Exmos. Senhores.Venho por este meio comunicar uma situação relacionado com o direito do consumidor, neste caso respeitante ao serviço pós-venda e a adulteração clara de políticas de devolução e trocas.De acordo com a política de trocas e devoluções da empresa IKEA, publicada nas suas plataformas e documentos de faturação, se o consumidor “não está totalmente satisfeito com a compra tem 365 dias para devolver os seus artigos. Pode devolver qualquer artigo, desde que não o tenha montado ou utilizado e esteja em condições de ser vendido. Basta trazer a embalagem e fatura original. O reembolso pode ser feito em cartão de devolução ou no mesmo modo de pagamento.”Desloquei-me no dia 5/08/2021 à IKEA Matosinhos para efetuar uma devolução no âmbito destas condições. Produtos comprados há menos de 365 dias, não montados nem utilizados, e acompanhados das embalagens e/ou invólucros. Para perceber que dois desses artigos não eram aquilo que eu pretendia (não estava totalmente satisfeito), tive de os abrir, mas não os montei (não eram de montar) nem os utilizei, tendo o cuidado de “trazer a embalagem” em boas condições.Da parte dos serviços de pós-venda desta loja recebi a surpreendente informação de que as condições acima descritas de trocas e devolução tinham mudado, e de que haveria agora um “período experimental de 14 dias” em vigor desde Agosto de 2020 - esta devolução não era de compras online - e que a troca dentro dos 365 dias só é elegível para artigos que não tenham sido abertos. Onde estão essas condições escritas e publicadas? Não estão. Não se encontra nas faturas, nem sequer no website da empresa. O que se encontra é o que cito acima, e que foi-me confirmado tal e qual por via telefónica pelo apoio ao cliente no dia seguinte.Na loja, houve ainda o desplante de me ter sido dito que “montado” e “utilizado” é o mesmo que dizer “aberto”, que isso seria evidente para qualquer pessoa. Não só isso não é evidente, como não se encontra escrito na política de devoluções. Após alguma discussão, fui obrigado a receber o valor para um cartão de devolução, contra a minha vontade e não para “o mesmo modo de pagamento”, com os funcionários constantemente a teimar em interpretações e invenções em relação à política de devoluções e numa nova política experimental que não me souberam comprovar documentalmente existir e que me foi depois confirmada não existir pelo apoio telefónico IKEA (estará com certeza gravada a chamada).Mais grave que os problemas da devolução e o tempo todo perdido, é o facto de haver aqui uma evidente usurpação da transparência dos direitos do consumidor. Efectuei uma reclamação nesse sentido, para a qual recebi uma resposta por parte do próprio IKEA que demonstra que não terão lido ou percebido aquilo que escrevi, uma vez que decalcaram a política de devoluções que têm exposta no website, acabando por nem sequer parecer perceber o problema em si. Se essa abordagem demonstra já de si uma enorme falta de respeito pelo direito do consumidor, toda a situação que levou a esta reclamação é bem mais grave, aproximando-se mesmo de uma serviço de pós-venda que me tentou enganar descaradamente, uma situação que roça a ilegalidade e para a qual peço a ajuda da DECO, dado se tratar claramente de uma situação de não cumprimento do direito do consumidor de acordo com a próprio política de devolução da empresa em questão.Obrigado.Cumprimentos.