que um fator pode estar presente em simultâneo.
- O tratamento ortodôntico pode ser suficiente para casos mais simples.
- A cirurgia destina-se a situações mais graves e que requerem, por exemplo, o reposicionamento do lábio ou dos ossos da mandíbula e/ou maxilar. Envolve hospitalização e consequente recuperação, mas os resultados são permanentes.
- Os tratamentos menos invasivos incluem a injeção de ácido hialurónico ou de botox (toxina botulínica). O botox apresenta-se como uma opção de tratamento mais rápida e conveniente, uma vez que apresenta tempos de inatividade e recuperação mínimos. No entanto, os seus resultados duram apenas alguns meses.
Como tratar o sorriso gengival com botox?
A toxina botulínica, mais conhecida por botox, é tipicamente produzida por uma bactéria (Clostridium botulinum). Esta toxina é utilizada principalmente em tratamentos estéticos e cosméticos, pois bloqueia a contração dos músculos onde é aplicada, enfraquecendo o tónus muscular. A Ordem dos Médicos Dentistas considera que a administração de botox é uma terapêutica “valiosa” para correção do sorriso gengival.
Esta técnica é utilizada principalmente em quem apresenta hiperatividade dos músculos labiais superiores. É injetada uma pequena quantidade de botox em músculos que rodeiam a região dos lábios. O objetivo é conseguir o relaxamento dos músculos que provocam a retração excessiva do lábio superior durante o sorriso.
Como o efeito é temporário, geralmente o tratamento tem de ser repetido para se manterem os resultados desejados. Por outro lado, trata-se de uma solução flexível, pois o paciente experimenta o tratamento sabendo que o resultado não será definitivo.
Não existe um protocolo standard para o procedimento, que determine, por exemplo, os locais e as doses de injeção. O plano de tratamento deve ser definido pelo médico, tendo em consideração as características individuais (anatomia, tipo de sorriso gengival, idade e sexo, entre outras).
Também não existem ainda estudos suficientes que demonstrem claramente o efeito do botox nesta situação. Existem evidências de que o efeito pretendido pode ser obtido entre uma e duas semanas após a aplicação, e que pode ser mantido durante três a seis meses.
Quem deve evitar aplicar botox na gengiva?
O botox só deve ser aplicado mediante indicação médica e por médicos especialistas. No geral, não é um procedimento indicado para:
- doentes em tratamento com medicamentos bloqueadores dos canais de cálcio (utilizados, por exemplo, no tratamento da hipertensão arterial);
- mulheres grávidas ou a amamentar;
- doentes que tomam aminoglicosídeos (um tipo de antibiótico) ou ciclosporinas (medicamento imunossupressor);
- doentes com distúrbios neuromusculares, como a esclerose múltipla;
- pessoas com hipersensibilidade ao botox ou a soluções salinas;
- pessoas que apresentem inflamação ou infeção no local proposto para a aplicação de botox.
O que pode correr mal na aplicação de botox?
Desde que o botox seja injetado na quantidade e com a técnica corretas, o procedimento é, no geral, considerado seguro. No entanto, como em qualquer tratamento, existem riscos e efeitos secundários.
É comum, após a injeção, ocorrer no local inchaço temporário, hematomas ou vermelhidão. São efeitos leves e que desaparecem ao fim de alguns dias. Complicações mais graves envolvem infeção, dor, perda de força muscular e paralisia muscular.
Se a injeção for administrada com uma técnica inadequada, algumas consequências são dificuldades para falar, beber ou mastigar. Além disso, o sorriso pode ficar com uma aparência assimétrica ou não natural. Caso seja administrada uma dose superior à indicada, pode ocorrer a queda (ptose) do lábio, que fica a cobrir os dentes durante o sorriso.
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