Ouvido do surfista: o que é e como prevenir e tratar
Quem pratica surf, vela ou outro desporto náutico tem mais tendência para desenvolver o chamado “ouvido do surfista”, uma doença no canal auditivo. Saiba como prevenir e tratar.
- Especialista
- Ânia Rosado
- Editor
- Fátima Ramos

A exostose ou “ouvido do surfista” tem sido detetada, sobretudo, em pessoas que, durante anos, passaram longos períodos, em atividade, num mar de água fria (temperaturas inferiores a 19ºC). Por regra, só apresenta sintomas numa fase avançada, quando o diâmetro e/ou formato do canal auditivo já não permitem a drenagem eficaz da água e da cera, por exemplo.
O que é a exostose do canal auditivo externo?
A doença caracteriza-se pelo crescimento lento de osso no canal auditivo externo, diminuindo o seu calibre. A origem do problema ainda não está bem estudada, mas suspeita-se de que seja um mecanismo de defesa do organismo, para proteger a membrana do tímpano das baixas temperaturas, inerentes à exposição à água fria e ao vento.
Como se manifesta e trata a doença?
Nos casos em que há sintomas, é comum surgir a sensação de bloqueio no ouvido, nomeadamente após as atividades náuticas, devido à retenção de água. É também possível surgirem otites externas recorrentes, dor e perda de audição. O tratamento inicial, dirigido aos sintomas, resolve a maioria dos casos. O primeiro passo é desbloquear o canal auditivo externo, através da remoção da cera e de outros detritos. Se houver infeção, pode ser necessário recorrer a medicamentos, incluindo antibióticos. Se os sintomas forem muito incómodos − perda auditiva grave e otites recorrentes, com dor ou zumbidos − e não cederem ao tratamento, pondera-se a remoção cirúrgica do osso em excesso. A operação é delicada e tem riscos, incluindo o de perfuração do tímpano, pelo que só é recomendada para situações-limite, e nunca para assintomáticos.
É possível prevenir o "ouvido do surfista"?
Na maioria dos casos, a exostose não tem complicações graves, podendo até não causar problemas de saúde. No entanto, o crescimento da prática de desportos náuticos pode levar ao aumento da prevalência da patologia. Por isso, o melhor é não arriscar: se não puder evitar o frio e o vento, quando for para a água, proteja os ouvidos com tampões. Não vá ser a exceção com doença grave.
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