Notícias

Variantes covid-19: qual o impacto?

O que são e o que escondem as mutações do SARS-CoV-2, o vírus que provoca a covid-19? A DECO PROteste explica a linhagem BA.2 da variante Ómicron, a "variante" mais predominante em Portugal.

Especialista:
Editor:
21 agosto 2024
Estudo do coronavírus em laboratório

iStock

Com a pandemia da covid-19, as páginas dos jornais encheram-se de nomes científicos para tratar as chamadas "variantes do SARS-CoV-2". Estas foram batizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com os nomes das letras do alfabeto grego (Alfa, Beta, Gama...), mais fáceis de enunciar do que os códigos usados nos meios científicos e menos passíveis de estigmatização contra os países onde foram identificadas pela primeira vez. A DECO PROteste explica o impacto da disseminação destas novas variantes.

Como surgem e se detetam as variantes do SARS-CoV-2?

Os coronavírus (CoV) constituem uma grande família de vírus com o potencial de causar doenças respiratórias, que podem ir desde uma simples constipação a situações mais graves como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS-CoV) e a síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV). Trata-se de doenças zoonóticas, ou seja, transmissíveis entre animais e pessoas. O SARS-CoV-2 (que provoca a covid-19) é uma nova estirpe que nunca tinha sido anteriormente identificada nos seres humanos. As novas variantes que se têm observado ao nível mundial são mutações do SARS-CoV-2.

As mutações dos vírus são comuns, em particular nos vírus de RNA – que têm ácido ribonucleico como material genético (como os coronavírus) –, e a maioria não tem impacto significativo. Contudo, algumas mutações podem proporcionar ao vírus uma vantagem em relação aos outros vírus que não sofreram essa mutação, tal como uma maior transmissibilidade. São estas mutações que geram preocupação e precisam de ser acompanhadas de perto. Além disso, quanto maior a transmissibilidade e a circulação do vírus, maior é a probabilidade de ocorrerem novas mutações.

Sequenciar o genoma de um vírus ajuda a entender o percurso da transmissão e o tempo em que ele está presente em determinada região ou país. Obter a sequenciação do genoma do SARS-CoV-2 – tarefa que em Portugal é assegurada por um programa do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, com a colaboração do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) – é essencial para o rápido rastreio dos vírus em circulação e a única forma de descobrir novas variantes, ajustar estratégias no sentido de tentar travar a disseminação do vírus e conter cadeias de transmissão das variantes de maior preocupação.

Covid-19: qual a variante dominante em Portugal?

Desde outubro do ano passado que a linhagem BA.2 da Ómicron (e suas descendentes) se tornou dominante no País. Circula maioritariamente na sua sublinhagem JN.1 e descendentes. Entre as últimas, destaca-se o considerável aumento de circulação da sublinhagem KP.3, que representou 80,7% das sequências analisadas entre 8 de julho e 4 de agosto deste ano. A sub-linhagem KP.3, bem como outras sublinhagens em circulação (por exemplo, KP.1 e KP.2), inclui-se na lista de variantes sob monitorização pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês).

A multiplicação de novas variantes do SARS-CoV-2 pelo mundo tem levantado dúvidas sobre se estas mutações poderão não só ser mais contagiosas como provocar doença severa e também afetar a eficácia das vacinas.

Como travar a disseminação das novas variantes?

É importante reforçar medidas para evitar a disseminação e fazer o controlo da transmissão da doença, tais como:

  • usar máscara se estiver infetado;
  • promover a boa higiene das mãos (lavagem frequente com água e sabão ou, na falta desta, desinfeção com solução hidroalcoólica) e a etiqueta respiratória (uso de máscara facial, tossir para o braço, etc.);
  • manter os espaços arejados, preferencialmente através de ventilação natural, procedendo à abertura de portas e/ou janelas.

Também a vacinação contra a covid-19 continua a ser uma arma importante para combater o contágio, provada que está a redução da transmissibilidade e o risco de doença grave contra a maioria das variantes em circulação.

Gostou deste conteúdo? Junte-se à nossa missão!

Na DECO PROteste, defendemos os consumidores desde 1991. A nossa independência é a chave para garantir a qualidade da informação que disponibilizamos gratuitamente. 
 
Adira ao plano Subscritor para aceder a conteúdos exclusivos e a todos os serviços. Com o seu apoio, conseguimos continuar a disponibilizar mais conteúdos de valor.

Subscreva já e faça parte da mudança. Saber é poder!
 

 

SUBSCREVER

 

O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTeste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.

Temas que lhe podem interessar