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Alzheimer: sinais e fatores de risco

O Alzheimer é a forma mais comum de demência, uma doença gradual e incapacitante. Conheça os sinais e as principais terapêuticas disponíveis. 

Especialista:
09 outubro 2024
Idosa sentada em frente a uma mesa de madeira, tenta fazer um jogo de peças de madeira coloridas

iStock

A doença de Alzheimer é neurodegenerativa, crónica e progressiva. Embora a causa exata ainda não seja compreendida,sabe-se que o envelhecimento é um fator de risco importante. Sem cura conhecida, esta doença é também um dos maiores desafios da medicina, sobretudo pelas dificuldades que traz às vidas dos doentes e dos seus cuidadores.

Os sintomas chegam progressivamente: um dia, a pessoa esquece onde deixou a carteira, encontros marcados. Depois, uma conversa, as palavras certas a usar, como pegar em talheres. Sente uma dificuldade cada vez maior no raciocínio e em comunicar. Os anos vividos vão ficando nebulosos. A perda de memória e a incapacidade de desempenhar tarefas habituais são dois dos sintomas.

Dez sinais de alerta do Alzheimer

  • Dificuldades em lembrar-se de onde deixa os objetos, dos recados, do que comeu no dia anterior, do dia do mês em que está.
  • Limitações na capacidade de planeamento, na organização financeira ou noutras atividades que recorram à lógica.
  • Desafios na execução de tarefas diárias habituais, tanto em ambientes sociais como familiares ou profissionais.
  • Perda da noção da passagem do tempo e do lugar onde está.
  • Problemas com a leitura, o cálculo de distâncias e a deteção de contrastes.
  • É difícil acompanhar ou participar em conversas. As palavras certas não surgem, e são repetidas as mesmas ideias.
  • Deixar objetos em locais inusitados, perdê-los e ser incapaz de os encontrar.
  • Tomada de decisões inadequadas ou arriscadas, e negligência dos cuidados pessoais.
  • Evitar hobbies, atividades sociais ou projetos de trabalho.
  • Confusão, desconfiança e depressão, irritabilidade e rápidas mudanças de humor.

Fatores de risco

Para diagnosticar a doença de Alzheimer, fazem-se testes que avaliam a memória, o raciocínio, a capacidade de resolver problemas e as alterações de comportamento. Podem ser complementados com exames de imagem, como a ressonância magnética.

Sabe-se que o envelhecimento é o principal fator de risco. Porém, os mecanismos que levam ao desenvolvimento da doença ainda não estão devidamente conhecidos. Mas há pistas: por exemplo, quem possui dois genes de uma proteína específica, com o pomposo nome apolipoproteína E do subtipo 4 (APOE4), corre maior risco de desenvolver a doença. 

Um caso famoso, divulgado em 2023, é o do ator Chris Hemsworth, que, face ao seu potencial risco genético, decidiu adotar um estilo de vida saudável. Os investigadores estimam que vários fatores de risco modificáveis estejam envolvidos no desenvolvimento de Alzheimer: obesidade, tabagismo e problemas cardiovasculares como hipertensão, diabetes e colesterol elevado.

Evolução da doença de Alzheimer

  • Fase pré-clínica: podem existir alterações biológicas no cérebro, mas os sintomas da doença ainda não se manifestam.
  • Défice cognitivo leve: há uma perda de memória inicial ou dificuldades na linguagem ou na perceção visual e espacial. Porém, os sintomas podem não interferir nas tarefas diárias.
  • Ligeira demência: nesta fase, o indivíduo ainda consegue funcionar de forma independente, mas pode necessitar de alguma assistência.
  • Demência moderada: surgem dificuldades em comunicar e executar atividades diárias, como tomar banho e vestir-se, além de alterações de personalidade e comportamento.
  • Demência severa: incapacidade de responder ao ambiente, de manter uma conversa e de controlar os movimentos são os sintomas. Há a necessidade de assistência, no geral, 24 horas por dia.

Tratamentos disponíveis

A terapêutica disponível permite, sobretudo, estabilizar temporariamente sintomas. Os fármacos atuam como uma espécie de "paliativo", para melhorar a comunicação entre neurónios.

Existem três medicamentos disponíveis em Portugal: o donepezilo, a rivastigmina e a galantamina. A sua ação é exercida sobre a acetilcolina, fundamental para a memória, que existe em níveis baixos no cérebro das pessoas com Alzheimer. E é eficaz nos estágios leve e moderado da doença, mas, ao fim de um ou dois anos, os resultados são incertos.

Existe, ainda, a memantina, cuja ação melhora a comunicação entre neurónios. No entanto, também tem resultados limitados: pode melhorar temporariamente os sintomas cognitivos, como a memória e o raciocínio.

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