Dor de garganta: causas e tratamentos
Incómoda e comum, a dor de garganta é um problema para o qual todos conhecem um tratamento caseiro ou com medicamentos, pelo menos. Saiba de que forma surge e o que ajuda no alívio rápido da dor.
- Especialista
- Joana Almeida e Susana Santos
- Editor
- Sofia Frazoa , Alda Mota e Cláudia Santos

Dificuldade e dor em engolir ou ardor são manifestações que se associam a uma dor de garganta. Que é o sintoma de uma doença, e não a doença em si. Pode apresentar-se com outros sintomas, como febre, dor de cabeça, tosse, inchaço dos gânglios, congestão nasal, conjuntivite e cansaço. Deve ser vigiada e, se for persistente, é recomendada uma visita ao médico, para que seja investigada a causa.
Principais causas das dores de garganta
Na origem da dor de garganta estão, normalmente, infeções por vírus. De forma menos comum, por bactérias, fungos ou outros fatores, como rinite alérgica ou refluxo gastroesofágico.
Entre as causas virais, destacam-se os vírus respiratórios, como os adenovírus, rinovírus e coronavírus, em que se inclui o SARS-CoV-2. São responsáveis por 25% a 45% das faringites agudas em adultos. Também alguns vírus causadores de herpes, sarampo, varicela e VIH podem motivar a dor de garganta.
Quando a origem é bacteriana, o mais comum é ter como responsável a Streptococcus pyogenes. Esta forma manifesta-se sobretudo em crianças até aos quatro anos e adolescentes até aos 15 anos. Mas há mais: 30% dos casos de dor de garganta têm origem não infecciosa. É o caso das alergias, ainda que outras doenças possam igualmente ter este sintoma. É o caso do hipotiroidismo, da diabetes e dos tumores.
Fatores ambientais, como fumo do cigarro, exposição ao ar seco ou inalação de químicos, podem causar irritação das mucosas e originar dor de garganta. Se a voz for submetida a grandes esforços ou o paciente for vítima de trauma, por exemplo, resultante de intubação, a garganta é afetada.
O ar condicionado pode provocar dor de garganta?
Este equipamento não é causa direta da dor de garganta. No entanto, pode provocá-la indiretamente, sobretudo em indivíduos com problemas respiratórios. Se o ar condicionado não for mantido regular e eficientemente, facilmente se torna num terreno fértil para a acumulação de bactérias, vírus e fungos. Além disso, é fonte de pólenes e poeiras, desencadeadores frequentes de alergias. Todos estes agentes e substâncias são dispersados no ar e inalados, por exemplo, pelos trabalhadores de um escritório. Quem já for portador de alergias, rinite, sinusite ou asma tem maior risco de ver os sintomas agravados.
Se o filtro for limpo regularmente e o sistema ajustado em humidade e temperatura, o ar condicionado pode ter um impacto positivo na saúde. Pode reduzir a mortalidade relacionada com o excesso de calor em grupos de risco e limitar a disseminação de substâncias que causam alergias.
Mas nunca deve ser utilizado o modo de recirculação, que aproveita o ar interior, em detrimento do fresco.
É necessário consultar o médico?
As dores de garganta podem ser sintomas de faringite ou laringite, e, na maioria dos casos, duram pouco. Os pacientes recuperam em cerca de três a dez dias. Mesmo assim, é sempre importante identificar situações que possam conduzir a complicações mais sérias e que, no limite, envolvam risco de vida. Deve consultar um médico se tiver dores de garganta com frequência, e estas não melhorarem com analgésicos. Faça-o se sentir dificuldade em engolir, inclusive a saliva, e em ingerir líquidos, ou se tiver problemas respiratórios, a voz “abafada” ou febre acima de 38,5ºC. Se pertencer a um grupo de risco e tiver o sistema imunitário fragilizado, deve também ser visto por um médico.
O exame e a história clínica do doente permitem estabelecer a gravidade e decidir se é necessário algum diagnóstico laboratorial ou tratamento com medicamentos. Não devem ser prescritos antibióticos sem necessidade, os quais podem agravar o aumento das resistências bacterianas na comunidade.
O que tomar para a dor de garganta
A dor de garganta não dura muito, sendo perfeitamente possível, em muitos casos, gerir os sintomas com analgésicos. Com base na evidência científica disponível é recomendável que se considere o paracetamol ou o ibuprofeno como a primeira linha de tratamento. Também as tradicionais pastilhas ou os sprays à base de benzidamina ou flurbiprofeno mostram alguma utilidade como analgésicos locais, conferindo alívio mais rápido.
As medidas não farmacológicas podem ainda providenciar algum alívio a curto prazo, embora não haja evidências científicas sobre a eficácia.
Mezinhas para aliviar a dor
No tempo das nossas avós, chá com mel e canja de galinha eram os remédios habituais. Saiba porquê.
Chá de limão com mel
Beber infusões ajuda a hidratar a garganta, aliviando a irritação e a dor. Já o mel é suavizante, mas não está provado que acalme a irritação.
Comer gelo ou sobremesas frias
A temperatura reduzida “anestesia” a garganta, diminuindo a dor, ainda que de forma temporária. Facilita igualmente a hidratação.
Sopas e caldos
Com a garganta inflamada, é difícil ingerir alimentos mais sólidos. Por isso, tomar sopas e caldos mornos ajuda a deglutição e evita o aumento da irritação da garganta.
Rebuçado duro
Como alternativa a pastilhas ou spray analgésico, pode recorrer a um rebuçado, que favorece a produção de saliva. Esta lubrifica a garganta e acalma a dor. Não está provada a eficácia, mas é inócuo e barato.
Gargarejar com água com sal morna
Embora não existam estudos e provas de eficácia, para crianças com mais de seis anos e adolescentes, trata-se de uma alternativa inócua e barata. Poderá aliviar temporariamente as dores de garganta ligeiras.
Se gostou deste conteúdo, apoie a nossa missão
Somos a DECO PROTESTE, a maior organização de consumidores portuguesa, consigo há 30 anos. A nossa independência só é possível através da sustentabilidade económica da atividade que desenvolvemos. Para mantermos esta estrutura a funcionar e levarmos até si um serviço de qualidade, precisamos do seu apoio.
Conheça a nossa oferta e faça parte da comunidade de Simpatizantes. Basta registar-se gratuitamente no site. Se preferir, pode subscrever a qualquer momento.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTESTE, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições. |