O que é e como tratar a rinite alérgica
A rinite é uma alergia frequente, mas nem sempre diagnosticada com rapidez. Pode dar origem a problemas mais graves, como asma, sinusite e pólipos nasais. Saiba o que é e quais são os tratamentos disponíveis para a rinite alérgica.
- Especialista
- Ana Ventura
- Editor
- Sofia Frazoa e Alda Mota

A rinite alérgica é uma doença inflamatória crónica da mucosa nasal. Na origem da doença está a exposição a determinados estímulos (alergénios), aos quais o sistema imunológico reage, provocando inflamação. Ao contactar com esses alergénios, pode ter espirros, nariz entupido, comichão no nariz ou na garganta, corrimento ou pingo no nariz e/ou os olhos inflamados e lacrimejantes. Muitos doentes convivem com a rinite alérgica durante vários anos, sem a tratarem, confundindo os seus sintomas com os de uma simples constipação.
A prevalência de alergias e asma tem aumentado durante as últimas décadas. A Organização Mundial de Saúde estima que 400 milhões de pessoas no mundo sofrem de rinite alérgica e 300 milhões de pessoas de asma. As alergias respiratórias afetam cerca de 20% a 30% da população europeia e tornaram-se um sério fardo económico, uma vez que afetam negativamente a qualidade de vida e levam a uma redução da produtividade do trabalho.
Rinite intermitente ou persistente
A rinite pode estar presente de forma crónica, quando se encontra exposto de forma continuada e diária ao(s) alergénio(s), como ácaros ou pelos de animais, ou manifestar-se apenas pontualmente, como acontece na rinite alérgica sazonal. Neste caso, normalmente os alergénios são os pólenes, e os sintomas surgem de forma intermitente e, em especial, na primavera.
Como a rinite alérgica sazonal se manifesta sempre no mesmo período, pode prevenir-se antes de surgirem os sintomas, com medicação prescrita, por exemplo. Quem sofre de rinite sazonal não é alérgico a todos os tipos de pólenes. Em Portugal, de janeiro a maio, são geralmente as árvores, como o pinheiro, a oliveira e o ulmeiro, que dispersam pólen. Entre maio e fins de junho, as gramíneas são responsáveis pelas maiores concentrações de pólen no ar.
O calendário polínico, disponível no site da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, é uma ajuda preciosa para saber quando são libertados diversos tipos de pólenes e em que zonas do País as concentrações são mais elevadas.
Também as condições meteorológicas têm um papel decisivo. O tempo quente, seco e ventoso é pior para as pessoas que sofrem de rinite. Pelo contrário, a chuva e o frio impedem a dispersão do pólen. Junto ao mar, a concentração dos pólenes no ar é menor do que no interior do País.
Diagnóstico e tratamento para a rinite
Além da história de alergias na família, o médico faz uma avaliação em função dos sintomas:
- espirros, sobretudo de manhã e à noite;
- corrimento nasal transparente, que, ao descer para a garganta, provoca tosse, comichão no nariz e nos olhos;
- e, por vezes, congestão nasal.
O diagnóstico depende da presença destes sinais, mas também importam a severidade e a duração dos mesmos.
Através de análises ao sangue, é possível quantificar a imunoglobulina E, um tipo de anticorpos produzidos pelo sistema imunitário, quando se desencadeia uma reação alérgica, e detetar a alergia. Com os testes cutâneos, realizados por médicos especialistas, conseguem identificar-se as substâncias responsáveis (pólenes ou ácaros, por exemplo).
Se já sabe a que é alérgico, o primeiro passo para evitar as crises é tentar reduzir o contacto com a substância (alergénio) a que é sensível. Limpar regularmente a sua casa, evitar que os animais entrem nos quartos e não fumar em casa são algumas das medidas a tomar. Quando não são suficientes, pode recorrer também à medicação prescrita pelo médico. Anti-histamínicos, para tomar oralmente ou aplicar no nariz ou nos olhos, aliviam a comichão e o corrimento nasal, mas não são eficazes para a obstrução nasal. Neste caso, podem ser combinados com corticosteroides intranasais, sob a forma de nebulizadores.
Para casos mais graves e não controláveis com as medidas farmacológicas descritas, muitas vezes recorre-se à imunoterapia ou dessensibilização. Esta vacina para alergias visa habituar o sistema imunitário, de forma progressiva e controlada, através da exposição a doses cada vez maiores de alergénios (pólen, pó, fungos, etc.), a que o doente é sensível. São tratamentos à base de injeções ou de gotas que se colocam na língua.
Casa sem alergénios
A rinite alérgica é desencadeada quando o doente entra em contacto com a substância a que é sensível (por exemplo, pólen, bolores, ácaros, pó ou fumo de tabaco). Para muitas pessoas, devido à carga de pólenes no ar, a chegada da primavera é sinónimo de espirros constantes e nariz a pingar.
Por isso, a rinite alérgica é, muitas vezes, confundida com uma simples constipação. Se costuma sofrer de rinite ou tem alguém em casa com este problema, é possível reduzir a exposição aos alergénios com algumas medidas.
Os nossos conselhos mostram quais os cuidados a ter na escolha dos materiais e limpeza do lar.
Sala de estar | |
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Chão | Prefira o chão de madeira. Se tiver alcatifa, convém aspirá-la uma ou duas vezes por semana, insistindo nos cantos. Use um aspirador com filtros HEPA, de preferência. Mude o saco antes de encher. |
Cortinados | Lave-os regularmente, pois acumulam pó. Evite o fumo de tabaco em casa: é o principal poluente do ambiente interior. |
Carpetes | Sacuda ou lave regularmente as carpetes para remover pó, ácaros, pólenes e bolores. |
Móveis | Mantenha a mobília sem pó. É preferível usar panos húmidos. Elimine os objetos que atraem o pó, como bibelôs, peluches e revistas, ou guarde-os numa caixa. |
Janelas | Se for alérgico aos pólenes, mantenha as janelas fechadas durante a manhã. É nessa altura do dia que o ar está mais carregado dessas partículas. Limpe regularmente os caixilhos e os parapeitos das janelas para evitar a formação de bolor. |
Quarto | |
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Móveis | Não acumule bonecos de peluche e livros no quarto. |
Guarda-roupa | Mantenha a porta do guarda-roupa fechada. Se a roupa ficar guardada algum tempo, areje-a ou lave-a antes de voltar a usá-la. |
Roupa da cama | Lave os lençóis e as fronhas uma vez por semana e as colchas e os cobertores, uma vez por mês. Não os deixe na máquina de lavar molhados e seque-os completamente, para evitar a formação de bolores. Se for alérgico aos ácaros, cubra os colchões e as almofadas com capas antiácaros laváveis. Aspire o colchão de ambos os lados, pelo menos, em cada duas semanas. |
Animais | Evite a permanência de animais de estimação nos quartos. |
Cortinados | Lave-os regularmente, pois acumulam pó. |
Chão | Prefira o chão de madeira. Se tiver alcatifa, convém aspirá-la uma ou duas vezes por semana, insistindo nos cantos. Use um aspirador com filtros HEPA, de preferência. Mude o saco antes de encher. |
Casa de banho | |
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Azulejos | Depois de tomar banho, seque os azulejos e as fissuras junto à banheira com uma esponja. |
Ventilação | Deixe arejar a casa de banho, para eliminar a humidade, propícia ao desenvolvimento de bolores. |
Banheira | Limpe a banheira e os azulejos com um detergente ou desinfetante que elimine os bolores. |
Cortinas | Se tiver cortinas de plástico no chuveiro, lave-as regularmente com lixívia. |
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