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Covid-19: devo tomar a vacina? E posso?

A vacinação primária contra a covid-19 é aconselhada pela Direção-Geral da Saúde para crianças a partir dos 6 meses de idade com determinadas patologias de risco. Saiba o que está em causa.

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25 setembro 2024
mulher a levar uma vacina

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A vacinação contra a covid-19 não garante que o utente não terá a doença. De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), a evidência científica mostra que a vacinação contra a covid-19 é eficaz a reduzir os sintomas e a gravidade da fase aguda da doença (com menos sintomas e menor risco de hospitalização), assim como na duração dos sintomas após essa fase. Alguns dados recentes também indicam que pode ajudar a diminuir a probabilidade de desenvolver a condição pós-covid-19.

Assim, a vacinação contra a covid-19 surge como uma resposta central e de reforço, a par das respostas já existentes, que visa prevenir o surgimento de doença grave e das suas consequências, reduzindo a pressão exercida sobre o sistema de saúde.

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É seguro tomar a vacina contra a covid-19

Enquanto organismo de saúde pública que regula os medicamentos na União Europeia, a EMA (Agência Europeia do Medicamento) apenas recomenda a aprovação de vacinas para a covid-19 após uma avaliação exaustiva que demonstre elevados padrões de qualidade, segurança e eficácia exigidos para qualquer outra vacina aprovada na União Europeia. Depois de iniciado o processo de vacinação, ou seja, de administração do fármaco, os sistemas nacionais de farmacovigilância de todos os Estados membros recolhem informações relacionadas com a segurança dos medicamentos e enviam-nas para o sistema de vigilância europeu (eudravigilance). A informação é recolhida por notificação espontânea de reações adversas medicamentosas (RAM), por estudos e pela OMS, ou noutras agências medicamentosas como a FDA (agência norte-americana). A EMA avalia continuamente a segurança das vacinas autorizadas, ou seja, a segurança das vacinas, como a dos demais medicamentos, é um processo dinâmico e contínuo.

Todas as vacinas contra a covid-19 que venham a ser aprovadas pela EMA serão seguras e eficazes. Tal não significa que não possam verificar-se reações adversas mais ou menos graves.

Os resultados obtidos nos ensaios clínicos e toda a informação sobre cada vacina são públicos e podem ser consultados no resumo das características do medicamento (RCM) das vacinas contra a covid-19 no site do Infarmed.

Após a autorização condicional para a disponibilização da vacina, os fabricantes comprometem-se a realizar mais estudos e ensaios, e têm de enviar mensalmente relatórios de segurança para a EMA.

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Tive covid-19. Posso tomar a vacina?

Não existem informações suficientes para saber se, após uma infeção por covid-19, uma pessoa está protegida contra uma nova infeção pela mesma doença (imunidade natural), nem durante quanto tempo ela se manterá. Os primeiros dados sugerem que a imunidade natural à covid-19 pode não durar muito tempo, mas são necessários mais estudos para compreender melhor a situação.

Assim, e sabendo que não há riscos acrescidos de vacinar quem já foi previamente infetado pelo SARS–CoV-2, mantém-se a indicação de vacinar mesmo os que já foram infetados pelo vírus.

Deve ser respeitado um intervalo de quatro a seis meses entre o diagnóstico de covid-19 e a dose de reforço sazonal.

Caso tenha realizado o reforço da vacina contra a covid-19 no ano passado, recomenda-se que também o volte a fazer este ano, dado que esta vacina está adaptada de forma a proteger contra as estirpes atualmente em circulação.

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Estou grávida. Posso ser vacinada?

As grávidas devem ser vacinadas contra a covid-19, com uma vacina de mRNA, não sendo necessária declaração médica para o efeito. Não existe idade materna ou gestacional limite para o início da vacinação. No entanto, a vacinação contra a covid-19 na grávida deve respeitar um intervalo mínimo de 14 dias em relação à administração de outras vacinas, tais como a vacina contra a tosse convulsa (Tdpa) e a vacina contra a gripe. Não obstante, se necessário, para a vacinação atempada, poderá ser utilizado qualquer intervalo, incluindo a coadministração em relação à vacina contra a gripe e à vacina contra a tosse convulsa. De referir, também, que a amamentação não constitui uma contraindicação para a vacinação contra a covid-19. Voltar ao topo

Crianças e adolescentes devem ser vacinados?

Em Portugal, as autoridades de saúde recomendam a vacinação primária para todas as pessoas com 18 anos ou mais. É também recomendada a vacinação primária para crianças dos seis meses aos 17 anos que apresentem patologias de risco tais como:

  • neoplasia maligna ativa;
  • transplantação;
  • imunossupressão;
  • infeção por VIH;
  • doenças neurológicas;
  • perturbações do desenvolvimento;
  • diabetes;
  • obesidade;
  • doença cardiovascular;
  • insuficiência renal crónica;
  • doença pulmonar crónica.
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Doentes oncológicos devem adiar ou interromper tratamentos para tomar a vacina?

Apesar de ser preferível realizar a vacinação contra a covid-19 antes do início do tratamento oncológico, nenhum tratamento deste tipo deve ser adiado por causa da vacina.

Também se estiver em curso um tratamento oncológico, o mesmo não deve ser interrompido para se avançar com a vacinação contra a covid-19. Tal procedimento não obsta a que se respeitem as precauções e circunstâncias especiais que possam advir das normas da Direção-Geral da Saúde para as vacinas contra a covid-19.

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Que cuidados ter antes de receber a vacina da covid-19?

Caso tenha um teste positivo à covid-19 ou estiver com uma doença aguda grave, com ou sem febre, deve aguardar até estar completamente recuperado para ser vacinado. O objetivo é evitar a sobreposição de sintomas da doença com eventuais efeitos secundários da vacinação.

Se tiver historial de reação anafilática a outras vacinas e/ou diagnóstico de mastocitose sistémica ou doença proliferativa dos mastócitos, deve ser referenciado para uma consulta de imunoalergologia hospitalar, com carácter obrigatório,para se proceder a uma avaliação do risco.

Deve ainda informar o profissional de saúde responsável pela administração da vacina nos seguintes casos:

  • se tiver imunodeficiência ou realizar terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia);
  • se tiver doenças de coagulação, alteração das plaquetas ou faça terapêutica com anticoagulantes;
  • se tiver sido diagnosticado com uma miocardite ou pericardite após uma dose da vacina Comirnaty.

Após a vacinação, caso desenvolva sintomas como dor no peito, falta de ar ou palpitações, deve procurar assistência médica imediata.

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