Parvovírus: o que é e como prevenir?
Os casos de Parvovírus B19, um vírus que afeta sobretudo crianças entre os 5 e os 7 anos, têm aumentado, alertou a Direção-Geral da Saúde. Saiba quais os sintomas e como prevenir a infeção.

Os internamentos hospitalares relacionados com o diagnóstico de Parvovírus têm vindo a aumentar, tendo atingido um pico em março deste ano. O impacto que a infeção por Parvovírus B19 pode ter em fetos, especialmente quando ocorre em gestações com menos de 20 semanas, levou a Direção-Geral da Saúde (DGS) a emitir entretanto um comunicado para os profissionais de saúde onde reforça a abordagem clínica em grávidas com suspeita de infeção.
Embora na maioria dos casos o desfecho da gestação seja favorável, a doença pode levar a complicações em 1 a 5% dos casos, podendo provocar o aborto e morte fetal em 13% dos casos, quando a infeção ocorre em gestações com menos de 20 semanas. Por isso, a DGS recomenda agora aos profissionais de saúde que deem particular atenção às manifestações clínicas, diagnóstico e referenciação, caso necessário.
Leia este conjunto de perguntas e respostas e saiba como prevenir a doença.
O que é o Parvovírus?
O Parvovírus B19 é o vírus que está na origem do eritema infecioso, também conhecido por “5.ª doença” ou "doença da bofetada", uma doença viral comum em crianças, sobretudo com idades entre os 5 e os 7 anos.
De acordo com a DGS, cerca de dois terços da população são imunes à infeção pelo Parvovírus B19 devido a infeções anteriores (15% das crianças em idade pré-escolar, 50% dos adultos e 85% dos idosos). Estima-se também que 30 a 40% das mulheres grávidas possam ser suscetíveis à infeção.
Quais são os sintomas da doença?
A infeção por Parvovírus B19 pode ser assintomática.
Em crianças, a doença geralmente manifesta-se com eritema infecioso, que se caracteriza pela presença de febre baixa e um mal-estar ligeiro, com dor muscular, dor de cabeça ou diarreia. Depois, surge uma erupção cutânea sobre a face, semelhante à marca deixada por uma bofetada (razão pela qual é também conhecida por "doença da bofetada"), assim como erupções cutâneas nos braços, nas pernas e no tronco. Regra geral, esta erupção não afeta a palma das mãos ou a planta dos pés. A erupção e a doença duram, geralmente, até 10 dias.
Já em adultos, a doença frequentemente manifesta-se pela existência de dor em várias articulações localizadas nas extremidades do corpo (mãos, punhos, joelhos e tornozelos). Pode ainda manifestar-se com anemia, trombocitopenia, miocardite, hepatite, entre outros.
Como se transmite o Parvovírus?
Esta infeção pode transmitir-se de várias formas, nomeadamente através de gotículas respiratórias provenientes da tosse ou espirros de uma pessoa infetada, por contato mão-boca (por exemplo, ao tocar em superfícies ou objetos contaminados e depois levar as mãos à boca) ou por intermédio de derivados do sangue ou transplante de medula óssea. Em grávidas, a doença pode ser transmitida da mãe para o feto através da placenta.
O período de incubação varia entre 4 e 14 dias após a exposição, mas pode durar até três semanas.
Como prevenir a infeção?
Para prevenir a infeção com parvovírus deve lavar as mãos frequentemente, sobretudo antes de comer e depois de tocar em objetos contaminados, e adotar alguns cuidados de etiqueta respiratória, tais como:
- cobrir o nariz e a boca com lenços de papel ao tossir e espirrar;
- colocar os lenços de papel utilizados no lixo;
- se não tiver um lenço de papel, espirrar para a dobra do braço/cotovelo e não para a mão.
Deve também evitar o contacto com pessoas infetadas.
Como se trata a doença?
Não há um tratamento específico para a infeção por Parvovírus B19 e, regra geral, a doença resolve-se de forma espontânea e sem complicações. Pode ser necessário recorrer a medicamentos para tratar alguns sintomas, como antipiréticos e analgésicos para aliviar a dor e a febre. As pessoas infetadas devem, ainda, descansar e manter-se hidratadas.
Contudo, o tratamento pode variar se existirem sintomas graves ou complicações, especialmente em grupos de maior risco, como doentes imunodeprimidos e pessoas com doenças hematológicas crónicas. Se suspeitar de uma infeção por Parvovírus B19, consulte um médico para o diagnosticar e receber o tratamento adequado.
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